Capítulo 10: Perseguição

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Inquieto, percebi que Jessy estava sozinha na vastidão da mansão. Me arrastaram até a grande sala.

- Vejo que não está exatamente radiante em me ver, mas trago consigo uma mensagem crucial para a Srta. Conway. Por sorte, escolhi o momento certo para visitá-la. Havia uma tensão no ar, como se todos esperassem que a jovem não sobrevivesse àquela fatídica noite - disse ele com um sorriso irônico, apontando para um dos bruxos que acompanhava Jessy.

- Por favor, afaste-se dela! - murmurei entre os dentes, o tom da minha voz carregado de ameaça.

- Confesso que duvidei quando me contaram, mas agora vejo que você realmente se importa com esses humanos - Jeffrey soltou uma risada sinistra.

- Minha relação com esta família não é da sua conta!

- Chega de conversa fiada - ele disse, dirigindo-se a Jessy - Prometo ser 'gentil' com a garota - acrescentou, soltando uma risada sarcástica que ecoou pela sala.

Antes mesmo de conseguir chegar perto o suficiente para agarrá-lo, um dos bruxos me cobriu com um pó cinzento que se espalhou ao redor do meu corpo como uma neblina sombria. A dor irrompeu em ondas violentas, ecoando em cada centímetro da minha pele onde o pó tocava. As vozes ao meu redor pareciam distantes, abafadas, enquanto minhas pernas cediam sob mim, drenadas de energia em um piscar de olhos. Lutei para manter a consciência, mas o mundo girava em espirais vertiginosas, enquanto um dos bruxos me arrastava para dentro de um cômodo. No breve trajeto até lá, Jeffrey revelou o conteúdo do frasco - uma sinistra mistura de carvalho e papoula, uma combinação que eu temia mais do que qualquer coisa.

- Espero que tenha apreciado nosso novo presente para os vermes da noite! E não foi difícil de obter; estamos simplesmente cultivando carvalho e... qual era o nome daquela outra planta que vocês tanto apreciam? Basta um pequeno feitiço sobre o pó e PUFF... o resultado está garantido. Devo confessar, você é o primeiro a testá-lo.

Jessy olhava horrorizada enquanto o pó penetrava minha pele, roubando minhas forças e deixando-me à mercê da escuridão que se aproximava.

- Antes que eu me esqueça, é um prazer finalmente conhecê-la, Srta. Conway! Você é realmente tão bela quanto seu pai dizia - Jeffrey revelou com um sorriso, parando diante de Jessy.

- Onde está meu pai? O que vocês fizeram com ele? - Jessy perguntou ofegante, sua voz carregada de preocupação.

- Ah, seu adorável pai... ele não me disse que você era tão... obstinada. Venha comigo até o escritório; temos assuntos importantes para tratar.

- Eu não vou a lugar nenhum com você! - Jessy respondeu, erguendo o queixo em desafio.

- Você vem, querendo ou não, Jessyca! - Jeffrey gritou, alimentando minha raiva enquanto eu lutava impotente contra a dor agonizante que me consumia.

Enquanto eu me apoiava na parede, tentando permanecer de pé, Jessy exibia sinais de pânico iminente, seus olhos arregalados e o coração batendo acelerado. Eu sabia que logo estaria além do alcance dela. Droga!

Com algumas palavras em um idioma desconhecido, Jeffrey lançou um feitiço, e senti como se meu corpo estivesse sendo consumido pelo fogo. A dor tornou-se insuportável; sabia que não aguentaria por muito mais tempo. Jessy, percebendo minha agonia, dirigiu-se ao escritório, enquanto eu lutava contra a escuridão que ameaçava me engolir.

- Eu vou, farei o que você quiser... só por favor, deixe-o viver! - implorou para o bruxo, sua voz carregada de desespero.

- Ele não está vivo, é um verme morto! Não seja tola em acreditar nas palavras desse imundo - retrucou o bruxo com desdém, seus olhos faiscando com malícia.

Dois Mundos: Sangue e MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora