"Being afraid is what keep us alive.
No, it's what keep us breathing!
(...)
And then, I got it.
It's not being afraid that keeps me alive.
It's that smile
That damn smile..."Lavar a loiça não é uma tarefa entediante se for feita de vez em quando, mas quando é feita sistematicamente, dia após dia, torna-se na atividade mais difícil a realizar. No entanto, eu tenho de me despachar. Rick e o grupo estão a planear irmos a um armazém abandonado que Tyreese encontrou ontem, este está repleto de mantimentos como comida e alguns produtos de higiene e medicamentos. Foi realmente um jackpot, mas tudo me parece demasiado bom para ser verdade... Com certeza que não somos os únicos atrás daquele tesouro.
Ouço passos atrás de mim e olho para a janela à minha frente, pelo reflexo consigo ver Carl a entrar na cozinha com um copo na mão. Continuo a passar a esponja pelos pratos sujos que ainda tenho em cima da banca da cozinha, esperando que o rapaz de olhos azuis pouse o copo.
"Vens connosco?" ele pergunta.
"Estava a contar com isso, sim." respondo, secando o prato molhado com um pano e colocando-o no devido sítio.
"Não achas suspeito?" ele ergue uma sobrancelha.
"O quê?"
"Isto do armazém com imensa tralha." ele murmura, como se fosse um segredo. "Como é que ninguém, para além de nós, deu com aquilo?"
"Estava a pensar nisso, para ser sincera. O Tyreese disse que parecia que ninguém entrava lá à bastante tempo, mas eu não quero eliminar as suspeitas para já."
Carl assentiu, mostrando que concordava comigo. O seu olhar prendeu se no meu durante uns segundos. Fiquei à espera que ele dissesse algo, mas isso não aconteceu, pelo que decidi lavar o último prato que restava.
Carl continuava atrás de mim, provavelmente à espera que eu acabasse o meu serviço para ele colocar o copo na banca. Terminei de lavar e estendi a mão, ele entregou-me o copo, sem nunca desviar o olhar de mim. Entreabri a boca quando Carl se aproximou de mim, colando os nossos corpos, mas nada saiu da minha garganta. Ele não estava a tocar-me, a sua mão estava posicionada na bancada, mas o seu tronco estava pressionado contra o meu, enquanto trocávamos olhares tão intensos que eu fui obrigada a prender a minha respiração, devido à proximidade das nossas caras. O filho de Rick levou a sua mão até à minha, a que estava livre, e aproximou-se mais de mim, fazendo o meu coração saltar uma batida.
Todavia, o barulho que provêm da porta da cozinha faz com que Carl se afaste abrutamente de mim e eu deixe escorregar o copo da minha mão e ele embata com o chão, estilhando-se em mil pedaços.
As minhas bochechas rapidamente aquecem, tornando-as vermelhas e eu apresso-me a apanhar os cacos que estão no chão. Beth olha para mim, na ombreira da porta, com um sorriso e uma sobrancelha levantada.
"Não apanhes os vidros, vais-te cortar." Carl murmurou, para que só eu ouvisse. Também as suas bochechas estavam rosadas... Não o censuro, foi um momento constrangedor.
Ignorei o seu aviso e continuei a recolher os vidros, acabando por espetar um no dedo. Senti uma dor aguda no meu dedo indicador e logo sangue começou a escorrer por ele. Levantei-me num ápice e meti o dedo debaixo da torneira, para tentar aliviar minimamente a dor e limpar o líquido vermelho do mesmo.
"Eu avisei-te!" Carl murmurou, retirando a minha mão da água e envolvendo o meu dedo no pano de cozinha.
"Eu vim avisar que todos estamos prontos a sair." Beth diz, ainda um pouco confusa com tudo o que aconteceu em apenas alguns segundos.
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• The Reason • ➳ cr/cg
HorrorDepois do começo do Apocalipse, o mundo ficou um caos. Pessoas morrem e tornam-se zombies, zombies matam pessoas, que morrem e, por si só, transformam-se em mais zombies. Um ciclo vicioso bem assustador onde só pelo facto de respirares, podes estar...