Marchamos rumo á fortaleza de Lúcifer, alguns soldados na frente e outros atrás ainda com espadas e lanças apontadas na nossa direção, não me rendi, não abaixei a cabeça, não me permiti sentir medo. Eu estava muito perto para isso, eu havia sacrificado muito para pôr tanto á perder. Na nossa frente um soldado levava Hunter, o demônio que outrora tomava a frente pra falar comigo vez ou outra cuspia nele, cerrei a mandíbula, Connor apertou minha mão, ele sabia o que eu sentia, Hunter era meu amigo, respirei e inspirei mas quando o idiota o estapeou não me contive. Tomei a frente o encarando visceralmente.
- Este é um presente para Lúcifer, não é para você ou sua diversão, não volte á toca-lo. - rosnei, o demónio me encarou surpreso e então sorriu.
- Você se acha esperta não é... Acha mesmo que Lúcifer vai acreditar que você é a filha dele?! Dois olhos distintos e o fedor de aberração não será o bastante para convencer o senhor do inferno. - sorri.
- Quer mesmo arriscar?! - Ele mostrou um sorriso que mais me pareceu um cachorro mostrando os dentes e então se afastou, tanto de mim como de Hunter, ele olhou ligeiramente pra trás e eu soltei um inaudível " Sinto muito" mas ele apenas assentiu e continuou á andar.
Quase meia hora de caminhada depois e o Sol já havia se punho completamente, a escuridão parecia nos engolir cada vez mas e os demónios ao nosso redor me causavam arrepios, mas em algum momento, entre árvores e temores algo me chamou a atenção, era uma ponta brilhante, algo como o topo de um.... Castelo, havíamos chegado, em vinte minutos as árvores haviam ficado pra trás marchávamos numa ponte estreita, água negra nos cercava por todos os lados... O castelo de Lúcifer se estendia á nossa frente majestoso e imponente, uma construção que muito me lembrava os castelos góticos da era medieval que eu havia visto uma vez em um livro. Era luxuoso e requintado, mas ainda assim obscuro, montanhas pontiagudas se estendiam ao fundo da paisagem, e árvores secas complementavam o ambiente o tornando assombroso , as entradas eram tomadas por mais soldados com olhos negros... Mais demónios.
Quando finalmente subimos um enorme e magnífico lance de escadas e chegamos ao topo um soldado nos abordou.
Parecia ser o superior do imbecil que havia batido em Hunter, ele sussurrou algo pra ele e então o homem me encarou. Ele assentiu e eu Mari, Connor e Max seguimos adiante, me virei á procura de Hunter que um dos soldados levavam.
- Ele vem conosco, é um presente. - disse firme, o soldado que á pouco nos permitira entrar assentiu e Hunter seguiu para dentro junto com um soldado ao seu lado. Do lado de dentro tudo parecia ser ainda mais magnífico.
O chão era de um escuro que mais parecia o céu á noite, colunas se erguiam abraçando o teto altíssimo de uma forma singular e delicada, não era mobiliado, mas ainda assim encantador, me contive, eu estava em território inimigo, não importa quanto vislumbre havia naquele lugar.
Em algum momento um homem de terno surgiu, alto e negro, com olhos embebidos por um amarelo âmbar, ele me olhou crítico e então estendeu a mão para mim, procurei o olhar de Connor que assentiu e então estendi minha mão para ele, que á puxou suavemente e depositou um beijo na superfície.- Milady, queira me acompanhar. - Disse morno, encarei Mari e Max que pareciam tensos, - "Vai ficar tudo bem" - sussurrei, Max depositou suas mãos nos ombros de Mari e assentiu.
O homem tinha passos rápidos, em alguns minutos, no fim do grande salão havíamos chegado aos pés de uma enorme escada circular que eu não havia notado antes, ele parou ao lado dela e ergueu a mão indicando que eu deveria subir, não hesitei, ainda assim minhas pernas estavam trémulas o bastante pra mim tropeçar nos meus próprios pés, o homem me acompanhava de longe, ao fim da escada um longínquo corredor, do qual eu nunca poderia ser capaz de contar os quartos, na primeira porta porém ele parou e eu o imitei, uma porta de marfim branca com dois dragões entalhados. Meu coração parecia esmagar meus pulmões tamanha a força com que batia, o homem deu duas leves batidas e então a porta abriu-se sozinha, ele deu um sorriso branco e perfeito.
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Hope Legado de sangue ( Em Revisão)
FantasíaEm um mundo em guerra e apocalíptico, onde caídos e celestes se enfrentam constantemente numa guerra sem fim, uma garota parece ser a única esperança para que o mundo volte á se tornar o que um dia foi. Hope é uma jovem de 19 anos que teve sua mã...