Pequeno Serzinho

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Meu quarto tremia com as batidas de Irresistible do Fall Out Boy junto com a Demi Lovato. Lembro até hoje de como Sky gritou ao saber que minha banda favorita ia fazer um Feat. com a cantora favorita dele.

" – PUTA MERDA! – Sky berrou me fazendo dar um pulo com o coração na mão. – NÃO CREIO NISSO, MEU DEUS, SERIA MEU SONHO? OH, SIM! SERIA MEU SONHO, JESUS CRISTO! – É, ele continuou a gritar.

A um fato específico sobre o Sky que acho importante ressaltar...

Quando ele fica muito feliz com algo, ou animado, ou qualquer emoção positiva em uma dose alta faz com que ele comece a falar quase miando, mas esses miados são altos demais que chegam a fazer os ouvidos sangrarem e ele não para de fazer isso até se acalmar e voltar a respirar."

Sorri enquanto aquele momento passava na minha cabeça. Eu amava tanto aquele jeito dele. Eu amava tanto ele que...

TIM DOM...

Já vai! – gritei enquanto me levantava, tendo meus pensamentos interrompidos.

Desci as escadas degrau por degrau ouvindo a campainha ser tocada novamente. Mais que porra!

Abri a porta me deparando com uma garota. Eu me lembrava dela. Há 10 meses atrás, nós tivemos um pequeno envolvimento e acabamos transando. Ela foi uma das formas de tentar esquecer o Sky.

Seus cabelos loiros estavam bagunçados, seus olhos azuis estavam rodeados por olheiras, seu rosto fino estava com uma aparência sofrida, cansada. Em seus braços trazia uma pequena criança. Mais atrás vi um carro estacionado, dentro dele uma senhora, parecida com a moça que estava na minha frente, junto a um senhor, com expressões rígidas.

– Matthews? – a garota me olhou com os olhos marejados.

– Oi. O que faz aqui? – perguntei meio confuso.

– Olha, eu não posso falar muito... Eu preciso ir embora... Mas, mas... – ela engoliu em seco. – Esse é o Nicolas, dei a luz no começo desse mês e... Ele é seu filho.

Meu mundo desabou, meu coração parou de bater, a respiração falhou e tudo parecia pausado em câmera lenta.

Um filho? Não pode ser.

Uma buzina me fez despertar enquanto a garota na minha frente mordia os lábios segurando as lágrimas.

– Eu preciso ir embora... Eu-eu não posso ficar com ele, eu o amo muito, mas... Meus pais... Eu, eu preciso ir – ela me deu a criança nos meus braços e logo saiu em disparada, aos prantos, entrando no carro que saiu em alta velocidade pela rua, me deixando chocado ali.

O choro da criança me fez voltar à realidade.

Olhei para ele que esperneava os pequenos braços. Eu também queria chorar. Aquele pequeno ser de cabelos ruivos iguais os meus e sardas ao redor do narizinho era meu filho. As sobrancelhas, a boca, o narizinho, tudo era parte minha. Não tinha como negar. Me surpreendi quando uma lágrima escorreu pelo meu rosto me fazendo fungar o nariz.

– AMOOOR! – ouvi a voz de Sky. Ah não!

Encontrei-o fechando a porta da casa dele, enquanto vinha em minha direção. Quanto mais ele se aproximava mais as batidas do meu coração aceleravam no peito. Minhas pernas eram seguradas por correntes invisíveis que me prendiam no chão. Eu não sabia o que fazer! Não poderia simplesmente correr e esconder o meu menino pela casa pra que o Sky não soubesse da existência dele – o que é meio impossível agora já que ele é responsabilidade minha. Mas por que isso tinha que acontecer agora? Logo quando estávamos retornando a ter o que tínhamos como casal, justo quando eu o tinha de volta... Porra!

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