Terceiro Capítulo: Bônus

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Publicado: 21/12/2016


Uma fogueira estava preparada e o grupo de adolescentes já reivindicava os marshmallows, ao lado havia um pessoal com violões e sanfonas. As irmãs Souza tinham entrado em silêncio, pegado os casacos e seguido para os fundos da casa.

— Tem certeza que não quer entrar? — Carolina indagou.

Ela balançou a cabeça, inspirando o cheiro de comida caseira. Por alguns instantes, Thamara riu do quanto seus pensamentos se voltavam para  alimento. Se o restante das férias continuasse assim voltaria para Goiânia mais cheinha.

— Aqui está bom, Carol! — ela afirmou antes de se desprender do braço da irmã e se aproximar do marido. Aconchegou-se por trás de Rodolfo, beijando-lhe o rosto — Você está encrencado.

O advogado franziu o cenho, se dependesse dele seria Thamara a encrencada. Quando retornou da ligação inesperada teve que sobreviver ao olhar de repreensão do sogro, uma vez que a professora havia garantido ter ido atrás do marido. Como se não a conhecessem.

— Qual a acusação?

Thamara riu surpresa por ser puxada para sentar no colo do marido, o qual segurou seu rosto de uma maneira que se olhassem.

— Prometeu nenhuma ligação de trabalho, Rodolfo.

— E quem disse ser do trabalho? — ele indagou, roçando os lábios sobre os dela.

No tribunal Rodolfo tinha o controle e durante os dez anos de casados acreditava em sua autoridade irrevogável dentro de casa. Porém, a personalidade de Thamara era um reflexo das mulheres da família Moura e agora não teria escapatória.

— Então quem era?

Thamara tentou não se mostrar ciumenta ao extremo.

— Minha irmã!

Com certeza não era a resposta que ela imaginou:

— Uau!

Rodolfo tentou um sorriso descontraído, embora a novidade não o deixasse confortável.

—  Foi mesmo uma surpresa — ele limitou a dizer, começando a distribuir beijos no rosto da esposa antes de aprofundar um beijo nos lábios — Agora me diga onde minha esposa  se escondeu?

Thamara mordeu o lábio inferior, descontente que o beijo havia terminado.

— Carolina e eu precisávamos de uma conversa.

— Sei — Rodolfo não acreditou.

— E está vendo aquele bonitão de cabelos castanhos e olhos de cor de mel? — perguntou sem dar chances a que viesse responder — Bom... Minha irmã não gostou nem um pouco do Juliano.

Rodolfo arqueou a sobrancelha:

— Amor, eu não vejo nenhum bonitão e o nome daquele homem não é Juliano.

Thamara riu:

— Ele se apresentou a nós, Rodolfo!

— Acho que vocês foram apresentadas ao irmão dele — o advogado comentou, apontando para o outro extremo, onde um homem bem parecido com o tal Juliano ajudava Gislene a colocar as panelas na mesa organizada.

— São gêmeos! — Thamara exclamou, rindo em seguida embasbacada — Isso que eu chamo de surpresa.

— Posso saber o motivo? — Rodolfo exigiu, mas sua esposa apenas deu de ombros.


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Em Uma MatemáticaOnde histórias criam vida. Descubra agora