22 Posso Chamar Amor (Isaac)

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Não o faria. Não mais. Depois de ouvir da própria Luany, que ela sairia do país, não poderia mais prende-la entregando-lhe a carta que eu fiz. Isso só faria ela não querer ir. E se ela não fosse, me sentiria eternamente culpado.

Ela está se relutando demais quanto a isso, mas eu não deixarei-a jogar seu sonho fora por causa de mim. A ideia de ve-la com outro homem, me dava nos nervos, o que consequentemente irá acontecer.

A não ser... Que eu fosse com ela! Mas... Não daria certo. Tenho aqui a faculdade que irei entrar ano que vem, e também tenho a banda, que se der certo, irá tomar todo meu tempo. E também tinha Charlotte. Me sinto praticamente na obrigação de cuidar dela e dar atenção, coisa que nossa mãe não faz.

Ela pode ter um gênio forte - bem forte - mas eu também a amo demais e a única coisa que ela quer, é atenção. Lotte sofreu mais do que ninguém com a morte de nosso pai.

Separei meus lábios dos doces lábios da Luany. Seu cheiro inebriante era absorvido por mim. Ela era tão linda.

- Me diz uma coisa - falou com o rosto a centímetros de distância do meu e ainda ofegante - Se fosse você na minha situação, você iria, ou ficaria?

Apenas abaixei a cabeça um pouco em resposta.

Ela me pegou de surpresa. Lógico que eu ficaria, mas se eu dissese isso, iria incentiva-la mais ainda a ficar, e se eu dissese que não, daria a impressão que eu não me importava com ela. O que não é verdade, eu a amo.

- Me responde - murmurou.

Acho que o meu silêncio respondeu tudo.

Ela deu uma volta por mim e sentou na beirada da minha cama de casal.

- Tá vendo... Eu não vou.

- Você vai. Por favor - e foi aí que eu tive uma ideia - Seja minha.

Ela me olhou confusa.

- Vou te explicar melhor...

Estávamos nesse insuportável jogo de quem diz "eu te amo" primeiro. O problema era esse, ninguém queria ser o primeiro ou primeira. Ela me amava, disso eu não tinha mais dúvidas, assim como eu amava ela. O orgulho infelizmente falava mais alto. Finalmente eu deixei de lado esse orgulho bobo.

- Lembra no sábado, lá na sacada, quando eu disse que meu lema era "viver para amar e amar para viver"? - ela assentiu - Então... eu troquei. Agora é "viver para te amar e te amar para viver".

Seu sorriso tomou conta de seu rosto perfeito. Talvez ela estivesse tão hipnotizada com minhas palavras, que não parava de exibir seus dentes brancos e alinhados. Eu continuei:

- Enfim... Não quero te perder, ou melhor, não posso te perder. Vai para sua viajem, mas eu quero que saiba, que eu estarei aqui quando voltar, te esperando para ficar com você para sempre.

Seus lindos olhos castanhos ficaram marejados. Ela levantou e me abraçou com toda força e eu retribui seu abraço.

E essa era a minha "brilhante" ideia. Mas se dependesse de mim, eu me guardaria para ela, para quando ela voltasse. Ela ia voltar, é isso que importa.

- Eu te amo - sussurrou no pé do meu ouvido o que me fez arrepiar.

Peguei-a no colo, e coloquei-a em pé em cima da cama.

- O que está fazendo? - perguntou rindo e chorando ao mesmo tempo.

Ajoelhei-me no chão em frente a cama e peguei sua mão. Ela riu mais ainda. Não entendo, para mim aquilo estava mais que sério.

Meu Infinito (SENDO REESCRITO)Onde histórias criam vida. Descubra agora