Lilith Gray tirava boas notas, nunca se meteu em problemas, era filha das duas pessoas mais ricas de sua cidade, uma típica garota comum.
Um dia recebe uma carta de sua irmã, que há tempos se mudou com seu marido, para visitá-la e ver seu sobrinho...
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Fiquei observando John descer do carro.
Apenas ele desceu e entrou na casa. Saí do meu quarto e vi Chris sair rindo de um quarto, seguido de Ally. Ele me olhou e eu desviei o olhar, levantando a cabeça, como se não ligasse de ver os dois aos risos, saindo sozinhos daquele quarto. Mas eu ligava. Toda vez que o via com uma garota, especificamente Ally, meu estômago se retesava e subia um bolo na minha garganta. Desci as escadas e encontrei John, tirando o casaco, sua blusa branca levemente molhada pela chuva, assim como seus cabelos. Ele me viu o encarando e sorriu de leve, cruzando os braços.
- Bom dia, Lilith.
Despertei de meu transe e soltei um sorriso.
- Bom dia, John. Onde está minha irmã?
- Ela e Jean foram fazer compras para Tristan. Não queria participar mais desse momento só mulher. - Ele riu de leve e eu o acompanhei - Quer falar comigo?
Respirei fundo. Era a hora. Ia começar a falar, mas vi Ally e Chris na cozinha, nos ouvindo. Aqueles olhos castanhos me encarando, me faziam perder o foco.
- Pode ser num lugar mais reservado? - Pigarreei. Ele levantou uma sobrancelha, mas assentiu. Subimos até a biblioteca e ele fechou a porta, se virando para mim.
- O que foi, Lily?
Meu corpo tremeu ao ouvir meu apelido sair de sua boca. Respirei fundo e me recompus.
- Ok. Vou ser direta. Eu entrei numa casinha no meio do mato e vi o que não queria. - Engoli em seco quando sua expressão ficou sombria - Você é louco, ou tudo aquilo é verdade mesmo?
John suspirou e se aproximou. Não me movi, tentando parecer confiante. Ele olhou meu colar e sorriu de leve.
- Está usando...
- Não mude de assunto por favor. - Engoli em seco e ele me encarou nos olhos, fazendo meu estômago se revirar.
- É tudo verdade. Eu sou um lobisomem.
Fechei os olhos, os apertando fortemente. Coloquei uma mão na cabeça.
- John...
- Você viu! - Ele segurou meus braços, me fazendo assustar e olhar novamente para seus olhos - Você sentiu. Você me viu naquela noite...
- Você era aquele lobo? - Minha boca se abriu - Aquele homem... Era você também?
Ele assentiu, mais sereno.
- Quando você tocou na maçaneta, ela ficou vermelha? - Eu me lembrei da maçaneta daquela portinhola na casa abandonada e assenti - A mesma coisa do colar, não é? - Assenti novamente - Só alguém da minha linhagem faz isso.
Franzi a testa.
- O quê?
Suas mãos foram até meu pescoço, me causando um arrepio. Tirou o colar e tocou no coração, que se coloriu de vermelho.
