Capítulo 9

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Diante de nós estava a mãe de Matheus. Ela estava com uma expressão raivosa no rosto, ao mesmo tempo que surpresa.

Sem precisar de algum convite a mais, Jonatan pulou da janela em cima da árvore. Tentei fazer o mesmo que ele, mas vi a altura e por um momento não consegui.

- Eu vou ligar para a polícia! - a mãe de Matheus saiu do quarto gritando enquanto se dirigia para o telefone na cozinha.

Quase que no mesmo instante, vejo surgindo na porta o pai dele. Estava portanto em suas mãos um taco de beisebol, e dessa vez eu não precisei de mais nenhum convite.

Em um impulso, pulei pela janela em cima da árvore. Olhei para a janela e vi o pai de Matheus com o celular na mão enquanto falava com a polícia.

Ouço a voz de Jonatan gritando meu nome. Olho para baixo e lá estava ele com os braços estendidos.

- PULE! EU TE SEGURO! - ele grita.

Por um momento, eu hesitei. Não sabia se ele iria aguentar meu peso, mas ele era meu melhor amigo e não ia deixar que eu me ferisse. Então, reunindo toda a pouca coragem que eu tinha, pulei.

Tudo aconteceu rápido demais. Fechei os olhos enquanto caía, e em milésimos de segundo eu já me encontrava segura nos braços de Jonatan. Lentamente abri meus olhos, e vi seus braços em volta de meu pescoço e minha cintura.

- Você conseguiu. - comentei, admirada.

- Eu não iria te mandar pular se eu não tivesse certeza que iria conseguir pegar você. - ele comentou enquanto me colocava no chão.

Antes de eu ter tempo de responde-lo, ele pegou em minha mão e saiu correndo. Consigo ouvir a porta principal da casa se abrindo e vejo o pai de matheus saindo de lá, ainda com o taco de beisebol nas mãos, correndo em nossa direção.

Apresso ainda mais o passo. Ele não iria nos alcançar, disso eu sabia, mas no momento eu estava pensando na polícia que eles tinham chamado.

Após alguns vários minutos correndo com Jonatan segurando minha mão, a gente decide parar em uma espécie de praça que ficava no cruzamento entre quatro ruas.

Eu tinha a sensação de que meu coração ia sair pela minha boca. Os pais de Matheus ja tinham sido despistados a muito tempo, mas nossa preocupação no momento era a polícia.

Na pracinha tinha um banco de dois lugares bem no centro, ao lado de uma árvore. Nos sentamos ali, ofegantes.

- Você acha que a polícia irá nos achar? - perguntei, com a voz ainda falhando pelo cansaço.

- Não. Mas só para garantir, a gente já está bem longe.

- Obrigado por ter impedido que eu esborrachasse no chão. - digo, percebendo que ainda não o tinha agradecido.

- Eu quase peguei na sua bunda. Isso já foi uma ótima recompensa para mim. - ele disse, com um sorriso brincalhão no rosto.

Dou um soco no ombro dele e começo a rir sendo acompanhada por ele. Toda a frustação do momento estava sendo jogada para fora nesse momento de alívio. Toda a adrenalina que passamos estava agora se esvaziando.

Então, quando as risadas histéricas cessaram, eu olho no fundo dos olhos dele e ele faz o mesmo. Quase não conseguia ver seu rosto por conta da escuridão, mas ainda assim o achei particularmente lindo nesse momento.

Ele tinha me salvado. Ele me protegeu. Se não fosse por ele, eu ainda estaria tentando arrumar um jeito de descer daquela árvore por conta do meu medo de altura.

Um sorriso tímido toma conta de seus lábios. Ele começou a aproximar sua cabeça da minha, e meu coração começou a bater mais rápido.

Toda a adrenalina do momento, todo o perigo que passamos, agora tinha ido embora. Os acontecimentos passados nos deixou corajosos, e por um momento nada em volta importava.

Por um momento, ele parou. Ele abriu levemente sua boca, e por um momento eu achei que ele iria fazer algum comentário sarcástico falando que nunca beijara uma amiga que conhece a tanto tempo.

Mas então, ele fez algo que me surpreendeu. Colocou sua mão em meus cabelos e apertou. Me olhou no fundo dos olhos pela última vez. E voltou a aproximar seus lábios do meu.

A este ponto, eu já conseguia sentir o cheiro de seu hálito. Era uma mistura de menta com limão, e isso só me deixou ainda mais extasiada.

Em um momento, nossos lábios estavam realmente próximos. No outro, eles se encostaram bem levemente.

Seus lábios eram macios, meu cérebro parece que ia derreter, suas mãos no meu cabelo pressionava ainda mais o beijo.

E nos envolvemos em um apaixonado e lúxurioso beijo.

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