Capítulo 5: O Desfalecer

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A fazenda dos Conway parecia uma selva misteriosa e envolvente. Depois do grande pasto onde várias cabeças de gado se espalhavam, havia uma bela área de mata virgem. Segui por uma trilha que me levou a uma antiga choupana de caça. Sentindo a necessidade urgente de me alimentar, encontrei um cervo no caminho. Não podia ficar tanto tempo sem sangue; meus sentidos ficavam fracos, e meu corpo, cada vez mais frio.

No ataque, percebi o quão debilitado estava. O cervo se debateu, sujando minha camisa com seu sangue. Caminhei mais um pouco, ouvindo o som de água corrente, até que cheguei a um riacho. Tirei a camisa ensanguentada e continuei andando até a margem, onde fui recebido por uma paisagem encantadora: uma cachoeira rodeada por grandes pedras e uma margem coberta por uma areia fina, um local quase mágico com águas cristalinas.

De repente, percebi a aproximação de alguém e me escondi na mata, atrás de uma grande árvore. Jessy apareceu, tirando as sandálias e sentindo a areia quente em seus pés, sorrindo para si mesma. Ela esticou os braços como se saudasse a cachoeira, e em seguida, retirou a regata sensualmente, revelando seu corpo esbelto. O biquíni azul marinho se encaixava perfeitamente, destacando suas curvas. Como se soubesse que estava sendo observada, desabotoou o short com movimentos leves, mas ficou apreensiva ao ouvir ruídos vindos das rochas.

- Tobias! - resmunguei baixo, reconhecendo o som de seu sussurro.

Mas, não pude recriminá-lo. Nem eu conseguia resistir ao magnetismo que Jessy exercia.

- Você não deveria estar aqui sozinha! -declarei, saindo das sombras e tentando manter meus olhos nos dela. Não queria ser pego admirando seu corpo descaradamente.

- Estava me espionando, garoto? - questionou, arqueando uma sobrancelha.

- Claro que não, mas outra pessoa sim - indiquei com um gesto a rocha onde Tobias rapidamente se escondeu.

- O que é isso em suas mãos? O que você estava fazendo? Isso é sangue? - perguntou, afastando-se lentamente.

- Oh, não! Quer dizer, sim. Um animal me atacou, não tive outra escolha senão me defender. Fiquei desprevenido enquanto procurava algo para seu pai e... - Tentei explicar, mas suas perguntas e seu olhar desconcertante me fizeram tropeçar nas palavras.

- Está ferido? -- seus olhos percorreram meu corpo, causando um arrepio. Ela não tinha ideia do poder de sedução que exalava com aquele olhar inocente.

-Não, saí ileso da briga - disse e joguei um sorriso de lado, tentando manter a compostura.

- Ummm! Que pena, pois merece uma surra, seria bom aprender que não se pode ganhar sempre - disse, com um sorriso malicioso, continuando a tirar o short.

- Ei, não lhe disse que tinha alguém te observando? - tentei alertá-la novamente, fazendo uma cara de reprovação que não parecia surtir efeito.

Ela ergueu os olhos, um brilho desafiador dançando neles

- E daí? - perguntou, molhando os pés na água. - Com você aqui, nem os animais vão querer se aproximar. Acredite em mim.

Ela mergulhou os pés na água, o que me deu um momento para recompor meus pensamentos. O brilho da água refletia em sua pele, aumentando o desejo que já era difícil de conter. Sentindo o calor aumentar, aproximei-me lentamente, sem conseguir desviar o olhar de seu corpo.

-Jessy - comecei, a voz rouca pelo desejo contido - vamos voltar para a fazenda aqui é perigoso.

Ela riu, um som melodioso que se misturou ao barulho da água.

- Você fala como se tivesse todas as respostas. Mas não sabe nada sobre mim - comentou e mergulhando em seguida - Você está imundo seria bom um banho. Vem?

Dois Mundos: Sangue e MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora