"And I'm going to be there...
Always."Coloco a minha mão na parede fria e cinzenta, reparo nos desenhos quase invisíveis que ela têm. Há um espelho partido pendurado na parede, olho para o meu reflexo nele e suspiro fortemente ao ver a minha imagem. Os meus cabelos castanhos e lisos estão despenteados, as minhas olheiras estão muito fundas, realçando os meus olhos cinzentos, tenho um ar cansado e os vestígios de lama e sangue são bem visíveis na minha pele.
"Posso?" uma voz doce pergunta á entrada da cela. Olho para lá e vejo uma rapariga loira, com um sorriso enorme no rosto, a segurar dois sacos. "Sou a Beth. Trouxe-vos isto. Vão precisar."
Ela estende os dois sacos. Tiro-os das suas mãos e ela dá-me um sorriso antes de sair da cela, ao qual retribuo. Olho para dentro dos sacos e entrego um a Dylan, dentro dos sacos tem várias roupas e produtos de higiene.
Levo Dylan até um dos compartimentos de duche e pergunto se ele precisa de ajuda para tomar banho, ao qual ele responde que já é demasiado crescido para precisar da minha ajuda nessa tarefa. De seguida, dirigo-me ao compartimento ao lado, caso ele precise realmente de ajuda e começo a despir-me, de seguida pressiono a torneira e um jato de água fria atinge o meu corpo. Sim, a água está fria, mas nem me importo. Sinto-me finalmente limpa e fresca. Lavo o meu corpo e o meu cabelo, tentando tirar toda a sujidade presente nele.
"Mana?" a voz suave de Dylan chama. A alcunha que ele me deu, causa-me arrepios. "Podes vir pôr-me o champoo?"
Rio baixinho com a sua pergunta, sabendo que, mais tarde ou mais cedo, ele iria precisar de mim, e abro o compartimento de Dylan, acabando por lhe dar o resto do banho.
Quando termino de tomar banho e de me vestir a mim e a Dylan, o cheiro a baunilha invade as minhas narinas. Nem consigo acreditar que este cheiro vem realmente de mim. Sinto-me melhor agora, como se as minhas forças tivesses a voltar gradualmente...
Só espero que este lugar seja o que aparenta ser...
[...]
"Eu quero ter uma função aqui dentro." Desabafo com Beth, a rapariga loira.
Passaram dois dias desde a nossa chegada á prisão. Como esperávamos, isto é realmente seguro e as pessoas são bastante simpáticas e de confiança.
Bem, eu tenho uma função. Ajudo Sasha e Michonne a matarem os walkers que estão perto da rede, e quando não o faço, ajudo Carol com a comida, mas gostava de fazer algo mais útil, como ir em busca de mantimentos, mas toda a gente acha isso demasiado perigoso...
"Não é assim tão simples Kayla." Beth diz-me, ajeitando a bebé, Judith, no seu colo. "O Rick não quer sujeitar a tua segurança até ter a certeza que podes exercer alguma função." Ela explica-me.
"Eles devem achar que eu não sei fazer nada..."
"Tu sobreviveste lá fora este tempo todo, com uma criança, podes ter a certeza que o Rick não acha isso. Ele só não te quer pôr em perigo ao dar-te uma tarefa para a qual não tenhas habilidade." ela termina."Preciso de ir á casa de banho. Tomas conta dela enquanto eu vou lá?" ela pede.
Ia recusar mas Beth nem me dá tempo para responder e entrega-me a bebé, saindo rapidamente. Observo Judith no meu colo. Ela permanece quieta e com os olhos quase fechados, passo os meus dedos pela sua bochecha e ela solta uma risada baixinha. Ela é tão querida...
Sinto-a ser arrancada dos meus braços e desperto do meu 'transe', olhando para a pessoa que pegou em Judith e vejo o rapaz de olhos azuis e com um chapéu de xerife, mais conhecido como a encarnação do diabo em pessoa.
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• The Reason • ➳ cr/cg
TerrorDepois do começo do Apocalipse, o mundo ficou um caos. Pessoas morrem e tornam-se zombies, zombies matam pessoas, que morrem e, por si só, transformam-se em mais zombies. Um ciclo vicioso bem assustador onde só pelo facto de respirares, podes estar...