(Kayla na multimédia)
"Because at the end of the day, all we have is
ourselves and that has to be enough."
Quanto tempo se passou desde que este inferno começou? Um mês? Um ano? Dois? Quem sabe... Só sei que ele está aqui! Os mortos voltam á vida - se é que pudemos chamar isto de vida - e matam os que tentam sobreviver.
As cidades foram as primeiras a ser atacadas, talvez por ter muitas pessoas, não sei. Os lideres dessas cidades abandonaram-nas por conta e risco e talvez tenha sido por isso que muitas pessoas morreram nas primeiras semanas.
Anos se passaram e eu aprendi que, para sobreviver, não podemos confiar em ninguém nem desenvolver qualquer tipo de sentimento por outra pessoa porque nunca estamos seguros. Porque, ao final do dia, tudo o que temos somos nós próprios... e isso tem de bastar.
Caminho pela rua deserta, até chegar a uma casa branca, com um relvado verde, onde se encontram vários brinquedos partidos espalhados pelo mesmo. Certifico-me de que não há nenhum morto-vivo na estrada e ando, a passos largos, até á porta das traseiras.
Levo o dedo indicador á minha boca e ordeno a Dylan para que se mantenha atrás de mim. O rapaz de 7 anos obedece-me e eu empurro a porta de madeira com cuidado, agarrando a minha faca na mão esquerda. A porta range um pouco e eu amaldiçoo-a na minha mente por isso.
A casa encontra-se silenciosa e não parece haver vestígios de infetados ou pessoas dentro da mesma. Sigo em frente, até á cozinha, com Dylan agarrado á minha camisola. Abro os armários e retiro alguns enlatados, assim como comida empacotada e garrafas de água.
"Dylan, vai á sala e procura algo de útil nas gavetas." peço-lhe e o loiro assente, correndo até lá. "Grita se acontecer algo." falo alto.
Fecho os armários e observo o corredor, na parede estão fixadas fotos de família. Aproximo-me de uma moldura, observando os detalhes da mesma. A foto é de um casal, e tem escrito 'Verão de 2013, Monica e Ethan.'. Dou mais um passo em frente, mas calco um pedaço de vidro, o som ecoa por toda a casa e numa questão de segundos, sinto a ponta de uma arma contra a parte de trás da minha cabeça e ouço a mesma a ser destravada.
Viro-me rapidamente, segurando a minha faca firmemente e dou de caras com um rapaz da minha idade. Ele olha para mim desconfiado, os seus cabelos castanhos escuros caem pela sua testa e os seus olhos azuis estão parcialmente escondidos por um chapéu de xerife que o deixa ridículo e sexy ao mesmo tempo.
Mais ridículo do que sexy...
Encaro-o com os olhos semi-cerrados e observo o cenário atrás de mim. O meu pequeno esquecimento de ter deixado a porta aberta, resultou em que um dos infetados entrasse pela mesma, de uma maneira incrivelmente silenciosa. Podia deixar o rapaz morrer, mas isso não seria sensato da minha parte. Antes que ele pudesse fazer algo, atiro a minha faca e esta vai parar á cabeça do infetado, fazendo com que o mesmo caia ao chão.
O rapaz de olhos azuis olha para o corpo inanimado atrás de si, mantendo a arma apontada a mim e eu tento retirar-lhe a mesma, porém o xerife antecipa-se a mim e, num movimento rápido, prende as minhas mãos atrás das costas com a sua mão livre e encosta-me á parede, pressionando o seu corpo contra o meu, para que eu não possa fugir.
"Larga-me, idiota!" tento soltar-me, mexendo-me freneticamente.
"Quem és tu?" ele pergunta agressivamente, enquanto pega na minha faca que previamente tinha caído ao chão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
• The Reason • ➳ cr/cg
HorrorDepois do começo do Apocalipse, o mundo ficou um caos. Pessoas morrem e tornam-se zombies, zombies matam pessoas, que morrem e, por si só, transformam-se em mais zombies. Um ciclo vicioso bem assustador onde só pelo facto de respirares, podes estar...