29 Charlotte (Isaac)

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Foi o dia mais divertido que já tive em toda a minha existência! Passar o dia com a minha loirinha foi algo impagável!

Estava com sono. Muito sono. Entrei no banheiro tomei e um banho morno. Para dormi, preferi ficar só de cueca. Podia estar meio friozinho, mas eu estaria embaixo do meu edredom.

Apaguei a luz e deitei na cama e relaxei. Estava exausto. Até gostaria de dormir, mas minha mente só ia em direção a Luany.

- Acorda seu imbecil! - gritou a voz de Charlotte puxando o lençol de cima de mim e ligando a luz.

Estreitei os olhos me adaptando com a claridade e vire-me para minha irmã. Encontrei-a com uma mão segurando meu lençol e a outra na cintura. Me encolhi, pois diferente de mim, ela estava apresentável.

- Você tem algum problema Charlotte?

- Eu? Nenhum. - falou com deboche.

- Me devolve o lençol agora - falei pegando um travesseiro tampando o possível de mim e indo em direção a ela para tirar o edredom de sua mãos.

Ela desviou e disse:

- Passamos nove meses de nossas vidas vendo um ao outro pelado, está reclamando de que?

- Não é o mesmo - retruquei conseguindo pegar o lençol.

- Lógico que é, mas enfim, o que você tem nessa sua cabeça?

- Do que está falando? - perguntei caçando uma bermuda.

- Porque está namorando com aquela garota?

- Aquela garota tem nome.

- Não me diga! - exclamou jogando o cabelo para trás - Nem sabia! Não foge do assunto, me responde logo.

- Nunca devi satisfações da minha vida amorosa a ninguém.

Ela gemeu e bufou de raiva.

- Você não pode ficar com ela.

- Veio aqui para dizer com quem devo ou não devo ficar? Lamento informa-la maninha, mas não vai funcionar - falei já sem paciência e ficando frente a frente com ela.

- Isaac, eu te conheço. Desde quando aquela garota entrou nessa casa, você não me dá mais atenção. Só sabe ficar com ela. Principalmente de dois dias para cá.

Ah, então o caso era ciúme? Percebi nesse mesmo momento que Charlotte só tinha dezoito anos na identidade. Na cabeça, na personalidade parecia ter apenas cinco.

- Ela acabou de perder o pai.

- Eu também. E nem por isso você me deu tanta atenção desse jeito.

- Luany também perdeu a mãe.

- Se você ainda não notou, - ela começou a se alterar - a gente também não tem mãe. É como se não tivesse, pois ela só vive trancada no escritório dela, marcando reuniões e atendendo telefonemas e única pessoa que me resta que é você, me deixa por causa de uma paixão passageira.

Ela não sabia de nada. Minha relação com Luany estava longe de ser uma paixão passageira.

- Me desculpe por isso - redimi-me abaixando a cabeça.

- Desculpado, agora termina com ela.

Eu simplesmente gargalhei. Joguei-me na cama e rolei de rir. Não era possível que ela estava fazendo toda aquela ceninha por isso. Ridículo...

- Isso seria a última coisa que eu faria na minha vida. - estrilei tentando recuperar o fôlego - Na verdade, nem última coisa seria, eu simplesmente não faria.

Meu Infinito (SENDO REESCRITO)Onde histórias criam vida. Descubra agora