- Estou com medo. - sussurou Jonatan no meu ouvido.
Olhei para o lado e ele se encontrava em pé do lado da minha cama. Dei um suspiro e cheguei um pouco pro lado, dando espaço pra ele se deitar do meu lado.
- Como entrou? - perguntei com a voz embaralhada de sono.
Ele começou a acariciar meus longos cabelos loiros, e após alguns segundos respondeu:
- Você deixa a janela aberta todas as noites. Tive um pesadelo e decidi vir para ca.
Tentei responder, mas minhas pálpebras estavam ficando pesadas cada vez mais, e quando me dei conta já tinha caído em um sono profundo.
Acordei com Jonatan sacudindo meus ombros. Abri meus olhos lentamente com um resmungo e olhei as horas no despertador ao lado da minha cama.- Porque diabos você está me acordando 7:30 da manha? - perguntei zangada.
- Preciso te contar sobre meu pesadelo. - ele disse sentando-se do meu lado na cama. - Foi horrível.
- Sim, eu percebi quando você apareceu no meu quarto de madrugada. - resmunguei. - Já estamos ficando muito grandinhos pra dormir junto.
Ele decidiu me ignorar e começou a contar sobre seu pesadelo. Não era a primeira vez que ele fazia isso, e por um momento tive que resistir em mandar ele calar a boca e parar com essas bobeiras de ter medo de simples pesadelos.
Quando ele finalmente terminou, se levantou e foi se dirigindo em direção a janela do meu quarto, sem nem mesmo esperar uma resposta minha. Sai debaixo de minhas cobertas apressada para fazer minha higiene matinal, e percebi que momentos antes de pular pela janela sua boca se abriu em surpresa ao me ver só de calcinha e sutiã.
Puxei meu cobertor para tentar cobrir meu corpo, oque só serviu para eu me atrapalhar mais ainda. Percebendo que ele ainda estava olhando, gesticulei com a mão pedindo para ele sair dali depressa.
- Nós realmente estamos ficando muito grandinhos para dormir juntos. - repiti para mim mesa.
Após um demorado banho, me arrumei e fui até a cozinha, onde minha mãe estava preparando o café da manhã. Como hoje era sábado, ela tinha feito panquecas acompanhadas de mel e manteiga, seguidas por uma deliciosa salada de frutas.
Quando ela me viu chegar, apenas balançou a cabeça me pedindo para se sentar na mesa. Momentos depois, ela veio trazendo o café da manhã. Nós duas se sentamos na pequena mesa para dois que ficava no centro da cozinha, e em silêncio começamos a comer.
- Seu pai adorava quando eu fazia panquecas. - minha mãe comentou quando terminamos de comer. - Era seu prato predileto.
Meu pai tinha morrido por um terrível acidente de carro fazia 5 anos, e como eu era filha única, só restou eu e minha mãe. Notando o tom de tristeza na voz dela, decidi rapidamente mudar de assunto. Essa tragédia era algo que, mesmo depois de cinco anos, não era fácil de ser discutido.
- Jonatan invadiu meu quarto essa noite denovo, mãe. - comentei enquanto a ajudava a lavar as louças.
Minha mãe apenas riu, essa situação era normal para ela.Ele fazia isso desde que tinhamos 8 anos, e mesmo com ambos estando com 14, ele ainda não parou.
- Mas isso é um grande problema! - minha mãe disse irônica. - Minha filha dormindo com garotos, nessa idade?
Ela caiu em gargalhada, acompanhada por mim, é claro. Por um momento pensei em contar para ela que ele tinha me visto só de calcinha e sutiã por acidente, mas decidi que isso eram detalhes que podiam ficar apenas entre nós.
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Melhores Amigos?
Teen FictionMary e Jonatan são amigos de infância. Juntos, eles já vivenciaram várias aventuras. No ensino médio, porém, esse sentimento de amizade é substituído por algo mais profundo. Com novas emoções surgindo em sua relação, ambos ficam assustados e ao mesm...