Revelação

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N/A: Oi, oi! Entãooo, eu gosto de ter inspirações físicas para os personagens. Eu estava procurando uma para a Brenda a um bom tempo, mas não achava ninguém que fosse como eu a imagino. Até que enfim achei: Danielle Campbell. Não sei porque, mas ela é exatamente como eu imagino Brenda Sangster! A foto está na mídia. Espero que gostem do capítulo. 💜

Joe's POV

Brenda está correndo. Ela está assustada, correndo a toda velocidade por uma floresta escura. Ela está ofegante, olhando para todos os lados, como se procurasse algo. Ela está suando, mas o que caem abaixo de seus olhos não são gostas de suor, são lágrimas. Ela esta ferida. Há um corte abaixo de sua bochecha esquerda. Mas o que? porque estou apenas observando tudo isso, porque não a estou ajudando? Ela corre, sempre na minha direção, mas passa por mim, e depois corre na minha direção outra vez. Faz isso de novo, e de novo, e de novo. Como se estivesse correndo em círculos. De repente ela cai, bem à minha frente. Algo se aproxima dela, algo invisível, mas mesmo sem conseguir ver, sua presença é inegável. Ela grita, está mais assustada do que nunca. E então consigo me mover, corro até ela e a abraço, ela se agarra a mim como se sua vida dependesse disso. Tê-la aos meus braços é a coisa mais incrível que eu poderia desejar, e com isso, esqueço por um segundo o que está a nossa frente. A coisa invisível avança em nossa direção, posso ouvir seus passos pesados. Abraço Brenda mais apertado e sinto algo tocar meu braço. Ela grita uma última vez...

Caralho! Acordo assustado e olho ao redor. Acabei pegando no sono enquanto a esperava. Que tipo de sonho foi esse? Apavorante, tão real... Eu estou com medo. Com medo que isso seja um tipo de presságio do que está por vir. Porra, eu estou apavorado! Mas não por mim mesmo, por Brenda. Se alguma coisa acontecer com ele eu não sei o que faria, não sei se conseguiria suportar.
Preciso vê-la, preciso ver seus olhos e o jeito que sua boca se move quando fala, nem que seja para me xingar, a essa altura estou aceitando qualquer palavra que ela queira proferir a mim. Olho para o relógio acima da lareira, são 3:12 A.M.
Subo as escadas até o quarto para conferir se ela chegou. Se ainda não chegou, vou atrás dela. Meu coração está a mil, só de pensar que ela pode estar em perigo. Levo a mão à maçaneta da porta, mas ela não se abre. Tento outra vez com mais força: nada. Esta trancada. Isso não é um bom sinal.
Bato na porta em desespero, com turbilhões de pensamentos acelerados ao mesmo tempo em minha cabeça. Ela está aí? Está bem? Ainda está com Peter? E se alguém tiver feito algo com ela? E se ele tiver feito algo com ela?
Bato mais forte, sem parar. "Brenda?", grito. Não ouço resposta nenhuma. "Brenda!", grito mais uma vez, ainda batendo na porta.
Em uma voz bem baixa, ouço um "vá embora." Vindo de dentro do quarto.
Eu conheceria aquela voz dentre um milhão de outras. É ela. O alívio preenche o espaço da preocupação. Ela está bem, está aqui, do outro lado dessa porta.
Solto a respiração, que estava segurando a bastante tempo e sinto meus músculos relaxarem.
"Você está bem? Posso entrar?", pergunto, mais controlado.
Depois de alguns segundos de silêncio, ela responde: "não quero falar com você."
Meu peito se aperta novamente. "Bre, por favor...", peço.
Ouço as cobertas se mexerem e ela caminhar até a porta, destrancando-a.
Ela abre a porta e fico extremamente aliviado por vê-la bem, e poder admira-lá outra vez. Noto que seu cabelo está bagunçado, o que indica que ela estava deitada. Mas porque está de roupa?
"Porque você está de roupa?", pergunto, antes de mais nada. Ela dá de ombros, seria. Que pergunta idiota.
"Posso entrar?"
Ela não diz nada, apenas me dá passagem e volta a sentar na cama. Fecho a porta atrás de mim e a sigo.
Não sei o que dizer, então começo com o básico.
"Me desculpa. Eu sou um idiota."
"É mesmo.", ela acusa, de braços cruzados.
"Eu sei, eu sei. Mas eu não consigo ficar sem você. Faz algumas horas desde que brigamos, mas parecem meses. Eu simplesmente não aguento ficar longe de você. Me perdoa, eu não vou mais fazer isso."
"Você me disse coisas horríveis..."
"Acha que eu não sei? Porra, eu me odiei por falar da Meredith, sabendo que você a odeia. Mas me arrependi daquelas palavras assim que elas saíram da minha boca."
"Falar da Meredith não foi a pior parte. A pior parte foi dizer que sua família não gosta de mim, que tem interesse. Isso doeu muito, porque sinto como se eles fossem minha família também..."
"Por favor, linda, por favor esquece isso. Eu disse tudo num momento de raiva, nada daquilo era verdade, você sabe. Eu sinto muito."
"É bom que sinta!", ela diz irritada.
"Você me perdoa?", pergunto, nervoso com a reposta.
Ela me olha seria por uns instantes e meu coração acelera. Mas então ela sorri, aquele sorriso doce que eu já estava com saudades.
   "Tudo bem", ela diz.
  Sorrio para ela e pego sua mão. Ela não me impede, mas também não retribui.
  "Mas, eu acho que já está na hora de dormir. Tenho treinos amanhã. E tenho que compensar por hoje.", Brenda fala, suspirando.
    "Certo, certo. Então eu vou... Eu vou dormir no outro quarto. Deixar você dormir...", digo, hesitante.
    Ela apenas assente e volta a deitar.
   "Boa noite.", digo e beijo sua testa, me virando e saindo do quarto.

  Não sei onde vou dormir. Tem vários outros quartos, mas não sei quais eu posso entrar, quais não posso, e Harold já está dormindo, não posso acorda-lo para perguntar.
   Sigo reto até o quarto no fim do corredor. À luz está acesa e a porta, entreaberta. Acho que tem alguém lá, ouvi vozes. Me aproximo mais da porta, espiando pela abertura.
   Tá, eu sei que é feio espiar, mas só quero saber quem é e já estou saindo.
   O quarto é enorme, mas não é chique como o resto do castelo. As paredes são tons beges e pôsteres de bandas e séries cobrem as paredes. Nada mais decora o quarto além disso, um armário e uma cama bem grande. Duas pessoas estão de pé, conversando em sussurros apurados.
    Não demoro para reconhecer quem são essas pessoas: Peter e Mary. Obviamente, esse é o quarto dele. Que estranho, achei que ele não morasse no castelo...
    "Você tem que fazer isso, Peter! Essa garota vai nos destruir!", consigo captar essa frase, vinda de Mary.
   "Eu sei, mãe, que droga! Só me dá mais um tempo, até ela confiar em mim de verdade...", o idiota do Peter diz.
    Eles estão de costas pra mim, mas consigo visualizar a expressão irritada de Mary. Do que eles estão falando?
   "Peter, é urgente! A pirralha da Brenda não pode me destronar, está entendendo?!", Mary fala irritada, se controlando para não aumentar a voz.
    Ah meu Deus. Estão falando da Brenda! Eu sabia, eu sabia, que aquele merda não era "amiguinho" dela de verdade!
   Fico escondido atrás da porta, escutando tudo. Vou desmascarar esses dois amanhã cedo e ir embora, com a minha menina, desse lugar de merda!

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