Talk

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Depois daquilo, eu acabei pegando no sono ali mesmo, sobre o colo de George. Ele acariciou o meu cabelo até eu finalmente pegar no sono pesado, e sinceramente, fazia muito tempo que eu não conseguia dormir assim, de tal maneira.

George era o melhor amigo que eu poderia ter.

POV George

Ela acabou adormecendo no meu colo, e eu fiquei ali, acariciando os seus longos cabelos.

Eu queria muito dar um jeito nela, na vida dela, e em o que ela era. Não que ela seja alguém ruim, mas suas escolhas, o seu jeito de ser... a prejudicava.

Depois de algum tempo, a campainha tocou. Eu não estava com a menor vontade de atender, até porque aquilo não era hora, mas a pessoa provavelmente estava em risco de vida, porque não parou de infernizar por um único segundo.

Levantei do sofá com cautela para não acorda-la, e fui até a porta. Um homem de cabelos grisalhos estava à espera de que alguém abrisse e eu logo deduzi que fosse Bryan.

- Você quer que eu te de um soco agora ou quando você terminar de ser um babaca? - Falei e ele ao menos se moveu, como se não estivesse realmente intimidado.

- Cara, você pode deixar eu falar com ela? - Não tirou as mãos do jeans, me olhando friamente.

- Você é muito burro, cara! Ela gosta de você, e se você ainda não percebeu, ela não sabe lidar. A Sandra é uma mulher complicada, parece ser muito maluca e não sabe lidar com os sentimentos dela, mas ela é sozinha, ela sofre e ela precisa de alguém. Quando ela finalmente achou alguém que realmente cativou ela, você tá conseguindo fazer ela mudar de ideia.

- Não que isso seja da sua conta... - Me empurrou com os ombros e entrou, parando no corredor. - Eu gosto dela, de verdade. Ela não me deixa chegar perto dela, e ela sabe que não somos apenas os amigos com benefícios que ela faz por aí, mas cara, essa mulher... Ela mexe comigo de tal forma...

Eu não respondi, apenas observei a cena de Sandra sonolenta, atras dele, ouvindo o que ele tinha para dizer. Bryan ficou confuso no momento, até que virou pra trás e a observou.

Ela abaixou a cabeça, fazendo seus cabelos caírem sobre o rosto. Ele não chegou perto dela, parecia conhecer como ela agiria, então permaneceu no mesmo lugar. E eu? Bem, eu estava sobrando ali, e com muita vontade de socar a cara dele.

- O que você está fazendo aqui, Bryan? - Esfregou os olhos parecendo uma criança de tão frágil, e, deus, se aquela mulher fosse minha, eu daria a vida por ela.

- Eu quero conversar com você, Sandy. - Tirou as mãos dos bolsos e encarou-a friamente, e aquilo pareceu fazer o corpo dela estremecer.

- Eu não quero ouvir. - Virou as costas e andou até a cozinha.

- Sandra! - Eu interferi. - Escuta o que ele tem pra dizer, depois você manda ele pro inferno! E eu vou embora, porque vocês vão transar e eu não quero estar aqui pra ver. - Fui até ela é beijei sua testa. - Se você precisar, já sabe o que fazer, né? - Assentiu. - Eu amo você.

- Eu também amo você. - Sorriu fraco e me observou sair pela porta.

Espero que ele faça o que eu faria.

POV Bryan

Ela foi até a cozinha após observar George ir embora, pegando um suco na geladeira e um sanduíche já pronto.

Eu observei cada movimento dela, calculadamente, e, realmente, aquela mulher era um problemão, mas eu tinha muita sorte de ter ela no meio da minha bagunça.

- Você vai falar ou eu vou ter que chamar os meus seguranças pra te tirar daqui? - Se sentou sobre o banco alto da cozinha, bebendo um gole do suco.

- Você vai ouvir quieta, sem me interromper? - Perguntei, encostando-me sobre a pia, tentando não focar meu olhar apenas sobre suas pernas nuas.

- Você está errado e quer exigir as coisas? Me poupe! - Bufou e rolou os olhos.

- Sandra, você mandou eu não me apegar a você. Você mandou eu não misturar as coisas, e foi VOCÊ quem disse que seríamos apenas amigos com benefícios, e eu tentei fazer isso, realmente, mas eu não consegui.

- Bryan, você não gosta de mim, sério! Vai por mim, você não quer ficar comigo...

- Eu não terminei o que eu tenho pra dizer, Sandra. - Ela se calou. - Eu realmente tentei fazer o que você mandou, e eu realmente não queria ficar com você, mas aí, naquele dia que eu fiz amor com você, e fiquei encarando você nua, ali, comigo, sorrindo, satisfeita e completa, junto comigo, mesmo com todos os seus problemas e empecimentos, eu queria muito, MUITO, ter você pra mim. - Ela negou com o rosto. - Eu fiquei com outra mulher, tentando esquecer você, mas eu percebi que mais ninguém seria a mesma coisa.

- Pensei que era eu quem diria isso pra você um dia... - Sorriu. - Eu tenho muito medo, Bryan. Você não entende o que se passa na minha cabeça, nem na minha vida, e muito menos o que eu sinto! Eu não sou uma princesinha, e eu não tenho uma vida perfeita. Eu trocaria a minha vida toda com a de alguém só pra poder fazer tudo de novo, só pra poder amar, ser amada. Eu só queria que fosse diferente, mas infelizmente não é, e eu não posso fazer nada... Eu sou assim.

- E eu quero você assim.

- Não, Bryan. Não. Você não quer. - Eu fui até ela, coloquei uma das mãos sobre sua nuca e ela arfou. - Para... - Mordeu os lábios e eu percebi que sua pele se arrepiou por todo. - Você não me conhece de verdade, e acredite, não vai querer e conhecer. Todo mundo que conhece a verdadeira Sandra a odeia muito... - Jogou o pescoço para o lado e colocou minha mão sobre uma cicatriz. - Você não vai querer, acredite.

- O que é isso? - Acariciei o pescoço dela e voltei minha mão sobre sua nuca. - Sandy... - Uma lágrima dela escorreu.

- Bryan, não me chama assim, por favor... - Ela me encarou. Finalmente ela me encarou, e afundou os seus olhos sobre os meus.

- Eu quero conhecer quem você é. - Ela negou novamente, os olhos brilhavam por conta das lágrimas acumuladas. - Hey...

- Você não entende. - Ela arfou mas eu a puxei novamente, agarrando sua cintura. - Eu tenho medo, Bryan.

- Então não tenha. Não de mim. - Colei minha testa sobre a dela. - Sandra, eu não sei o que se passa dentro dessa sua cabeça, mas eu quero muito saber. Eu quero conhecer você, eu quero que você me conheça, e eu quero começar do zero. Deixa eu te levar pra jantar, deixa eu te dar chocolates, e deixa eu te ouvir quando você estiver afim de ficar falando feito uma metralhadora, porque eu quero muito isso... - Arrastei meu nariz contra o dela e colei seus lábios aos meus sutilmente, a depositando um selinho demorado.

- Você promete que não vai me machucar? - Eu assenti. - Eu me sinto uma idiota dizendo isso... - Sorriu e abaixou o olhar.

- Não sinta. - Envolvi as pernas dela em meu quadril. - Deixa eu dormir com você? - Sorri e ela fez o mesmo.

Deus, aquele som, e aquela risada... Eu escutaria pra sempre.

- Não é fácil te ver sorrir. - Envolveu os braços sobre meu pescoço. - Deixo sim, querido. So descubra onde fica o meu quarto.

Best MistakeOnde histórias criam vida. Descubra agora