"You can't do that.
You can't just break a person
into a million pieces
and treat them like crap,
and expect them to be okay with that. Apolozies don't fucking fix anything."Como tem acontecido nos últimos dias, acordo de madrugada. Está aquele silêncio constrangedor em que se pode ouvir até os próprios batimentos cardíacos e tão escuro que me dá arrepios. Levanto-me em silêncio e saio da cela, e caminho até lá fora. Não sei quais são as razões, mas não quero voltar a dormir. Ando pelos corredores escuros, tentando não ir contra nada e abro a porta do edifício. Sento-me na relva, a apenas dois ou três metros da cerca e fico abraçada aos meus joelhos. A cerca á minha frente está com um grande número de mortos vivos, todos á espera de poderem adquirir algum pedaço meu. Encosto a cabeça nos joelhos e penso no dia de amanhã. Haverá amanhã?
"O que estás a fazer aqui sozinha?" uma voz familiar pergunta, assustando-me.
Levanto a minha cabeça com calma e encaro o rapaz de olhos azuis.
"Não interessa." respondo, áspera.
"Não podes ficar aqui! Tens de voltar para a tua cela." diz ele, igualmente rude.
"Tu também estás aqui." provoco, continuando a olhar para a cerca, fingindo que ele não está aqui.
Carl puxa os seus cabelos para trás e bufa em frustração, cruza os braços no seu peito e olha para mim com raiva. Mas o que é que ele têm? Ele tem surtos de raiva por razões mínimas... Mas desta vez, eu não vou ser fraca e aceitar os insultos dele de mão beijada.
"Eu não tenho paciência para te aturar!" Carl reclama, um pouco alto.
"Então deixa-me em paz!" respondo da mesma maneira, levantando-me. "Não és obrigado a ficar perto de mim."
Ele dá um passo em frente, aproximando-se de mim e olha-me nos olhos. Neste momento posso ver o quanto zangado ele está comigo, os seus olhos azuis estão escuros e os punhos do moreno estão fechados e posicionados ao lado do seu corpo.
"Na verdade, eu sou." ele quase grita, assustando-me um pouco. "Anda tudo a tentar que eu crie uma amizade com alguém que não suporto."
O incómodo que senti no estômago quando ele proferiu estas palavras, foi rapidamente substituído por raiva e uma estranha vontade de enfiar a minha faca no olho do rapaz. (irónico né asdfghjkl)
"Somos dois, Grimes." cuspo, virando costas mas permanecendo no mesmo sítio.
"Sabes... podias ir embora daqui e nunca mais voltar." Carl diz, com a sua voz rouca. "Só dás trabalho e fazes com que eu perca a cabeça... a minha vida era muito melhor antes de apareceres. Devia ter-te deixado morrer na cabana." ele diz rapidamente, tropeçando em algumas palavras devido á raiva com que as profere.
Ouvir isso, foi como ter levado um soco no estômago, repetidamente. O famoso nó forma-se na minha garganta e os meus olhos começam a arder, pestanejo várias vezes de modo a não deixar cair nenhuma lágrima. Como é que ele consegue ser tão bipolar?!
Viro-me, olhando para o rapaz de olhos azuis, que me continua a olhar com raiva. Aproximo-me dele, olhando-o da mesma maneira.
"Tu és o pior tipo de pessoa que existe. Como és capaz de dizer uma coisa dessas a alguém?" rio com desdém. "Faz-te sentir melhor contigo próprio? Insultar e magoar as pessoas diverte-te?" elevo o meu tom de voz. "Sentes-te superior ao inferiorizar os outros, é isso?! Ou apenas o fazes porque queres que eu me sinta mal comigo própria e mostre que sou realmente fraca?!" grito. "És um cobarde, Grimes!"
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• The Reason • ➳ cr/cg
TerrorDepois do começo do Apocalipse, o mundo ficou um caos. Pessoas morrem e tornam-se zombies, zombies matam pessoas, que morrem e, por si só, transformam-se em mais zombies. Um ciclo vicioso bem assustador onde só pelo facto de respirares, podes estar...