Capítulo 12

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Já passava das 19:00h quando finalmente resolvemos parar para montarmos acampamento, graças á Connor conseguimos achar em meio aos destroços do que um dia foi uma bela cidade um túnel que levava ao metrô, Samuel já havia me contado sobre eles, costumavam levar pessoas de um lugar para outro em questão de horas, mas agora como o resto do mundo não passava de uma pilha de escombros que haviam resistido ao apocalipse.

Os sacos de dormir foram dispostos de maneira que o meu era o do meio entre o de Mari e Connor.
Não tínhamos sacos de dormir suficientes então íamos revesar para que ficassem dois na vigília. Max foi o primeiro a se oferecer, dizendo não estar com sono, ninguém o questionou, todos estavam cansados demais para fingir que queriam tomar seu posto.

- Você sabe eu posso dividir o meu saco de dormir com você. - Connor ofereceu com uma sobrancelha esperta arqueada.

- Prefiro manter minha castidade intacta - rebati revirando os olhos.

Segundos depois Mari estava se oferecendo para ficar no lugar de Hunter. Mari recusando uma noite de sono tranquilo? Ô cara ela esta realmente estranha.

Achei estranho quando Hunter não recusou, já que mestiços não precisam descansar como nós, Connor bufou ao meu lado enquanto Hunter revirou os olhos e aconchegou-se no saco de dormir , olhei de um lado para o outro me sentindo sufocada e lembrei de hoje cedo, recordando como ambos duelaram por algo tão estúpido, fiz minha melhor carranca e me cobri até o pescoço, me recusando á encarar qualquer um dos dois.

Despertei algumas horas depois com Mari me cutucando.

-Hey... - sua voz sonolenta ecoou distante. - Hope... acorde, eu e Max vamos dormir um pouco okay? - Assenti completamente zonza de sono e sentei enquanto me espreguiçava jogando meus braços no ar e me deparando com negros olhos cortantes.

- Pronta?! - Ele indagou num tom de voz rouco pós sono, assenti e me levantei esticando as pernas e saindo para que Mari pudesse se deitar, ato repetido por Connor ao meu lado.

Apesar de estarmos no subterrâneo o frio pulsante da madrugada me atingia em rajadas fortes fazendo meus dentes baterem e meus dedos tremerem, tomei um pouco do ensopado que Mari fez mais cedo para manter-se acordada com Max, o líquido saboroso me esquentou um pouco.

- Pegue um pouco... - ofereci á Connor que assentiu e tomou a pequena vasilha nas mãos virando seu conteúdo contra a boca.

- Obrigado. - disse me entregando a vasilha vazia, assenti e me aplumei no cobertor fino que me envolvia ainda tremendo.

- Você está bem? - assenti trêmula, ambos estávamos sentados no chão bem próximos á Mari, Max e Hunter, ele deu de ombros e permaneceu calado, seus olhos distantes, mas alguns minutos depois ele me encarou fazendo uma carranca.

- Não, não está... Está roxa de frio, venha cá. - balancei a cabeça.

- Estou bem. - Sua carranca aumentou e ele me puxou para perto fazendo meu corpo colar-se ao seu, separados apenas pela fina camada do cobertor, isso até ele remove-lo e ficarmos totalmente grudados, e com cuidado voltou á me cobrir, bufei tentada á voltar para meu lugar longe dele, mas de repente não parecia algo tão tentador quanto o calor humano tão próximo, ele sorriu.

- Não se preocupe, não tentarei nada. - fez uma pequena pausa e eu assenti um pouco mais confortável. - Á não ser que peça é claro. - O empurrei com raiva, incapaz de falar e ao mesmo tempo controlar a batida dos meus dentes, ele gargalhou.

- Estou só brincando. - Acordei com um barulho de lâmina sendo afiada, algo tão familiar que não me surpreendi, eu estava encostada no ombro de Connor que conversava animadamente com Max, algo sobre como ele conseguira matar uma besta sem usar arma alguma, me separei de Connor coçando os olhos sonolenta.

Hope Legado de sangue ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora