Capítulo 24

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1...2...3...4...5...6...7...8...9...10 - Fechei os olhos tomando uma lufada de ar, ainda observando estática do meu pedestal, suas costas estavam á mostra, enquanto os soldados batiam com força na sua carne alva agora já vermelha, seus olhos permaneciam grudados no chão.

- 18...19...20...21...22...23...24...25... - Lúcifer levantou uma mão, o nephil parou de imediato e eu o observei nervosa.

- Ajoelhe-se e eu lhe pouparei das outras 25 chibatadas. - Disse Lúcifer calmo, quando Hunter não respondeu o nephil o deu mais uma chibatada e Hunter gritou, ele arqueou as costas pela dor e então levantou a cabeça me encarando.

- Eu nunca me ajoelharia á você. E sei que você também não fará isso. - disse dirigindo-se á mim, Lúcifer olhou de mim pra ele e então acenou para o nephil que prosseguiu com as chibatadas, Hunter me encarou até o segundo que o chicote foi contra sua pele.

Inspirei e subi as escadas, entrando em um dos vários corredores. Hunter... Hunter... Hunter... Minha mente pulsava com a palavra que ecoava, Hunter... Meu amigo.

- Minha cabeça doía. Uma parte da mente parecia conflituar com a outra. Fechei os olhos me encostando na parede fria. Hunter...
O nome pulsava, é só um nome.
Um rosto.
Alguém.
Minha cabeça pulsou.
Não, não era só um alguém, era meu amigo, o amigo que havia me guiado, o amigo que havia me salvado, o amigo que se sacrificaria por mim!

Meu corpo despencou no chão, lágrimas quentes descendo, as chibatadas vivas na minha mente como se fossem dadas nas minhas próprias costas, inspirei abraçando meu corpo, era como se uma parte minha estivesse tentando sufocar a outra.
Braços fortes me levantaram, seu cheiro invandido meus pulmões, inspirei com força enquanto ele aninhava minha cabeça em seu peito.

- Shhh, eu sei... Vai ficar tudo bem. - disse Connor baixinho, o empurrei enquanto secava meu rosto.

- Não! Já está tudo bem. Ele não é nada. Você não é nada! - disse insistindo no mantra que me forçaram á aceitar, Connor balançou a cabeça.

- Você não acredita nisso. Sei que a minha Hope ainda está aí, em algum lugar.

- Você não tem uma parte de mim. - Zombei. Ele riu baixinho.

- Tenho sim. A melhor parte. - disse aproximando-se novamente, balancei a cabeça.
- A parte teimosa.
A parte que mesmo quando cai, levanta e luta.
A parte que nunca desiste.
Que nunca desistiu.
A parte que mesmo tendo tudo arrancado de si, ainda se importa com o amigo. - balancei a cabeça, meus olhos marejando, Connor se aproximou mais, sua boca proxima á minha.
- E se eu dissesse que eu te amo? - balancei a cabeça.

- Diria que é uma péssima idéia.

-Bom... Mas eu amo, por esses e outros incontáveis motivos. - disse dando de ombros. -
E não há nada que você diga ou faça que possa mudar isso. - Nesse momento algo estalou dentro de mim. Na minha cabeça veio todas as coisas que passei com Connor, nosso violento primeiro encontro, suas investidas nada sutis, seus beijos, suas palavras nada suaves carregadas de sentimento, joguei meus braços no seu pescoço, entoando um desesperado "Me perdoe"... Abafado contra seu pescoço, ele me afastou um pouco, me encarando, e deslizando o dedão pela minha bochecha.

- Só preciso saber que você voltou pra mim. - sorri.

- Eu nunca fui embora. - disse firme, ele sorriu e me enlaçou pela cintura enquanto seus lábios me beijavam quase que desesperadamente.

(...)

- Connor segurava a minha mão fortemente, como se no simples ato de me soltar eu fosse esvair- me.

Hope Legado de sangue ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora