7 Família Surpreendente

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A noite caia e com ela a pressão de se afastar das coisas que eu gosto e admiro. Vários pensamentos martelavam a minha mente e eu já estava ficando com dor de cabeça. Resolvi pegar meu celular meu fone e colocar uma música altíssima, no volume máximo. Em qualquer pessoa, aquilo ali aumentaria a dor de cabeça, em mim não! Aliviava mais a dor e amenizava o sofrimento que sem querer eu estava sentindo. 


Rolei minha lista de reprodução, proucurando a música mais triste que eu tinha, pois quando eu me sentia assim a alternativa era escutar músicas tristes. Escutaria uma alegre se ela agisse como antibiótico e fizesse algum efeito. A melodia escolhida por mim foi a música "I See Fire" do Ed Sheeran. Essa música me traz as lembranças mais felizes da minha vida, que na verdade se foram. Nem eu mesma entendo o porque dessa música me tocar tanto. A letra eu vejo que não tem absolutamente nada a ver com o significado que ela me traz, só que fazer o que quando você planta um laranjeira e sai limões como frutos...


Apaguei a tela do celular e coloquei-o emborcado no meu colo. Recostei minha cabeça no banco do carona do carro e fiquei encarando a lua através do vidro pelo o que pareceu uma eternidade.


"If this is to end in fire, then we should all burn together", cantei na minha mente.


Olhar para a redonda e iluminada lua cheia, me trouxe lembranças de quando eu, presa na cadeirinha do banco de trás do carro, perguntava para os meus pais o porque de a bolinha de pingue-pongue lá no céu seguia a gente. Bons tempos! Contra a minha vontade uma lágrima rolou dos meus olhos e a alternativa que eu vi foi abrir um discreto sorriso. Essas recordações eram felizes e traziam saudades. Grandes saudades!


Logo após, as imagens do dia de hoje veio a tona na minha cabeça. Tenho duas palavras, dez letras e um fato sobre hoje: Foi confuso!


Minha sensibilidade resolveu dar as caras com tudo, fiquei dezenas de vezes a flor da pele, beijei um garoto, uma certa pessoa de quem eu não gosto me chamou de "maninha" duas vezes...


Quem ele pensava que era? Fez uma aproximação comigo na qual nunca aconteceu e já veio me chamando de "maninha". Ele por acaso era meu irmão para me chamar assim? O.k., amigos que consideramos como irmãos podem nos chamar assim, mas com ele não era o caso. 


Chego em casa e recebo a notícia de que vou me mudar. Em cima da hora, e para um lugar que eu nunca fui, e desejaria nem ir. Pensei em desabafar com meu pai, que estava bem ali do meu lado, na direção do carro, mas não seria uma boa ideia. Ele não entenderia, afinal pensamentos são difíceis de traduzir em palavras.


Uma tristeza estava me invadindo e eu sabia muito bem o porque. Sabia que se minha mãe estivesse ali, nada disso estaria acontecendo. Mais lágrimas começavam a percorrer minha bochecha e não era mais por causa dos acontecimentos de hoje mais constrangedores da minha desnecessária existência humana. Era só... Por falta da minha mãe!


Ela até a uns dias atrás, fez a minha vida ter sentido. Agora que a perdi, descobrir o que é não ter chão. Assistia com ela aqueles realyts shows onde determinadas pessoas ficavam trancadas em uma casa por semanas, sem contato com ninguém fora os concorrentes e quando chegava dia de elimição, as pessoas que reencontravam suas famílias choravam, abraçavam seus familiares, ficavam enlouquecidos. 

Meu Infinito (SENDO REESCRITO)Onde histórias criam vida. Descubra agora