Medo

2.1K 267 217
                                    

Pov Matthews

- Ahh... Isso... Oh.

A garota em baixo de mim gemia, enquanto eu a comia sem carinho algum. E ela parecia gostar assim.

Ao atingir meu climax, arranquei meu pênis dela, retirei a camisinha cheia de esperma e a joguei em cima da menina. Abotoei o botão da calça, tirei duas notas de 100 reais da carteira e joguei na cama, logo saindo pela porta vermelha daquele motel de merda.

Desci até o estacionamento enquanto colocava um cigarro em meus lábios.

- E aí. - meu amigo falou se aproximando de mim, enquanto rodava a chave da moto vermelha nas mãos.

- E aí, Carlos - falei apertando a mão dele.

Carlos era moreno, cabelos cortados curtos com uma leve franja cacheada e bagunçada em cima. Tinha várias tatuagens, mas a mais exposta era a de uma flor na pele branca de seu pescoço.

- Comeu que putinha hoje? - ele perguntou se escorando no carro e roubando meu cigarro logo dando uma baforada.

- Michelle - respondi pegando outro cigarro e o acendendo.

- Você pegou a Michelle? A virgenzinha da escola? - ele exclamou me olhando surpreso.

- Ela é bem larga para uma virgem. - ri, enquanto ouvia o celular dele apitar.

- Porra! É a minha mãe. Vou nessa mano, até mais e ó - ele apontou para garrafa de vodka no banco do passageiro - devagar aí.

- Sim, senhor. - sorri vendo ele montar na moto e sair voando rua fora.

Entrei no carro cinza ligando o som, logo Stand By Me do Oasis começou a tocar. Peguei a garrafa de vodka no banco passageiro e comecei a bebe-lá no gargalo.

As luzes da cidade ficavam para trás enquanto eu ia em direção a estrada.
Postes viraram árvores. Luzes da cidade viraram estrelas. E logo a estrada virou terra.

Aumentei o som, sai do carro com a garrafa em uma mão e o saquinho com o pílulas esbranquiçadas. Me encostei no capo do carro, ouvindo o som da cachoeira.

Sorri amargurado ao sentir as lembranças que aquele lugar trazia, lembranças do... Sky.

Abri o saco pegando uma cápsula do saco e a empurrei com um gole de vodka garganta a baixo. Agora era só esperar pelo seu efeito.

Ri jogando a garrafa na grama, agora já vazia. Olhei para aquele lago e lembranças me atingiram em cheio.

"Eu via Sky ali, jogado no chão, Jorge e seus amigos o chutavam e espancavam o corpo que eu tanto amava tocar, os olhos azuis dele encontraram os meus, mas eu já não sentia mais nada, só um leve divertimento, a droga entorpecendo meus sentidos.

Desviei os olhos quando Jorge atingiu um soco no nariz dele.

- Ele é todo seu, Jorge - falei antes de sair do beco ouvindo as pancadas prosseguirem.

...

Eu andava pela rua, enquanto ria bêbado e drogado. Me encostei em uma parede qualquer, rindo da luz do sol que começava a aparecer no horizonte.

Ouvi um gemido de dor, olhei para o beco do meu lado. Desencostei da parede e entrei no beco. Me aproximei lentamente de uma sombra, caída no chão. Me abaixei perto da sombra, analisando-a. Os cabelos pretos estavam bagunçados e sujos. Um hematoma roxo cobria um dos olhos dele, enquanto o nariz e lábios sangravam sujos. Toquei seu rosto machucado o ouvindo gemer, a sombra abriu os olhos, aqueles olhos azuis, me encararam em um pedido silencioso de socorro.

Say SomethingOnde histórias criam vida. Descubra agora