SAMBANDO COM AS ZAMIGAS

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─ Aí, como amar é bom ─ falou Ale suspirando enquanto observava Emanuel à distância.

Estávamos na escola, mais exatamente no horário de intervalo. Emanuel e Mathews estavam jogando futebol, Alexandre e eu estávamos sentados na grama debaixo de uma árvore protegidos do sol por sua sombra.

─ Amar é, agora amar platonicamente... Já não sei informar ─ falei rindo.

─ ISSO, VIADO. JOGA NA CARA QUE TU TEM SEU PAU DE TODO DIA ─ gritou batendo palma.

─ AH é... Você tem um para cada semana né moço? ─ perguntei sorrindo maléficamente para ele.

─ TÁ! ─ falou ele levantando os braços em rendição ─ sou uma puta, satisfeito? ─ falou emburrado.

─ Clar.... ─ fui interrompido por uma gritaria louca vindo da cantina. 

O jogo parou e todo mundo correu para lá. A cena na cantina era cômica! Uma garota muito alta, montada em um salto enorme, saia jeans, jaqueta também jeans, blusa rosa e seus cabelos cacheados estava em cima da mesa que é auto-intitulada "Mesa das lacrantes" (na minha opinião poderia se chamar apenas de cabaré, já que só senta puta) entre uma das pessoas que sentam nesta mesa, está Raquel, que se encontrava de pé, com macarrão se misturando aos cabelos loiros, uma almôndega nas tetas, e muito molho pelo corpo! Todos riam enquanto ela gritava com a garota em cima da mesa, que segurava um prato de vidro nas mãos. Vi a garota jogar o prato aos pés de Raquel, que se jogou em cima de Jorge enquanto gritava igual uma hiena.

─ OLHA AQUI AMORZINHO ─ gritou a outra em cima da mesa, percebi que sua voz era um pouco grossa demais para uma garota ─ QUER ME CHAMAR DE TRAVECA? EU ACEITO DE BOA PORQUE É O QUE EU SOU, MAS NÃO VENHA DIZER QUE TENHO RECALQUE DA TUA VAGINA, PORQUE EU TERIA INVEJA DESSA COISA TODA ABERTA? ─ a menina desceu da mesa e caminhou em direção à Raquel e Jorge ─ Olha, da próxima vez, esse salto vai entrar pela tua boca e vazar pela tua bunda, entendeu, meu amor? ─ vi a garota jogar os cabelos na cara de Raquel que ainda tremia no colo de Jorge. 

Esse ano vai ser animado...

***

Estávamos na sala, aula de matemática, nosso professor André, estava explicando sobre alguma coisa que eu realmente não tinha ideia. Quando ouvi o diretor bater na porta, arranquei os fones mais rápido que o flash, e peguei o lápis enquanto o diretor entrava com a menina da mesa.

─ Bom dia à todos! ─ o diretor Carlos ficou esperando o bom dia de volta, mas nem o grilo quis dar bola, ele pigarreou e continuou ─ Essa é... Qual teu nome mesmo querida? ─ perguntou.

─ Martha ─ vi ela responder educadamente enquanto trocava olhares com Raquel, eu não quero nem ficar no meio dessas duas.

─ A Martha é a nova professora de Física de vocês ─ o diretor sorriu enquanto saia correndo.

─ COMO É? ─ ouvi o grito de Raquel.

─ É isso aí, amorzinha, agora quem manda sou eu, e se não gostou, não se preocupe, te reprovo para ano que vem você continuar não gostando ─ Vi Martha sorri falsamente enquanto eu quase mijava Guarana da treta das duas.

─ Aguardo vocês na próxima aula, beijo meus amores! ─ ela falou e saiu andando em seus saltos, enquanto Raquel soltava fumacinhas.

***

VRUMMMMMMMM

Vi um vulto de cachos passar correndo pela porta a segurando enquanto o professor André passava.

─ Prazer me cham... ─ ele estendeu a mão mas foi posto para fora por Martha.

─ André, já sei, prazer Martha beijos me liga gato ─ bateu a porta e sorriu para nos olhando sorrindo. ─ Bom dia meus amores!

─ Bom dia ─ a sala respondeu. E assim seguiu a aula, entre patadas e risadas. Logo o sinal da saída já se tocava.

─ Sky, vou te esperar lá fora, ok lasanha? ─ assenti para Ale que voava, com certeza à procura do crush.

─ Ouvi dizer que você e o Mathews estão namorando ─ ouvi a voz de piranha da Raquel atrás de mim, me virei sorrindo para a loira.

─ E no que essa informação vai mudar essa merda que tu chama de vida? ─ perguntei colocando a bolsa no ombro esquerdo.

─ Engraçado saber que você tá catando meu lixo reciclável. Isso, gostei ─ ela riu.

─ Que bom amor, você deveria reciclar essa tua cara, tá poluindo o ambiente ─ respondi me virando para sair da sala.

─ Escuta aqui sua bicha pão com ovo... ─ Raquel foi interrompida pela voz grossa da Professora Martha.

─ Amor, se ele é pão com ovo, você é com margarina né? ─ vi Raquel ficar vermelha e se virar para a professora.

─ Ninguém te chamou na conversa, coisa ─ A loira fez cara de deboche.

─ Martha, amorzinha, vem cá ─ puxei o braço da professora que veio desfilando em seus saltos para meu lado ─ pronto, agora ela foi chamada, então para eu não perder meu tempo enfiando o salto dela no teu rabo, e depois ter que enfiar a mão nesse buraco negro para pegar de volta ─  me voltei para Martha e falei ─ aliás, teu sapato é lindo.

─ Obrigada, querido, é Prada ─ ela jogou os cabelos.

─ Então para que eu não tenha que enfiar meus dedos nesse teu rabo, para pegar o lindo Prada de volta, porque você não pega essa tua coisa que chama de vagina e some daqui sua criatura das trevas? ─ perguntei sorrindo.

Raquel agarrou a bolsinha de puta dadeira e saiu batendo os saltinhos enquanto eu e Martha caímos na gargalhada.

─ A. RRA. ZOU! ─ ela riu alto.

─ BATE AE MONA ─ demos um soquinho juntos enquanto ainda ríamos da piranha.

─ Amor? ─ olhei para a porta vendo Mat me olhando com um pequeno sorriso nos lábios ─  vamos?

─ Já vou, ruivinho ─ respondi me virando para dar um "Tchau" para a minha nova professora favorita.

─ ESSE É TEU BOY? ─ vi Martha formar um perfeito "O" com a boca enquanto eu ria assentindo ─ sambou mona!

─ Obrigado... Bem, até amanhã professora Mart.

─ Pode me chamar só de Martha, amorzinho ─ ela disse sorrindo e me abraçando em despedida. Sorri em resposta, fui em direção a Mat que me esperava com a mão estendida, segurei a mesma e me virei de novo para Martha. Ela sorriu para mim enquanto se abanava apontando para Mathews, sorri ainda mais. 

As vezes a gente acha amigos incomuns, nos lugares mais incomuns.

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