11 Viagem

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O sol forte batia no meu rosto me impedindo de continuar com meu prazeroso sono. Abri meus olhos e a quantidade de claridade me surpreendeu, até eu notar que estava na sacada. Tinha dormido ali. Avistei os dois pufes ali no mesmo lugar. Levantei-me notificando-me do risco que corri. Isaac mesmo tinha dito isso. Peguei os pufes e os levei para seus respectivos lugares.

Estava precisando de um banho com urgência, mas dessa vez seria diferente. Eu já sei onde é o banheiro. Procurei minha toalha e corri para o banheiro. Durante o banho, refleti para onde iria depois de sair dali. Precisava fazer muitas coisa. Falar com meu pai, falar com a Alexia, falar com o Jacob... Terminei meu banho, e fui pegar algo para vestir. Peguei minha calça jeans escura, - uma das pouquíssimas que eu tinha - e uma blusa básica de mangas na cor preta. Calcei meu all star preto e sai pelo corredor refazendo o único caminho que eu conhecia. O do meu quarto para a sala de estar.

Abri minha porta, e avistei a de Isaac fechada. Fui andando vagarosamente pelo corredor, analisando as pinturas. Tinha pinturas de tudo. De objetos, de pessoas da própria família. Parei quando vi uma pintura bem interessante de quatro pessoas. Lilian, um homem que não pude identificar, e duas crianças. Um menino e uma menina. Como Lilian parecia bem mais jovem, deduzi que as crianças eram Isaac e Charlotte e o homem, o pai deles. É incrível a semelhança que Isaac nos dias de hoje tem com o pai naquela época. Voltei ao meu caminho e fui descendo as escadas.

Ainda nos primeiros degraus, vi Charlotte histérica no sofá com um envelope na mão, meu pai em pé e logo ao lado dele, alguém que eu esqueci que poderia ser de confiança, que na verdade era. O diretor Carlos, que fora da escola, era meu segundo pai. Desci as escadas correndo eufórica, e gritei:

- Carlos!

Ele tirou sua atenção do meu pai, quando viu eu me aproximando dele. Dei o maior abraço que pude nele e ele retribuiu.

- Luany! Como vai a minha favorita?

- Vou bem.

Meu pai fez tipo um pigarreado, para eu também notar que ele estava ali.

- Ah, oi.

- Mocinha, eu contei para Robert todo o acontecido de ontem, e vi que ele não sabia de quase nada.

Eu corei. Nunca reparti com meu pai minha vida pessoal. Esse era como se fosse o trabalho da minha mãe, eu sempre falava tudo para ela. Eu sei que ontem acabei falando tudo o que aconteceu comigo para meu pai por cima, mas entrar em detalhes que eu beijei o Jacob... Logo ele que meu pai conhecia e depositava confiança.

- Desculpe-me... - cochichei encarando o chão.

- Minha favorita nunca fez nada de errado certo? - Carlos levantou minha cabeça pelo queixo com o indicador - Portanto, ela deve ter um bom motivo de ter feito isso. - ele piscou para mim.

- Espero que sim. - meu pai permaneceu quieto, mas me lançou um olhar de "depois a gente conversa".

- Mas e aí, como foi sua primeira noite aqui? Ser irmã de Isaac Harris é trabalho duro. - Carlos perguntou.

Carlos sempre sabia de tudo. Absolutamente tudo! Ele provavelmente sabia dos planos do meu pai de vir para cá, afinal, eles eram melhores amigos.

- Pior que é mesmo, e tirando uns incidentes que aconteceram ontem, a noite foi o.k. - afirmei.

- Isso é bom. Creio que aqui terá tudo o que merece. - Carlos afirmou.

Mas o que ele não sabia, era que eu não queria nada dali.

- Bom, irei parar de enrolar. Tenho uma surpresa para você. - anunciou meu segundo pai.

Meu Infinito (SENDO REESCRITO)Onde histórias criam vida. Descubra agora