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M I K H A E L

Passei o dia inteiro no trabalho já que a maioria do pessoal já estava de férias, fazendo com que sobrasse mais trabalho para mim — não que eu me importe.

Cheguei em casa por volta das seis. Estava cansado e quase desistindo da festa, porém, segundo a Ketty era só uma desculpa por eu estar desanimado e de certa forma é verdade. Nunca fui fã de bagunça, mas por algum motivo Ketty disse que isso tem que mudar.

A casa estava cheia de balões — não me pergunte o por quê afinal nem eu sei — e algumas outras decorações. Havia grandes mesas com umas tranqueiras em cima, quase tudo pronto.

Subi para meu quarto, tomei um banho e já me arrumei para a festa, porém decidi tirar um cochilo antes.

[...]

— MIKHAEL LINNYKER! — gritou e eu caí da cama.

— Porra! Ketlin! —reclamei enquanto levantava. — Você quase me mata do coração! — coloquei minha mão sobre meu peito.

— Eu devia te matar mesmo.

— Por qual motivo? — fiz careta.

— Estão todos te esperando lá embaixo — fez cara de brava.

— Eu tava dormindo.

— Nossa, sério? — mostrei a língua e ela revirou os olhos.

— Quem tá lá? — semicerrei os olhos.

— Todo mundo menos o seu amado.

— Até a Maria? — assentiu. — Tudo bem. — respirei fundo. — Já tô indo.

Ajeitei meu cabelo e desci. Havia cerca de cem pessoas ali e eu, de fato, não conhecia nem metade. Havia algumas pessoas do meu trabalho, alguns antigos colegas de colégio e algumas pessoas com quem eu nunca falei.

— Sua casa é incrível. — disse uma voz masculina atrás de mim.

— Oh. Obrigado. — agradeci confuso ao ver o rosto familiar.

— Surpreso de me ver aqui?

— Um pouco, pra ser sincero. — sorri envergonhado. — É que, você sabe, não tenho muita intimidade com você...

— Intimidade? — arqueou a sobrancelha.

— Huh... Eu não... quis dizer isso? — me olhou divertido e eu só queria enfiar a cara na privada.

— Tudo bem, Mikhael. — riu anasalado. — Você pode me tratar como amigo fora do escritório. — assenti.

— A Leila veio com o sen... com você?

— Não. — deu de ombros. — Ela deve estar bêbada em alguma outra cidade.

— Que péssimo.

— Tanto faz na verdade. Não me importo com ela de qualquer maneira.

— Mas ela não é sua noiva? — franzi o cenho.

— Não devo conversar com meus funcionários sobre isso. — disse um pouco ríspido.

Ao ver minha feição desapontada — a qual não tinha percebido até o momento. — acrescentou:

— Mas, se aceitar sair comigo um dia desses... Como amigos. — acrescentou rapidamente. — Talvez eu te diga. — assenti e ele saiu em meio à multidão.

[...]

As horas passaram um pouco devagar, mas nada com o que eu não pudesse lidar.

Devia ser umas três horas da manhã quando as últimas pessoas estavam indo embora. Eu não fazia ideia de onde a Ketty estava ou se ao menos ela estava ali.

Sentei-me em frente à piscina e fechei os olhos por alguns segundos, até uma voz familiar chamar a minha atenção.

— Tarik!? — disse já levantando.

— Desculpa vir assim tão tarde. Era pra eu ter vindo mais cedo, mas meu voo atrasou...

— Oh, claro. Tudo bem.

— Então... — disse enquanto se aproximava. — Feliz aniversário atrasado.

— Mas você já...

— Virtualmente não vale. — sorriu e, antes que eu pudesse dizer algo, ele me surpreendeu com um abraço. — Eu senti sua falta.

E, naquele momento eu senti que no final dessa história, ou ele irá me salvar ou terminará de me destruir.

DESTINY. || mitw [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora