Counting Stars

260 14 4
                                    

Hoje era quarta feira, já haviam se passado praticamente uma semana depois que pedi para que Bryan me ligasse se ele quisesse e ele não ligou. Aquilo de certa forma me irritava, eu odiava ser rejeitada e ele não estava ajudando muito, ainda mais agora.

Eu estava sozinha em casa, minha irmã nunca parava em casa, mas também não dava a mínima quando estava comigo, Cheryl mais trabalhava do que nunca e eu não estava afim de sair pra correr de tarde.

Subi para o quarto de coisas que não usava e que guardava e comecei a bisbilhotar. Achei álbuns meus de quando era pequena, da época do colégio... eu estava sempre sorridente nas fotos, mesmo com todas as coisas que aconteciam na minha vida, isso era algo que eu fazia até hoje.

Achei algumas fotos da minha mãe comigo, cartas que ela me escrevia vez ou outra... eu sentia uma imensa falta dela. Sentei-me na cadeira empoeirada e continuei foleando os álbuns, vendo as cartas e deixando algumas lagrimas caírem.

Gesine passou pelo corredor, perguntou o que eu estava fazendo, me viu chorar, e quando eu a respondi, ela simplesmente ignorou e fechou a porta. Eu não sei por qual razão ela me tratava dessa maneira, mas não era de hoje, e sim, de sempre.

Eu odiava me sentir assim, ainda mais com ela em casa. Eu queria sair, espairecer a cabeça, mas todas as minhas amigas estão viajando, trabalhando, espairecendo a cabeça com os seus respectivos namorados e vidas e eu não...

Eu não queria sair sozinha, mesmo sendo rotineiro. Eu era uma pessoa solitária, mas eu penso que as vezes é melhor assim, melhor ser sozinha, não machucar ninguém comigo, não encher ninguém com as minhas asneiras, não bagunçar a vida de alguém comigo.

Peguei o celular e respirei fundo para passar por cima do orgulho e infantilidade que eu estava tendo e liguei para Bryan. Depois da minha insistência ele atendeu, depois de quase cinco chamadas perdidas!

- Onde você estava para não atender o telefone, Bryan?

- É quarta feira, Sandra. Eu estava trabalhando. - Revirei os olhos e ele sorriu do outro lado. - Você me ligando? O que foi?

- Eu acho que fui grossa demais quando eu te deixei com as mãos abanando ai...

- Você não me deixou com as mãos abanando! - Bufei no telefone e ele riu fraco. Filha de uma puta! - Você é muito esquentadinha para uma princesinha da zona sul de Los Angeles.

- Eu não sou uma princesinha da zona sul, para com isso! - Limpei minhas lagrimas que insistiram em cair ainda lembrando da minha mãe. - Merda!

- O que você tem? Sua voz está de choro...

- Eu não tenho nada... - Ele não respondeu, esperei pela insistência, mas ele não era um homem previsível. - Você está livre?

- Eu vou para uma festa minha de aniversario, meus amigos querem comemorar juntos. Não estou livre.

- Eu vou com você.

- Você não vai, não!

- Por favor... eu não aguento mais a minha irmã aqui! - Bufei novamente e ele riu, dessa vez mais alto, com sua voz rouca.

- Você é mimada demais, Sandra. Eu não quero que venha pro subúrbio a noite. Amanhã eu vejo você.

- Bryan!

- Amanhã, Sandra! - E desligou o telefone.

Depois eu até tentei retornar, mas sem sucesso. Ele não atendeu nenhuma das ligações, até desligou o celular. Que homem desgraçado! Eu não era de fazer isso, não corria atrás de nada, mas ele estava me irritando demais!

Eu só queria concertar as coisas, pelo menos de um modo amigável, e literalmente! Pela primeira vez eu não estava pensando em dar pra ele... pelo menos não só isso, mas incluía também. - Eu precisava falar com ele nem que fosse necessário eu mover o mundo para que isso acontecesse.

Coloquei um vestido e saltos, chamei um taxi e em menos de 1 hora já estava no bar. Eu sabia que seria lá porque ele me disse que não costumava a ir outro lugar quando queria comemorar as coisas. Eu estava bêbada, mas eu me lembro.

Quando entrei no bar os olhares se voltaram para mim, inclusive o dele. Me sentei numa mesa sozinha e pedi uma bebida. Ele estava no bar, duas moças estavam do seu lado e ele não estava nada incomodado e solitário como da ultima vez.

Fiquei lá por quase uma hora e ele não veio me cumprimentar, aquilo já estava me irritando. Já tinha gente se juntado a mim, estavamos todos conversando, mas a minha atenção estava voltada pra ele.

Me levantei sem que as pessoas da mesa se incomodassem e peguei minha bolsa para ir embora. Eu estava disposta a algo amigável e era aquilo que eu recebia, não estava com paciência para ser rejeitada novamente.

Quando já estava na parte de trás do bar, com o frio batendo em minhas bochechas geladas e meus braços envolvendo-me em um abraço solitário, alguma coisa me puxou e eu sabia exatamente o que era essa coisa.

Ele me prendeu na parede e me forçou com o corpo, não me deixou sair de jeito nenhum. Fiz força, mas foi inútil, até que resolvi ceder. Ele me encarou fixamente, estavamos ofegantes e sozinhos. O olhar desceu automaticamente para a minha boca, depois meus seios no decote. Levantei seu queixo com dois dedos e sorri de canto, arqueando as sobrancelhas. Ele negou com o rosto e se controlou até quando pôde. - Ah, foda-se! - E me beijou.

O beijo tinha raiva, força, desejo e proibição. Eu segurei seu rosto com as duas mãos, as unhas arranhavam seu pescoço, nossas línguas brigavam por espaço, uma competição que sabíamos onde iriamos chegar e juntos.

A mão desceu de minha cintura para a minha bunda, apertou a mesma e beijou meu pescoço. A lateral de meu corpo bateu contra uma grande caçamba e eu me assustei. Levantei uma das pernas e ele segurou a mesma, me puxando para si. O volume na calça já era perceptível e eu adorava aquilo, eu queria.

- Você me disse que queria conversar, Sandra. - Parou depois de me dar um chupão.

- Você não pode me foder primeiro? - Negou. - Eu te odeio! - Rolei os olhos.

- Eu também, porque além de ser teimosa e vir até aqui sem ser chamada e com esse perigo todo, você queria dar pra mim nesse beco.

- Você é um estuprador?

- NÃO! - Exclamou.

- Então, baby... - Deslizei as mãos para suas costas e me abracei a ele, levantando um pouco os pés até alcançar seu ouvido. - Por que não vamos pra casa? Lá a gente pode conversar... - Mordi o lóbulo. - E fazer o que você quiser...

- Sabe o que eu quero!? - Me jogou contra a caçamba. - Foder você nesse beco do subúrbio de Los Angeles como se não existisse a possibilidade de sermos presos, mas você não merece isso. - O encarava ainda com malicia. - Você merecia uns tapas.

- Eu adoro tapas.

- Sandra! - Eu sorri e ele tentou se segurar, não conseguindo. - Se eu te levar para a minha casa porque já está tarde, você me fala sobre você e a razão do choro hoje? - O encarei com rubor. - Eu falo de mim também...

- Ok... - Revirei os olhos. - Mas você vai transar comigo?

- Você vai ir embora antes de eu acordar? - Gargalhei e ele entrelaçou nossos dedos. - Eu oficialmente te odeio!

(P


Best MistakeOnde histórias criam vida. Descubra agora