Capítulo 13

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Segurei o corpo fraco de Mari contra o meu a puxando, seus gritos continuavam á ecoar pelos túneis vazios e escuros, o alfa recuou um pouco, parecia querer ver o estrago que fizera, meu coração estava pesado, as lágrimas presas na minha garganta como um bolo que não descia, seus olhos verdes e brilhantes atormentados pela dor tortuosa da mordida.

- Pegue - Hunter gritou me jogando sua espada que caiu á alguns centímetros de mim, tentei ergue-la... Era pesada demais, o desespero voltou á me abater, e então Connor pulou em cima da besta e cortou sua garganta, sangue negro espirrou em mim e em poucos minutos o corpo da criatura tombou, com suas companheiras fugindo em seguida, Max correu até mim e ergueu Mari em seus braços, Connor me ajudou á ficar de pé.

- Você está bem?! - Assenti ainda assustada, Mari suava, suspirava de dor, gritava, gania, é como se um animal indefeso estivesse morrendo, meu rosto agora estava tomado por lágrimas que insistiam em trair minha dureza. Hunter me entregou minha adaga guardando sua espada, Connor olhou ao redor avaliando nossa situação, eu segurava a mão de Mari enquanto Max tentava acalma-la, Connor pegou minha adaga.

- Já chega! - disse partindo em direção á ela, pulei em sua frente.

- O que vai fazer? - Indaguei preocupada, ele balançou a cabeça.

- Ela não pode continuar sofrendo. - Não entendi o que ele pretendia mas em poucos minutos Hunter estava ao lado dele.

- Isso só vai piorar! - disse enquanto tomava sua adaga Connor bufou.

- Prefere que ela continue gritando e atraia mais alguma coisa até nós? - Hunter devolveu a adaga e Connor marchou até Max que a segurava firmemente, seus olhos vermelhos denunciavam que também não aguentaria vê-la daquela forma por muito tempo.
Foi então que Connor estendeu o próprio braço e fez um corte, acima do pulso, quase no antebraço.

- Abra a boca dela e a segure! - Fiz o que ele ordenou, Mari gritou e esperneou, enquanto Connor deixava algumas gotas de seu sangue jorrarem contra a boca pálida. Quando finalmente tirou o braço ela se revirou perturbada, e então alguns minutos depois caiu no sono.

Connor limpou a adaga e me devolveu.

- Vai tratar o veneno da mordida e faze-la sentir menos dor, algo como uma anestesia. - Assenti, Max e eu respiramos aliviados, Hunter guardou o mapa que estudava até então.

- Tem um conjunto habitacional aqui perto, talvez possamos ficar lá... Até que Mari se recupere,  será impossível prosseguir com ela nessa situação. - Connor assentiu.

- Tem mesmo, a maioria das casas lá foram abandonadas e eu sei como chegar.

Todos concordamos com a ideia, entramos pelo túnel direito e depois de quase meia hora de caminhada achamos uma saída pro térreo, Max continuou á carregar Mari mesmo depois de Connor e Hunter se oferecerem, ela continuava á dormir. Depois de mais uma hora de caminhada chegamos aos destroços do que um dia foram belas casas, Connor tinha razão quase todas estavam abandonadas, entramos na primeira que ainda tinha uma porta. Connor conseguiu abri-la, lá dentro estava quase tudo intacto, apesar da sujeira, aparentemente a família que morava ali optou por fugir.

Subimos pro segundo andar onde achamos alguns quartos e depositamos Mari no de casal, ela começava á suar e sussurrar coisas incompreensíveis, Max permaneceu ao lado dela, saí dali.

Hunter procurava comida e água, Connor havia saído pra procurar se havia alguém nos arredores. A cozinha estava quase intacta mas os poucos alimentos que ainda tinham ali já haviam excedido o prazo de validade á anos, pra nossa sorte ainda tínhamos alguma comida e água. Subi novamente e revirei os quartos, por sorte achei roupas que serviriam em mim e na Mari, e achei também algumas masculinas, talvez coubessem nos meninos, separei elas e também alguns panos limpos para colocar no ferimento de Mari.

Hope Legado de sangue ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora