Alfonso
Porra, finalmente, paz e tranquilidade. Este é o dia perfeito para lançar algumas linhas na água e curtir a praia. Tenho feito fisioterapia e reabilitação por meses. Meu ombro parece melhor e meu joelho está se curando bem. Estou evitando hoje, não só a minha família, mas também meus treinadores. Eu preciso de um tempo, porra.
Minha mente flui através das memórias dos últimos anos. Ter me destacado, a fama instantânea, o campo de futebol, provando a mim mesmo tudo isso. Um fodido recebedor incrível, eu estava vivendo a vida!
Eu tinha tudo o que sempre sonhei. Fornecendo para a minha mãe e irmã, após o contrato, uma enorme casa perto da praia e fodendo mulheres intermináveis que me queriam. Mas o que aconteceu quando a estrela caiu? Um golpe – foi tudo o que precisou – um golpe, para deslocar meu ombro e rasgar o ligamento do joelho.
- Desculpe-me. Você pescou algum peixe que eu possa ver?
As palavras me tiram das minhas memórias. Eu olho para baixo para ver um belo garotinho olhando para mim com olhos castanho-esverdeados enormes. Seus cachos escuros e pele bronzeada me bateram como uma onda de familiaridade.
- Peixe? - Ele fala novamente, apontando para as minhas duas varas de pesca.
Eu retorno da minha estupidez e respondo.
- Não, amigo. Sem peixe. Se você ficar por aqui, eu poderia pescar algo.
Recolho minha linha e vejo que meu camarão sumiu. Eu faço questão de mostrar ao menino como se coloca a isca em um gancho. Olhando ao redor, eu me pergunto onde diabos estão seus pais. Um homem vem em nossa direção gritando, mas o menino não se move. Arremesso a vara e a prendo na areia.
O homem chega a nós e agarra o menino em seus braços.
- Mi, você não pode fugir assim. Você assustou sua mãe e a mim até a morte.
- Eu queria ver os peixes. - Ele aponta para a minha linha na água.
- Eu sei, rapazinho, mas da próxima vez espere até que um de nós vá com você.
Quando o homem olha para cima, minha pulsação acelera. Eu nunca vou esquecer o rosto dele. É o mesmo cara que tem me assombrado por anos. O rosto do homem segurando Anahi Portilla logo depois que ela quebrou meu coração. Christian Chavez.
Ele me reconhece também. Não como o jogador de futebol megamilionário, mas como o amigo de faculdade que já fomos. Ou pelo menos eu pensei que nós éramos.
- Diga adeus a esse bom homem, precisamos voltar. - Christian diz pegando o menino.
- Tchau. - Ele disse acenando para mim.
Em seguida, algo chega a mim. Seus rostos lado a lado, os dois não se parecem em nada. Meu coração dispara mais rápido.
- Sim, amigo, desculpe eu não ter um peixe para você.
Ele dá de ombros para mim, sorri o sorriso mais bonito e meu mundo balança. É o sorriso dos meus sonhos, covinhas profundas em cada lado do rosto e um brilho em seus olhos olhando para mim. Eu não posso falar. A minha boca fica seca e meu estômago cai para os meus pés.
- Obrigado, cara. - Christian diz e vai embora para o hotel atrás de nós.
Ele para pra pegar uma toalha e bolsa de praia e uma mulher corre para eles freneticamente agitando os braços. Ela toma o menino e enterra a cabeça em seu ombro. Christian coloca o braço ao redor dela e a conduz para a passarela. Ele diz algo em seu ouvido e ela continua andando. Mas, por um momento, ela olha para mim, e meu mundo para novamente.
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Segunda Chance
Romance"O momento em que suas ações são julgadas como boas ou más e você é recompensado ou punido." Anahi Portilla pensou ter experimentado as profundezas do amor verdadeiro até que o homem dos seus sonhos a dispensou sem explicação. Com o coração partido...