Pesadelo

2.2K 250 154
                                    

Eu sentia cada soco, cada pontapé.

Meu corpo gritava para parar...

Meus olhos encontraram os de Mathews, ele observava a cena a distância.
Sua face sem emoção.

Jorge atingiu um soco no meu nariz. Senti o líquido quente escorrendo, mas nada doía mais do que ver ele ali, parado, me vendo apanhar... Um chute acertou meu estômago, perdi o ar.

Olhei novamente para ele. Mas ele não olhava mais para mim.

– Ele é todo seu, Jorge – foram suas últimas palavras.

Os lábios de Jorge se contorceram em um sorriso sádico.

– Podem ir meninos, eu cuido dele daqui para frente. – O resto do bando sumiu do beco.

Meus cabelos foram puxados, ele me colocou de pé, seu bafo alcoólico queimava meus pulmões.

Jorge atacou meus lábios de forma rude, juntei o resto de força, os fechando. Ele machucava minha boca, seus dentes rasgaram meu lábio inferior. Desceu sua boca asquerosa para meu pescoço. Suas mãos se enfiavam entre minhas roupas, maculando minha pele. Ele voltou à minha boca, sua língua limpava o sangue, meus lábios sem forças, se abriram. Sua língua imunda, explorando cada canto.

Eu podia sentir o gosto do meu sangue inundando minha boca.

Ele me virou de costas empurrando meu rosto na parede suja. Senti suas mãos abaixando minhas calças e a cueca. Logo, ele já se enfiava com tudo dentro de mim, sem dó nem piedade. Como se eu fosse um objeto.

Eu o sentia entrando e saindo, mas não doía, não tanto como a dor que eu sentia por dentro. Ele urrava de prazer, enquanto meu coração se entregava as sombras e dor. Ele puxou meu cabelo, ordenando para que eu gemesse, mas cedi a sua vontade, nenhum som saia da minha boca, nenhuma lágrima, nada.

Eu estava em choque.

Então ele gemeu alto anunciando o ápice da sua mostruosidade, senti o líquido quente escorrer entre minhas pernas.

As lembranças, de horas antes me vieram à mente...

"Desci do carro, Alexandre passou voando por mim entrando na quadra da escola.
Mathews agarrou minha mão, sorri para ele enquanto íamos em direção à escola, mas como sempre tem uma pedra no sapato, Raquel apareceu, usando um vestido rosa choque que batia 1 cm a baixo da bunda , um tamanco com flores também rosa, maquiagem super forçada,resumindo parecia uma Barbie Version Bitch.

– Olha se não é o viadinho – Raquel cruzou os braços na minha frente.

– Olha se não é a puta – respondi

– Se eu fosse você não ficaria tão seguro assim não – ela disse sorrindo malignamente – lembre-se da aposta – ela sorriu.

– Raquel amor, seus avisos para mim são como anúncios do YouTube, ignoro em cinco segundos –  respondi com um sorriso falso. Ela se empinou toda, entrando.

– Do que ela falava? – Mathews me olhou curioso.

– Amor, ela é louca – falei disfarçando.

Ele sorriu concordando, me deu a mão e caminhamos para o salão.

On My Mind da Ellie Goulding tocava alto. Corpos se mexendo pela quadra.

– AMORES! – senti meu corpo ser espremido por Martha em um vestido brilhante vermelho.

Sorri para ela, que logo já corria de volta para a pista de dança. Vi a distância Aurora se pegando com Victor, mas o que me deixou curioso foi em uma criatura com terno vinho, grudada em outra de terno roxo. Me soltei de Mat, indo em direção ao casal. Tossi chamando a atenção do casal.

Say SomethingOnde histórias criam vida. Descubra agora