Capítulo 7

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Naquele dia, infelizmente, Jonatan não apareceu. Passei a tarde esperando por algum sinal dele, mas foi em vão. Quando já estava de noite, me preparando para ir dormir, minha mãe veio até o meu quarto pedir desculpas.

- Está tudo bem, mãe. Eu não tinha certeza se queria fazer isso, de qualquer maneira. - e em parte, isto era verdade. Éramos amigos a tanto tempo, que não sei oque poderia acontecer caso tentássemos algo além disso.

- Então qual é o homem perfeito para você? Aquele que você mal conhece e já quer viver uma vida inteira com ele? - ela disse, um pouco zangada.

- Porque você está fazendo isso? - perguntei, e ela me olhou confusa. - Porque você quer tanto que eu fique com o Jonatan?

- Porque eu sei que ele te conhece. As vezes eu acho que ele te conhece mais do que eu. - ela comenta. 

E então, eu percebo que é verdade. Jonatan realmente conhecia bastante coisa de mim. Ele sabe muito bem cada um dos meus defeitos, assim como as qualidades. E é a mesma coisa com ele. Eu conheço cada defeito dele, até mesmo os mais inúteis.

E, com um espanto, eu percebo que amo muito mais os seus defeitos do que suas qualidades. Ele uma vez tinha me contado que odeia quem usa muito emoticons no facebook, e eu tinha rido muito daquilo naquele dia.

Outra vez, ele tinha me contado uma história sobre como foi seu primeiro beijo, e desde aquele dia meu subconsciente involuntariamente fica imaginando como seria se tivesse sido eu no lugar daquela menina.

- Eu acho que você está certa, mãe. - confesso após alguns segundos de silêncio. Ela me olha com uma cara que parecia dizer: "É claro que eu estou certa."

- É claro que eu estou certa.

Eu realmente sou muito boa em interpretar expressões.

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No dia seguinte, eu não consegui juntar forças para levantar. Na noite anterior, tinha feito a bobeira de ficar até tarde mexendo no celular. E agora, eu estava pagando o preço. Quando meu despertador tocou, cliquei no botão de Soneca, porém para a minha tristeza, segundos depois minha mãe abre a porta do quarto.

- Vamos, acorda. - por um momento, eu achei que o sono me estava fazendo ouvir coisas. Mas quando eu sentei na cama, levei um susto.

Ao invés de ser a minha mãe me chamando todas as manhãs, como de costume, era Jonatan. Ele estava parado ao lado da minha cama, já de uniforme e com a pasta nas costas. 

Fiquei encarando ele por alguns segundos, e então eu lembrei que tinha acabado de acordar e não estava propriamente vestida. Quando ele percebeu minha confusão, soltou uma gargalhada.

- Surpresa! - ele disse, e então ao ver que eu estava parecendo um pimentão de tanta vergonha, resolveu se retirar do quarto.

- Volto em dez minutos, esteja pronta. - ele diz e então fecha a porta atrás dele.

- Preciso de vinte! - grito para ele ouvir.

E sem perder mais tempo, levanto da cama aos pulos procurando uma toalha para me enrolar nela. Não queria correr o risco de Jonatan voltar aqui e me olhar neste estado que eu estou.

Demorei certa de quinze minutos para me arrumar, e felizmente Jonatan tinha ouvido meu grito. Quando terminei, fui até a cozinha, onde ele estava conversando com a minha mãe. Tentei ouvir oque eles estavam falando, mas já estava na hora de ir para a escola e eu não podia me atrasar.

- Vamos logo. - eu disse para ele enquanto me dirigia para a porta. - Xau mãe, te vejo na hora do almoço.

- Até mais, querida. Se cuida!

E antes de fechar a porta atrás de mim, eu jurava que ela estava com um sorriso no rosto olhando para nós dois.


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