Dear Harry | H.S.

68.

-Vai-lhe dar leite. O pobre cão deve estar cheio de fome.

-Não é suposto ser eu a dar-lhe leite.

-Porquê?

-Ah...nada esquece.- ele solta gargalhadas melodiosas.

Espera lá...filho...leite...ah já percebi. Às vezes sou um bocado lenta...

-Harry!- repreendo.

-O que é?- ele diz fazendo-se inocente mas acaba por rir.

*

-Harry?- chamo hesitante descendo as escadas.

-Diz amor.

-Recebi uma mensagem de multimédia do desconhecido.

-E tem o quê?- ele pergunta sério e eu sento-me ao seu lado no sofá.

-Não sei. Queria abrir contigo. Não te vou esconder mesmo nada.- ele sorri levemente e eu beijo a sua bochecha.

-Deixa ver.- ele pede e eu dou-lhe o telemóvel para a mão.

Ele toca no ecrã, no símbolo do play. A primeira coisa que se vê são uns boxers pretos com um grande alto. Ew. Aparece no ecrã "é assim que me deixas". Uma mão vai até ao alto acariciando-o e começa a baixar os boxers mas antes que eu veja alguma coisa, o Harry põe-me a mão à frente dos olhos.

-Normalmente eu iria dizer-te para tirares a mão, mas neste caso agradeço -te imenso.- digo sinceramente.

Apesar de ele me tapar os olhos continuo a ouvir, infelizmente. Ouvem-se vários gemidos e palavrões com uma voz distorcida. Apoio a minha mão na perna do Harry e sinto-o tenso. Beijo a palma da sua mão para aliviar essa tensão e ele faz uma festinha na minha cara.

Finalmente, os gemidos são cortados indicando o final do vídeo.