Acordo com o braço de Joe ao redor de mim. A sensação é boa, mas não posso fazer isso. Não posso ficar aqui deitada com ele, imaginando que poderíamos ter uma vida juntos, que poderíamos namorar. Não podemos. Somos tão diferentes! E aliás, ele nem gosta de mim. Pra falar bem a verdade, nem eu sei se gosto dele.
Decido levantar e vou ao banheiro me arrumar. Quando saio, Joe também está de pé, já arrumado.
"Bom dia, flor do dia!", diz ele. Não respondo, apenas sorrio. Ouvimos batidas na porta, seguidas por uma voz feminina desconhecida: "hã... Desculpe interromper... Se os senhores se sentirem a vontade de descer para uma refeição, já temos tudo pronto."
"A, muito obrigada! Já vamos descer.", respondo e ouço seus passos se afastando. Alguns segundos depois, Joe se joga na cama e começa a falar.
"Eu não quero descer. Ficaria aqui o dia inteiro se pudesse. A única parte boa desse pesadelo é esse quarto maneiro."
"Não é?! Isso aqui é incrível! Mas temos que ir.", digo e o puxo da cama. Ele resmunga, mas me acompanha.
Descemos as escadas e encontramos Harold e uma mulher sentados à mesa. A mulher parece ter uns 40 anos, e mesmo assim, é mais bonita do que muitas de 18! Seus cabelos são loiros, longos e ondulados nas pontas. Ela veste um lindo vestido azul turquesa, e se comporta como uma verdadeira dama.
"Deixem-me apresentar nossa majestade: a Rainha Mary Elizabeth." Diz Harold, em tom de cerimônia. Ah, então eles têm uma rainha.
"Para com os protocolos Har. Podem me chamar de Mary.", diz a mulher, abrindo um sorriso caloroso.
Olho para Joe, que está de queixo caído, quase babando pela beleza de Mary. Dou uma cotovelada em seu braço. Ele me olha, finalmente percebendo sua postura.
"Olá, Mary. Prazer em conhecê-la.", sorrio para ela e estendo minha mão. Ela a aperta. Continuo: "Harold, achei que fosse você quem tomava conta das coisas por aqui."
"Ah, não, não, senhorita. Sou apenas um criado.", reponde ele.
"Pode trabalhar para a cidade, mas é meu amigo também, Har!", diz Mary, voltando-se para ele. Ele enrubesce , e percebo que talvez haja algo mais do que amizade rolando entre os dois...
"Bom, é realmente muito bom conhecê-los adequadamente. Mas queremos saber que merda toda é essa.", Joe se pronuncia.
"A, claro. E você é?"
"Meu nome é Joe Winston. Sou amigo de Brenda."
Por alguma razão, a palavra amigo me entristece. Mas o que eu esperava? Que ele falasse que somos namorados? Provavelmente eu o desmentiria. É isso que somos: amigos. Tenho que parar de ficar imaginando coisas.
"Oh. Prazer em conhecê-lo, senhor Winston."
"Igualmente. Agora, podem nos explicar?"
"Creio que já expliquei a vocês tudo que precisavam saber ontem à noite.", interrompe Harold.
Eu ainda estava olhando para eles, indignada. Não acredito que Joe usou a palavra merda com uma rainha!
"Sim, claro. Mas queremos saber qual o papel de Brenda nisso tudo. Salvar vocês, ok! Mas como? O que ela terá de fazer? Porra, temos uma vida em NY, não podemos simplesmente abandonar tudo lá para salvar vocês!"
Harold o olha, incrédulo.
"Bem, creio que isso deva ser esclarecido a Brenda, não ao senhor.", ele praticamente cospe as palavras.
"Tudo bem. Mas eu estou com ela, e ela também quer saber. Não é, Brenda?"
Saio do meu transe e me concentro em participar.
"Sim, eu quero. Eu preciso saber o que devo fazer, como as coisas vão funcionar e quanto tempo vou ter de ficar aqui."
É a vez de Mary Elizabeth responder: "Claro, minha querida. Convocarei uma reunião para hoje à tarde com todos os membros importantes da cidade. Decidiremos o que vai acontecer e como vai acontecer. Enquanto isso, Harold, mostre a eles o castelo e não deixe que falte nada que queiram. Até mais ver, crianças." E com isso, se retirou da sala.
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Meu lugar no mundo
FantasíaBrenda é uma garota de 17 anos que sempre sonhou morar em Nova York, fazer faculdade, e seguir o rumo à sua vida completamente como sempre planejara. Porém, mudanças inesperadas alteram esse objetivo e Brenda se vê em um lugar onde nunca desejou e n...