31 Anel

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Hoje é quinta e faz uma semana que eu e Isaac namoramos. Estou muito feliz com isso tudo. Ele me disse na escola que hoje a noite me levaria a um lugar especial para comemorarmos.
Parece estranho querer comemorar apenas uma semana de namoro, mas eu já vi casos que pessoas que comemoram vinte quatro horas, então o nosso caso é sem comentários.
Como seria a noite, depois da escola resolvi ir direto para alguma loja para comprar alguma coisa para ele com os poucos dólares que eu tinha comigo guardado.
Ele durante essa semana veio me dando tantas coisas, não seria justo, eu não dar nada, pelo menos hoje. Seria falta de consideração total.
Por falar em semana, com o passar da própria, consegui me recompor mais e parar de chorar a noite. Tem sido um sacrifício constante, mas eu estou conseguindo. Recuperei-me mais da morte dos meus pais, o que é bom. Ou... Não! Também tivemos vários ensaios com a banda. Por incrível que pareça, a ideia estava fluindo com harmonia, e arrasaríamos.
Enfim, comprei para Isaac um relógio de pulso - o mais barato que vi, pois não tinha tanto dinheiro.
Eu sabia que ele tinha muitos, mas eu não tinha nada mais para dar e chegar de mãos abanando seria vergonhoso. Por mais que ele não usasse, eu ficaria bem, sabendo que não deixei esse dia passar em branco. Estava também feliz, por essa semana inteira, Charlotte e sua cúmplice - minha prima - não cruzaram meu caminho. Não mexeram comigo, o que me deixou feliz. Talvez elas finalmente tenham enxergado que não valia a pena.
Estava finalmente chegando a hora de encontra-lo na sala para irmos. Esperei o momento o dia inteiro, tanto que foi difícil concentrar-se nas provas de trigonometria e álgebra de hoje.
Nos encontraríamos as dezenove horas, e para quem tinha acabado de chegar as dezoito e trinta, eu estava atrasada. Corri para o banheiro e tomei um banho. Fiquei feliz - pela milésima vez - pelo fato de vestir mais um par de roupa nova. Para ter uma ideia, a quantidade de roupa de Isaac comprara para mim, foi uma quantidade de usar todos os dias as roupas por pelo menos três meses, sem repeti-las.Abarrotou por completo meu guarda-roupa.
Vesti um vestido na cor verde escura que batia na metade da coxa. Ele é elaborado, fica difícil dar os detalhes. Coloquei uma sapatilha preta - colocaria um tênis se fosse adequado a ocasião, e não gosto de saltos - e fiz lindos cachinhos com o babyliss que Isaac também comprara para mim. A maquiagem ficou leve, apenas um rímel e um batom rosa - também não gostava tanto de maquiagem.
Peguei uma das várias bolsinhas que tinha agora, meu iphone e desci. Quando coloquei meu primeiro pé, no primeiro degrau da escada, avistei Isaac.
Ele estava um fofo!
Com uma camiseta branca polo, e uma calça jeans preta, rasgada em algumas parte. Alguns rasgões se concentravam mais no joelho, mas era apenas o estilo da calça. Seu cabelo estava ainda molhado, o que fez com que seus cabelos castanhos claro quase dourado, ficassem negros.
Quando ele me viu, ambos sorrimos. Desci correndo as escadas, e fui ao seu encontro, recebendo-o com um leve beijo.
- Estonteante como sempre - elogiou-me.
- Obrigada. Você também está lindo - ele apenas sorriu como agradecimento.
Entrelaçamos nossos dedos e seguimos para a garagem. Gentilmente ele abriu a porta do carona para mim, e sorriu logo em seguida.
Acompanhei-o com o olhar, ele dar a volta no carro. Fiquei pensando, que uma grande parte de mim já estava ligada a ele. Ele deu partida e me levou até um fino restaurante italiano. O melhor restaurante da região.
Fez o que ele sempre estava fazendo ultimamente - dar a volta no carro e abrir a porta para mim. Segurou minha mão gentilmente e levou-me para dentro do estabelecimento.
- Adoro comida italiana! - afirmei enquanto adentrávamos o local.
Sem dúvidas era um lugar fino, de classe. Apesar de ser sofisticado, tinha um ar meio rústico. Todas as mesas, eram precisamente com apenas dois lugares - o que faz aquele lugar ser um ótimo ponto para encontros.
Em uma distância moderada, encontrávamos pilares brancos o que deixava uma boa impressão. As paredes eram na cor verde - um pouco mais clara que meu vestido - e ao fundo do lugar, havia uma orquestra que tocava uma melodia suave e doce, incrivelmente relaxante.
- Eu sei que gosta. Você já me disse.
Não esperamos muito, para um garçom se aproximar-se de nós e nos indicasse uma mesa. A mesa ficou em um ótimo lugar; reservado e perto da janela, que esbanjava um lindo por-do-sol. Antes de sentar-me, Isaac puxou minha cadeira, e eu fiquei encarando-o enquanto fazia isso. Ele não cansava de ser tão galanteador e de usar tanto charme?
- Desejam fazer o pedido agora? - perguntou o garçom, com um dos braços dobrado e um pano pendurado e o outro nas costas. Seu sotaque italiano também não passou despercebido.
Isaac olhou para mim, para eu dar a resposta. Com um olhar respondi que sim, pois estava com fome.
- Sim.
Ele entregou-nos os cardápios e tirou de seu bolso um bloquinho de notas e uma caneta.
Fiquei examinando por um momento a lista de comidas do cardápio. Eram variados pratos, que eu já conhecia, e amava. Amava tudo o que vinha da Itália! Já tinha provado boa parte, todos os pratos eram deliciosos, e deixou-me com dúvida para escolher.
O garçom percebendo nossa dificuldade, tomou a frente e falou:
- No nosso cardápio, apresentamos vários pratos deliciosos, mas a sugestão do chef, também é uma ótima alternativa.
Isaac buscou novamente a resposta em meus olhos. A sugestão do chef deveria mesmo ser uma boa. Deixar alguém escolher por mim, seria melhor do que tomar o tempo do pobre garçom. Assenti para Isaac.
- A sugestão do chef - falou enquanto entregávamos de volta os cardápios - E para beber...
- Coca - sugeri.
- Coca.
O garçom confirmou, fez uma breve mesura e retirou-se. Quando ficamos a sós, Isaac fitou-me e sorriu torto.
- Que foi? - me peguei perguntando.
- Nada. Só é muito bom ficar te olhando.
- São incontáveis as vezes em que você disse isso - falei erguendo os cantos dos lábios.
- Você sabe que eu só digo a verdade. - podia parecer impressão, mas seus olhos transpareciam entusiasmo.
- Acho ótimo te ter comigo - falei sorrindo abobalhada.
- E você acha que eu não? Serei grato todos os dias por essa dádiva. - disse me fitando. Provavelmente querendo me ver ruborizada.
Ficamos conversando por um breve tempo, até que nosso pedido chegou. Uma macarronada foi posta a minha frente, com vários temperos, molho de tomate, acompanhado por um cheiro delicioso.
- Bom apetite! - desejou o garçom que afastou-se de nossa mesa.
Peguei o garfo, e dei uma abocanhada no macarrão. Estava divino! Sem querer, já tinha emitido um gemido de satisfação.
- Tá bom, não é? - indagou Isaac.
- Até demais!
Depois de mais alguns segundos comendo, ele começou um assunto:
- Fico feliz por saber que aos poucos se recupera do acontecido - ele não precisava dar mais detalhes para eu saber exatamente ao que referia-se.
- Pois é. Ficar sem meus pais está sendo muito difícil, mas eu estou conseguindo. Aos poucos estou melhorando. Eu fico chocada apenas por uma coisa.
- E o que seria essa coisa? - ele me fitou intensamente.
- Desde o acidente, que já vai fazer uma semana, as pessoas só sabem falar disso comigo. Me pergunto como estou, como me sinto em relação a isso, e por um lado é chato, porque as pessoas agora me enxergam como a órfã.
Ele encarou sua comida por alguns instantes que pareceram uma eternidade, e voltou sua atenção a mim.
- Talvez tenha alguns motivos que façam eles te olharem assim. Primeiro que você é um milagre. Quem diria que duas pessoas na mesma situação, no mesmo acidente, tomariam rumos tão diferentes? - dei de ombros - E outra, você está muito afetada, e você demonstra isso. Sua personalidade, não deixa você esconder seus sentimentos.
- Está me dizendo que eu sou um livro aberto?
- Certamente - falou comendo mais um pouco do macarrão.
Estava esperando o momento certo. O momento em que daria seu presente. Estava tão ansiosa. Eu nunca tinha dado nada para ele.
Ficamos conversando por... sei lá, horas! Pedimos sobremesa, falamos sobre tudo o que tinha direito, e parecia que o assunto nem chegava na metade. Ah, Isaac! O único que conseguia fazer me sentir no céu. Ou pelo menos sem os pés no chão.
Quando Isaac pediu a conta, eu finalmente tomei coragem e falei:
- Isaac, eu tenho uma coisa para você.
Ele me olhou surpreso, mais com o rosto cheio de felicidade.
- O quê?
Tirei de dentro da bolsa, a embalagem e entreguei a ele. Eu sabia que aquele relógio não era grande coisa, eu sabia, mas não podia simplesmente não dar nada.
O entusiasmo dominou-me por inteiro enquanto ele abria a caixinha. Seu olhar pareceu pular, brilhar quando viu o que tinha dentro. Pelo menos tinha agradado, e eu fiquei feliz por isso.
- É lindo Luany! - exclamou sorrindo torto. Aquele sorriso que eu tanto amava ver estampado em seus lábios.
- Gostou?
- Mas é claro! Eu amei! - exclamou como se fosse óbvio. Ele retirou a peça da caixa e imediatamente usou-o.
- Ficou bom? - questionou mostrando o braço.
- Sim! - falei feliz por ele ter gostado daquela coisa simples.
- Obrigado! Você é demais! - ele pegou minha mão e levou seus lábios até ela, sem tirar seus olhos dos meus. Aquilo me arrepiou por completo - Não imaginaria presente melhor. Olha... Também tenho uma pequena coisinha para você.
Mais uma?
- Para mim? - indaguei surpresa.
Não deveria estar tão surpresa, devia me acostumar com o simples fato de que Isaac me dará algum presente na primeira oportunidade que vier - de acordo com o próprio.
Ele tirou de seu bolso uma caixinha pequenininha, três vezes menor da que eu dera. Ela era recoberta com um veludo, na cor azul marinho.
- Feche os olhos.
Obedeci. Senti ele pegando minha mão direita, e mexendo nos meus dedos.
- Pode abrir.
Abri e imediatamente procurei minha mão em busca do que tanto ele mexia ali. Um delicado anel dourado, com uma adorável pedrinha de diamante brilhava ali, no meu anelar.
Ah, meu Deus, é perfeito!
Aquela pequena pedrinha brilhava a cada movimento que eu fazia com a mão, reluzindo com a luz. Eu fiquei sem palavras! Aquilo não era bijuteria! Estava longe de ser bijuteria!
- Não é bijuteria - ele falou rindo, parecendo adivinhar o que eu pensava.
- Isaac... Isso é... Demais! - estava difícil encontrar palavras para descrever aquilo.
- Acho que você gostou.
- Gostar? Gostar é pouco! Eu teria que inventar uma nova palavra para descrever o que eu achei.
- Que bom! - ele abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Acho que você deve ter gastado seus milhões inteiros com isso - brinquei olhando para a jóia. Não conseguia desgrudar o olho daquilo.
- Não exagere. Nem foi tão caro assim.
- Muito obrigada mesmo! Não consigo agradecer! - eu sorria feito uma boba - Meu presente nem chega aos pés deste!
- Pelo contrário. - ele discordou - Para mim, o que vale não é o valor que custou, e sim a intenção. A intenção vale mais do que qualquer valor em dinheiro.
Ah, só ele para me fazer sentir uma idiota!
- Mesmo assim, obrig...
Ia continuar, quando atrás dele, vi a cena mais tocante da minha vida. Não acredito que estava vendo aquilo a apenas quatro mesas de distância.
- O que foi loirinha? - indagou e logo depois virou-se, seguindo meu olhar.
- Eu não acredito! - murmurou, a decepção estampada em cada canto da sua voz.
- Nem eu!
Sua raiva pareceu aumentar quando viu a Lilian dar um beijo no homem que tinha puxado sua cadeira. A Lilian! Céus, a Lilian!
- O que ela está fazendo aqui? Com esse homem? - acrescentei.
- Quem dera eu soubesse - sua voz triste era de dar dó.
Meu Deus, a uma semana atrás ela estava em um relacionamento. Perdeu o namorado, e já está com outro! Naquele momento percebi que a única coisa que Lilian queria da vida era farrar.
Meu pai, apesar de seus quarenta anos, era um homem atraente. Carente, por ter perdido a esposa, precisando de atenção. A única coisa que Lilian queria, era um homem bonito ao seu lado, para satisfazer seus desejos, e tolo, meu pai cedeu aos seus encantos.
Vai saber quantos homens ela tinha enquanto estava aquele curto período de tempo com o meu pai. Aquilo me encheu de raiva desde o alto da cabeça até a planta dos pés.
- A conta senhor - o garçom parado perto da mesa, esperando a nossa atenção.
Visivelmente frustrado, Isaac apenas olhou rápido o papel da conta, sacou a carteira do bolso e pagou ao homem, que nos deixou sozinhos novamente.
- Me diz que não é ela - falou escondendo o rosto entre as mãos.
- Tá bom, não é ela - não foi o que ele pediu para dizer?
Ele sorriu sem nenhum humor.
- Sempre soube disso, mas nunca pensei que veria com meus próprios olhos.
- Disso o que?
- Minha mãe. Com mais de um homem. Sempre soube que ela traia meu pai. Tentei inúmeras vezes tentar alerta-lo, mas ele era cego de amor por ela, e não exergava a realidade.
Isso devia ser horrível. Não tem como imaginar, nunca passei por isso. Meus pais sempre morreram de amor um pelo outro.
- Lamento. Deve ser decepcionante ver isso - apontei discretamente para mesa onde eles estavam.
Ele trincou o maxilar e começou a fitar o nada.
- Eu vou lá.
Ele já ia se levantando, quando eu o segurei.
- Não, não vai. Deixa, vamos embora, não vale a pena.
- Eu preciso ir...
- Não precisa não. Vamos logo sair discretamente, deixe ela para lá, ela não vai mudar com seu sermão na frente de todos.
Ele assentiu ainda com um pouco de relutância. Seguimos para a saída discretamente, e Lilian nem nos viu. Estava ocupada demais dando selinho naquele homem.
Isaac abriu a porta do carro para mim, e enquanto ele entrava no carro, verifiquei a hora. Eram onze da noite. Tínhamos passado bastante tempo ali. Quando ele ligou o motor e o painel do carro acendeu, ele também ficou surpreso com a hora.
- Nem pareceu que a hora passou.
- Pois é.
Ficamos nos encarando pelo o que pareceu uma eternidade, até que ele afagou minha bochecha com sua mão quente e abrasadora, e aos poucos, celou nossos lábios.
Fiquei totalmente imersa aos seus toques. Sua língua invadia minha boca de uma forma doce, enquanto me puxava para mais perto. Sempre, sempre ele provoca essas reações em mim, e eu fico sem saber o que fazer.
Os arrepios dominavam todos os meus membros e enquanto passava a mão pelo seu braço, via que com ele não era diferente. Aos poucos ele afastou seus lábios. Respiração ofegante, testas coladas, amor celado. Meu afeto por ele não tinha tamanho. Era indescritível, exclusivo!
- Te amo, demais! - sussurrei enroçando meus braços em seu tronco.
- Também te amo. Mais do que você pode imaginar.
Acabei que senti algo estranho. Uma sensação esquisita, mas ao mesmo tempo prazerosa. Como se a muito tempo eu sentisse algo especial por Isaac. Como se sempre o tivesse amado, mesmo sem saber disso.
- Temos que ir. Está tarde - ele falou. Coloquei o cinto e ele seguia com o carro para casa. Passamos o caminho inteiro em silêncio. Quando chegamos na mansão, notamos logo uma coisa estranha.
- Por que esses carros estão estacionados aqui? - perguntou Isaac enquanto entrávamos com o carro na garagem.
A entrada da mansão estava abarrotada de carros diferentes e uma suposta música estrondosa saía la de dentro.
- Não sei. E que música é essa que está vindo lá de dentro?
- Não conhece? É "All night", Icona Pop. Come on baby we can hit the lights. Make the wrongs turn right. We can smash the club, make the pop go rock. With a love this deep, we don't need no sleep. And it feels like we could do this all night. We could do this all night. Yeah, everything is alright.
E ele continuou a cantarolar a música.
- Não estou falando disso, eu conheço sim a música. Estou falando do porque de ela estar tocando lá dentro, em um som tão alto, a essa hora.
- Ata, é isso. - ele abriu a porta para mim - Também estou querendo saber.
Ele travou o carro e caminhamos até a entrada. A cada segundo que nos aproximávamos da entrada, a música ficava mais alto e agora se escutavam gritos enlouquecidos. A porta estava entreaberta, então nem usamos a chave. Quando abrimos a porta, nos deparamos com um completo e verdadeiro caos.
A sala estava abarrotada de pessoas - a maioria da nossa escola. Pessoas enlouquecidas, dançando, gritando, bebendo! Cara, bebendo! A música fazia tudo vibrar.
- O que é isso? - indaguei gritando para Isaac me ouvir.
- Só pode ser coisa da minha irmã - respondeu com raiva, olhando em volta.
Por coincidência, Charlotte vinha em nossa direção, acompanhada de Jennifer. Elas estavam com copos na mãos, ambas andando como se fossem perder o equilíbrio a qualquer momento.
- E aí mano? - balbuciou Charlotte aproximando-se de Isaac, e logo depois caindo em seus braços.
Sua voz estava irreconhecível. Ela estava... bêbada?
- Charlotte, o que deu em você? - vociferou Isaac para a irmã - Você está bêbada?
- Não, que isso, estou muito bem - Charlotte falou. Era visível que ela estava fora de si.
Já estava horrorizada com ela, até olhar para minha prima. Ela estava na mesma situação. Não dava para crer!
Isaac não parava de gritar com Charlotte, segurando-a com força pelo o braço, mas acho que os gritos, não eram muito por raiva, era mais pelo volume alto da música.
- ...perdeu o juízo?... - só consegui escutar isso de seus gritos.
- Ah, Isaac deixa ela - dessa vez, foi a vez da Jennifer falar. Ela por um momento perdeu o equilíbrio e sua sorte, foi Isaac estar ali para pega-la.
Tinha certeza de que ela estava bêbada, mas também tinha certeza de que aquela queda, foi tão falsa quanto ela. Ela fez aquilo, apenas para tocar em meu namorado, pois ela também sempre gostou dele. Ela não se conformava, desde quando eu lembro a mais ou menos um ano, que Isaac nunca deu a mínima para ela.
No nosso colégio, a mira da maioria das meninas, é apenas o Isaac, sua beleza e bondade é inconcebível. Fui sortuda por eu ser a mira dele. Muito sortuda!
Jennifer estava incluida nesse grupo de meninas, e não se conformou pelo fato de agora ele está namorando comigo.
Enquanto Isaac colocava Jenna de pé de volta, ela ficava passando a mão nele, em muitos lugares. Eu via o esforço do meu namorado para se esquivar, enquanto resmungava para ela parar, mas ela estava abusando. Eu simplesmente senti meu sangue ferver nas veias.
- Já chega Jennifer! - berrou Isaac desistindo, e empurrando ela para trás, que saiu cambaleando - Charlotte, ainda vamos conversar - ele se direcionou a irmã - Ainda não estou acreditando no que você fez, espero que nossa mãe saiba disso, porque se não souber, ela vai descobrir da pior forma possível e eu mesmo irei me encarregar disso - seus olhos estavam coberto de fúria - Vamos Luany, nem sei porque ainda estamos aqui.
Isaac pegou minha mão, e saiu puxando-me com delicadeza para a escada. Foi difícil atravesar a sala. As pessoaa dançavam de uma forma proibida, e bebiam bebidas alcoólicas. Aquele pessoal era realmente as pessoas da escola que eu conhecia?
Fiquei feliz por não avistar nem Courtney, nem Alexia ali. Seria decepcionante encontra-las no meio daquilo, mas eu devia imaginar. Charlotte não gostava delas mesmo, jamais a convidariam. Mas bem... Ela gostava de Jacob, e nem por isso ele estava ali. Fiquei feliz também por saber que não me decepcionaria com isso.
Após subirmos as escadas, Isaac abriu minha porta do quarto e entrou junto comigo. Ali em cima, o som da música era mais abafado.
- Como Charlotte teve coragem de colocar bebida alcoólica nessa festa? - ele indagou indignado, andando pelo quarto de um lado para o outro. Eu estava apenas sentada na cama, escutando o que ele dizia, e ficando tonta com seus movimentos. - Corrigindo, como ela fez essa festa? Minha mãe deve estar fora de casa a muito tempo mesmo.
Ele ria de nervoso.
- Eu não reconheci - ele balançava a cabeça, finalmente parando e se sentando ao meu lado - Eu não reconheci minha irmã. Ela estava... Bêbada. Eu não acredito. Não dá! - ele escondeu seu rosto nas mãos.
Acariciei suas costas. Dava para imaginar sua dor. Charlotte para mim, podia ser a pior pessoa do mundo, mas para ele... Não era! Ela era sua irmã, e ele a amava, e devia doer ve-la naquela situação.
- Deve ser horrível para você.
- Horrível é pouco! - ele levantou sua vista para mim - Sabe... Sua prima é bem irritante.
- Eu que o diga - revirei os olhos - Só estava esperando um momento certo para dar um tapa na cara dela.
Ele sorriu.
- Deve ser feio falar isso, mas eu ia te apoiar. Olha... - ele conferiu as horas. Do relógio que eu dei para ele. Isso me deixou muito feliz - Já são meia noite. Descansa, amanhã temos um dia cheio. Também vou dormir agora.
- Adorei o dia hoje, apesar de alguns contratempos desagradáveis.
- Eu também - ele sorria torto - Obrigado pelo relógio. Eu amei, de verdade.
Abaixei meu olhar para o anel. Aquele precioso anel! Tão perfeito!
- Sem palavras para descrever seu presente. Obrigada! - eu abracei-o forte.
- Fico feliz em poder lhe agradar.
Ele encostou nossos lábios, e me deu um breve beijo. Breve! Se afastou muito rápido para o meu gosto. Deixou meu quarto com um sorriso, que não deixava mais a minha mente.
Tentei relaxar, tomei um banho, coloquei meu pijama, e apaguei a luz. Estava tentando dormir mais muitas coisas me impediam. Uma delas, era a música absurdamente alta que tocava lá embaixo.
Me revirava na cama feito louca, com o travesseiro tampando o rosto, até acabar o ar. De qualquer forma não dava. Mas acima de todos os motivos que não deixavam eu dormir, um não deixava de estar presente: Isaac.

Meu Infinito (SENDO REESCRITO)Onde histórias criam vida. Descubra agora