Capítulo 2 - Alfonso

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Alfonso

Porra! Só de ouvir sua voz no telefone meu pau já ficou duro.

Ela ainda tem a voz mais bonita que eu já ouvi. Eu costumava pedir a ela para me ajudar a estudar apenas para ouvi-la ler minhas anotações de volta pra mim. Por causa dela, eu gabaritei quase todos as provas no meu último ano. Ela definitivamente levantou minha média de notas.

Quando ela mencionou a grande apresentação, eu percebi que não poderia surpreendê-la com minha presença na noite passada. Mesmo com o grosso envelope na minha mão que me deu todos os detalhes de sua vida nos últimos quatro anos e a prova de que eu tenho um filho, eu não queria prejudicar suas chances de impressionar seu chefe.

Sentei-me nas sombras e a escutei ao telefone por uma hora conversando com Christian.

Agora, eu estou em pé na porta, na esperança de que Deus faça com que ela me deixe entrar. As luzes através das janelas me confirmam que ela está em casa.

Eu bato e espero.

Quando ela abre a porta, seu rosto vai de feliz para completamente em choque. Lágrimas enchem seus olhos e eu chego para segurar seu braço quando ela oscila.

- Alfonso - ela mal sussurra.

- Anahi, nós precisamos conversar.

- O...o...o que você está fazendo aqui? - Ela pergunta, tremula.

- Bom, isso é uma pergunta bastante pertinente. Por onde devo começar? Talvez com o fato de que eu tenho um filho morando nessa casa que eu só descobri agora, ou talvez o fato de que você correu de mim grávida e manteve isso em segredo. Há muitas outras coisas Anahi, mas vamos começar com essas duas.

Ela recupera a compostura e sua expressão se transforma e raiva. Fogo atira de seus olhos e ela sussurra para mim.

- Você não tem esse direito. Como se atreve?

Ela está com raiva? De maneira nenhuma. Ela não tem o direito de estar com raiva. Após a merda que ela fez, eu sou o único lívido.

- Como me atrevo? Essa não deveria ser a minha pergunta? Como você se atreve?

Ela não tem a chance de responder, porque uma voz do outro quarto chama:

- Mamãe! - Eu olho por cima do ombro dela e o vejo ali de pijama do Batman, olhando para nós na porta. Seus olhos estão arregalados e curiosos, e ele está segurando dois livros um em cada mão. - Você prometeu dois.

Seus lábios se transformam em um sorriso falso e ela balança a cabeça assentindo.

- É claro querido, vá para a cama e eu estarei lá daqui a pouco. - Ele olha para mim mais uma vez e, em seguida, atravessa a sala, desaparecendo atrás de uma porta. - Alfonso, agora não é um bom momento. Eu não tenho certeza por que você está aqui considerando tudo o que fez para mim.

- Eu não vou sair. Nós vamos conversar. Você vai fazer o que precisa fazer e eu vou esperar.

Raiva passa pelo seu rosto, mas ela não discute. Ela se move para o lado e faz um gesto para eu entrar. Eu entro e o cheiro me atinge instantaneamente. Sua fragrância paira no ar e os meus pensamentos vão para o meu apartamento todos aqueles anos atrás. Memórias inundam-me e eu tenho que balançar a cabeça para limpar a minha mente.

- Eu vou estar de volta daqui a pouco. - Ela se vira para ir ao encontro do menino.

- Any?! - Minha voz é mais firme do que eu quero que ela seja. Quando ela olha para mim, seus olhos estão brilhando com lágrimas e eu sinto uma pontinha de culpa. - Qual o nome dele?

- Você já sabe, não sabe?

- Eu preciso ouvir você dizer!

- Miguel – ela confirma – Miguel Portilla.

Sinto um aperto no meu peito e eu derrubo minha cabeça pra trás. Ela fecha a porta atrás dela. Quando minha respiração está sob controle, eu olho ao redor do espaço e vejo fotos em todos os lugares. Uma que me chama a atenção é de vovó Mari, Chris e Any no hospital. Anahi está segurando o nosso menino e ele está vestido com um macacão da Universidade Estadual da Flórida. 


A dor me enche e eu decido encontrar a cozinha, porque de repente eu preciso urgentemente de uma cerveja.

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