T A R I K
É maçante ter que mudar de cidade sempre que meu pai recebe uma proposta de emprego nova. Essa deve ser a sexta vez que nos mudamos em menos de quatro anos. Pode parecer pouco, mas quando se tem uma vida estabilizada e amigos, é horrível.
— Por que você tá com essa cara, Tarik?
— Por que você acha? — revirei os olhos.
— Essa é a última vez, eu prometo.
— Você me disse isso há uns meses atrás e olha só onde estamos.
— Eu sei... Mas você sabe que eu não tenho culpa. Desde que sua mãe se foi...
— Não toca nesse assunto, por favor. — cortei-o — Eu só quero uma vida normal, pai.
— Eu sei meu filho. Eu prometo que dessa vez vai ser diferente. — virou pra mim e sorriu — Chegamos.
[...]
Entrei no pátio e segui direto para um lugar que presumi ser a cantina. Como já estamos quase no segundo semestre, todos os grupos de amizades já estavam formados. Sentei-me num lugar distante, já que não havia outro lugar para mim. Peguei meu celular do bolso e procurei algo para me distrair.
— Você é novo por aqui, né? — disse uma voz fina e doce, me tirando a concentração.
— Ahn... É. Sou. E quem é você?
— Desculpe por te assustar. — sorriu envergonhada — Eu sou a representante de turma. E, ah, claro, meu nome é Maria.
— Prazer, eu sou o Tarik.
— É eu sei.
— Sabe? — arregalei os olhos.
— Sim. Como eu havia dito, sou representante de turma, logo sei o nome de todos aqui. Principalmente dos novatos. — forçou um sorriso e arrumou uma mecha de cabelo que havia caído em seu rosto — Bom, é por isso mesmo que estou aqui. O diretor pediu pra eu te mostrar o colégio e te dar os materiais necessários.
— Como assim?
— Uns materiais que a gente usa em algumas matérias específicas, nada de mais. Vamos? — assenti e a segui pelo colégio.
O lugar era enorme. Muita gente vagava pelos corredores, me fazendo questionar o tanto de alunos que estudavam ali. Era diferente de todos os colégios em que já estudara. Muitos grupos se espalhavam pelos cantos, todos pareciam normais, por exceção de um, que gritava e dava risadas extremamente altas, mas isso não parecia incomodar ninguém.
— Quem são aqueles? — perguntei a Maria.
— Uns viciados em jogos e coisas do tipo. Eles são legais. — sorriu — Vamos até lá. — eu iria negar, porém ela me arrastou com tal força, que fiquei sem reação.
— E aí, Di Natale? — disse um deles.
— Oi, João. — sorriu envergonhada.
— Quem é esse?
— Ah, claro. Tarik, o menino novo. E Tarik, esses são...
— Maria! - gritou alguém no fundo do pátio.
— É melhor eu ir. Se apresentem para ele. — disse e saiu correndo em direção ao grito.
— Bem, eu sou o Felipe, e esses são Henrique, Guilherme, Alan, Caue, Felipe, mais conhecido como Batista, e João.
— Prazer. — sorri.
— Seja bem-vindo, então! — disse o ruivo — Ah, olha só quem tá vindo!
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DESTINY. || mitw [EM REVISÃO]
FanfictionAs vezes o destino pode brincar com as pessoas; ainda mais quando você não faz nada a respeito.