What the Hell

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- Você não acredita no amor mais? - Ele me perguntou e eu neguei.

Eu estava sentada, abraçada nas pernas, balançando de lado a outro, tentando me concentrar. Eu odiava falar de mim, do meu relacionamento abusivo anterior. Falar daquilo me fazia parecer ter fobias, ter ataques de nervos... não sei, por isso me isolava tanto.

- Eu não tenho mais a minha mãe, eu não tenho mais ninguém... - Sussurrei e ele envolveu os braços sobre meus ombros. - Isso é tão angustiante, sabia?

- Sabia. - Beijou o topo de minha cabeça.

- Você está fazendo isso comigo por quê? - O encarei com os olhos lotados d'agua. - O que te faz querer me ajudar?

- Seus olhos. - Colocou meu cabelo atrás da orelha. - Você. - Sussurrou. - Não sei, você só é legal, inteligente, instigante, bonita...

- Eu invadi sua casa.

- Eu invadi você. - Fiquei calada. - Literalmente!

- Ei! - Dei um tapa em seu ombro e sorri. - Não vai me deixar ir embora, vai? - Negou. - Vai tomar banho comigo, então?

Ele nem pensou duas vezes, apenas pegou o roupão e me puxou pelo braço até o chuveiro. De inicio, a agua estava fria, mas depois esquentou. Ele me abraçou, deixou a agua cair, me fez relaxar por todo, massageando minha cintura com o polegar.

Eu coloquei o queixo em seu ombro, fiquei ali, o sentindo. Ele era mais alto que eu, os braços me cobriam, se ele quisesse me mataria com um soco só, as mãos eram enormes e eu era extremamente magra.

A esponja deslizou minhas costas quando ele me virou, ele massageou meu corpo enquanto me ensaboava, fazia cocegas em algumas partes e sorria quando encontrava seus olhos aos meus. Por dentro eu só gritava um enorme não, mas por fora eu já estava rendida a ele.

Quando saímos, ele me enrolou na toalha, eu estava tremendo um pouco de frio então ele me colocou no roupão. Me sentei na cama e ele me entregou uma camisa dele, ficando de toalha presa ao quadril na minha frente.

O olhei de cima a baixo, encarei sua barriga e mordi os lábios. Ele sorriu e negou com o rosto, tirando o roupão de mim e colocando a camisa. Depois, se trocou. Eu amava vê-lo assim, eram uma das visões mais bonitas, particularmente, e o silencio ajudava mais.

- Você precisa comer.

- Mais? - Me levantei e pulei em suas costas.

- AI! PORRA! - Segurou minhas pernas e girou. - Sai, Sandra!

- Não! - Gargalhei. - Me leve até a cozinha, seu desnaturado! Seja cavalheiro!

- Vou ser cavalheiro sim... - Andou comigo até a cozinha, segurando em minha bunda. - Na cama, lá eu vou ser bem cavalheiro.

- Lá você não precisa ser. - Me deixou sentada na bancada. - Eu quero fumar... me da um cigarro.

- Não!

- Bryan!

- Sandy! - Eu não queria que ele me chamasse assim, mas não iria repreender.

- Vá se foder! - Fui até o sofá e peguei minha bolsa, tirando um cigarro de lá.

- Isso é uma merda. - Soltei a fumaça. - Vai acabar com você conforme os anos, sabe disso, não sabe?

- Você pensa mesmo que eu me importo? - Revirei os olhos e ele continuou me encarando. - Você é um inferno. - Abri a porta da pequena varanda e me debrucei ali, observando a cidade. - Aqui é bonito... de cima.

- Só de noite, quando não dá pra ver a parte feia da cidade... - Sorriu e me abraçou por trás. -Tenho que trabalhar amanhã.

- Amanhã é sábado!

- E eu não sou rico, Sandy. - Riu.

- Mas é só um dia...

- Não para os meus clientes. - Tomou o cigarro da minha mão. - Não pode fumar na varanda, os vizinhos enchem a porra do meu saco.

- Que merda de lugar chato que não posso nem gemer quando estou fazendo sexo!

- Menos, Sandra. Bem menos. - Riu e me puxou pra dentro. - Você está sem calcinha.

- Estou facilitando o seu trabalho. - Sentou no sofá. - Você pode escolher entre comida congelada ou a minha...

- Ok Sandra, tá bom. - Pegou os potes de cup noodles e andou até a sala.

- Eu sou maluca de confiar em você, vai que tem veneno aqui. - Peguei uma garfada e ele me encarou. - Que?

- Você é realmente milionária?

- Só na conta bancaria, eu sou uma merda. - Riu. - Você perdeu a oportunidade de me chupar agora, é um grande viado.

- Não foi isso que você gemeu á um tempinho atrás. - Revirei os olhos. - Oh Bryan... - Me imitou e eu o chutei. - Você tem a voz sexy.

- E você é irritante. - Me sentei no colo dele, com uma perna de cada lado de seu corpo. - E gostoso. Eu tenho vontade de transar com você o tempo todo, isso é estranho. - Continuei comendo enquanto ele fitava meus seios. - Você quer comer qual dos dois?

- Para de falar. - Pegou mais uma garfada do macarrão. - Você fala pra caralho.

- Se você me fodesse todas as vezes que eu tivesse vontade...

- Você é um pé no saco! Ainda não me falou nada sobre o filha de uma puta do seu ex. - Bufei e sai de cima dele. - Qual é, Sandra. O cara mora aqui no bairro, eu preciso saber quem ele é.

- Bryan, para de falar disso ou eu brinco de 2 girls 1 cup sem a outra menina.

- QUE NOJO! - Ri e ele colocou o copo na mesa. - Você é literalmente um pé no saco.

- Claro que sou e vou continuar sendo. - Deitei minha cabeça em suas pernas e ele começou a me fazer cafuné. - Vou dormir aqui porque estou com preguiça de ir embora, vou esperar você amanhã quando chegar do trabalho e espero que você me foda dignamente dessa vez.

- Qual é o seu problema, Sandra? - Me olhou. - Que inferno de mulher!

PEo



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