Equalize

266 16 2
                                    


- Então quer dizer que hoje é o seu aniversário? - Perguntei a ele já abrindo a porta antes que ele percebesse e jogando a minha bolsa no sofá. - O que eu vou te dar de presente, hm? - O encarei com malicia.

- Não sei o que você vai me dar, mas quero que você pare de vir atrás de mim. - Revirei os olhos e fui atrás dele enquanto ele abria a geladeira, estendi a mão a espera de uma cerveja e ele apenas me encarou de cima a baixo. - O que? - Bufei e o empurrei, pegando a cerveja e abrindo a garrafa, sentado no balcão.

- Você deve ser gay mesmo. - Virei a garrafa da cerveja e ele tomou da minha mão, engolindo um gole de uma só vez. - Você ainda não tentou me pegar.

- Ah não? - Me puxou pelas pernas que já estavam entreabertas, batendo as mãos em minha coxa que já estava nua por conta do vestido curto. - Então você tem amnesia?

- Não... - Respirei fundo e fechei os olhos, saboreando a presença dele, o perfume... - Eu me lembro do seu beijo, e tinha muita vontade nele, não tinha? - Puxei seu queixo até próximo aos meus lábios com uma das mãos, sorrindo sem mostrar os dentes.

- Tinha e ainda tem. - Mordeu meu lábio inferior. - Mas você ainda vai ter que conversar comigo sobre você.

- Não fode! - Puxei-o pelas costas e ele me puxou pela cintura.

- Ah fodo, e muito. - Beijou-me finalmente.

Eu senti todos os meus músculos tensionados a semanas se relaxarem e meu corpo se entregar para ele automaticamente, sem nenhum aviso. Nossas línguas dançavam juntas, em um beijo feroz. Minhas pernas seguraram o quadril dele, suas mãos me seguraram a bunda e me puxou até encostar-me na parede do corredor.

Meu vestido já havia subido, eu já estava totalmente pronta pra ele me levar onde eu estava esperando ir a umas semanas, as unhas arranhavam o pescoço e costas, minha boca trilhava de seus lábios até seu ouvido, deixando-se sair mais besteiras do que eu pude controlar.

Ele me carregou até a cama desse mesmo jeito, me jogou na cama e se posicionou entre minhas pernas, encarou meus olhos e negou com o rosto. Me curvei a ele, puxei-o pelo pescoço e o beijei novamente.

O gosto dos lábios dele era algo que eu sentiria todos os dias, sem nenhuma reclamação. Por alguma razão, dessa vez, eu queria ele, eu queria um orgasmo desejado, um orgasmo por alguém que eu desejo de verdade.

- Você tem certeza de que quer transar com o cara pobre que mora no subúrbio?

- Se falar isso mais uma vez eu arranco o seu pênis. - Ele sorriu e voltou a me beijar.

- Você tem um sorriso bonito... - Beijou o canto dos meus lábios, descendo os beijos do pescoço até o vão de meus seios, puxando meu vestido para cima, apertando minha cintura. - Você é tão linda, Sandra. - Eu tinha um pouco de vergonha do meu corpo, não gostava que reparassem tanto, mas ele fazia questão. Isso me fazia sentir algo... estranho, diferente.

- Me fode, pelo amor de deus! - Falei pra ele, que me encarou sério e continuou sua trilha de beijos por todo o meu corpo.

Eu me contorcia um pouco entre os beijos e mordidas sobre minhas coxas inferiores. Eram mordidas que provavelmente deixariam marcas, mordias prazerosas. Segurei o cabelo dele entre meus dedos que eram escorregadios, puxei um pouco e ele provavelmente entendeu o recado.

Subiu o rosto novamente, tirou meu sutiã e estimulou um de meus seios com a boca, e com a mão estimulou o outro. Me arqueava ao máximo que conseguia, colocava as pernas envoltas de suas costas, gemia baixo...

Os lábios carnudos e hábeis desceram até meu sexo, os dentes firmes na minha perna novamente, a língua quente, os lábios úmidos, as mãos em meus seios, os gemidos entre minhas pernas... levantei a cabeça e o encarei enquanto me estimulava, os olhos dele se encontraram com os meus, minhas pernas bambearam no mesmo instante.

Joguei a cabeça para trás e gemi alto, saboreei um orgasmo duradouro, um orgasmo necessitado. Ele se deitou do meu lado, ofegando comigo, encarou-me, sorriu e me puxou para cima de seu corpo, me fazendo ficar no controle.

Tirei o restante de suas roupas e rebolei lentamente em seu membro já ereto. Ele esticou as mãos até a bancada, pegou um pacote de camisinha e me encarou no mesmo instante. O "ajudei" a colocar, deslizei minha mão por total em seu pênis, separei um pouco mais as pernas e me encaixei a ele, gemendo rouco quando colei meu lábio ao dele.

Me mexi em um vaivém continuo, nossos peitorais colados, as mãos dele em minha bunda, me ajudando com a força de seus braços. Endireitei minha coluna, coloquei minhas duas mãos apoiadas em seu peitoral e rebolei com convicção e força, cada vez mais rápido. Ele gemeu alto e bateu em minha bunda com força, me fazendo sorrir.

- Você gosta, hm? - Sussurrei em seu ouvido. - Eu também gosto... - Levei outro tapa, dessa vez mais ardido, gemendo um pouco mais alto. - OH MEU DEUS, QUE PORRA! - Me desencaixou e me jogou na cama, segurou meus braços acima da cabeça, separou minhas pernas e penetrou sem aviso, com força. - OH BRYAN! - Mordi o lábio inferior com força, envolvi minhas pernas em suas costas e o deixei tomar o controle.

Ele continuou naquele vaivém, com força, com trancos ora ou outra, chupões no meu pescoço, mordidas em seus ombros... quando cheguei ao segundo orgasmo. Explodi completamente em bilhões de sensações, coisas que mal me lembrava de ter sentido pela última vez, meu corpo se entregou totalmente ao momento, o dele também.

Minhas pernas desabaram novamente, ele se desencaixou de mim e se levantou, foi até o banheiro e voltou rapidamente, se jogou na cama e me jogou o lençol que já estava caído no chão. Cobri meu corpo e o encarei apenas com o pescoço virado para o lado. Ele olhava o teto até conseguir recuperar o folego.

- O que você fez, Sandra? - Quebrou o silencio.

- Sexo. Bem gostoso, por sinal. - Tentei não demonstrar fraqueza, diferença dele para outras pessoas.

- Você pode vir com a sua frieza, eu não acredito nela. - Revirei os olhos e levantei, enrolada no lençol. - Onde você vai? - Fui até a cozinha e peguei duas cervejas novamente.

- Toma. Aquelas estão quentes, você demorou demais. - Sentei-me ao lado dele.

- Demorei e você gostou.

- Gostei mesmo, Bryan. Eu não sinto isso a um tempo, você é bom, você é gostoso, eu tenho tesão em você, agora você pode contar para os seus amigos que transou com a queridinha da américa e que ela te disse tudo isso para o seu ego ficar maior.

- Não preciso fazer isso. - Arqueei as sobrancelhas e virei um gole da cerveja. - Eu não me importo com muitas pessoas, não fico insistindo em quem pra mim não vale a pena.

- E por que insiste em mim?

- Porque você vale a pena. - Ficamos em silencio, apenas nos encarando. Ele se encostou na cabeceira e me deitou em seu peitoral. Maldito homem do caralho, ele estava me abraçando! - Não vou insistir para que me fale sobre você, mas eu estarei aqui pra ouvir em qualquer dia ou hora, se eu não estiver trabalhando, claro. - Sorriu e acariciou meus cabelos.

- Oh meu deus, não... - Me sentei na cama e neguei com o rosto. Eu odiava ter flashbacks de um maldito relacionamento abusivo que sofri, ou da minha vida solitária e horrível. - Não... - Coloquei minhas mãos no rosto. - O que você ganha com isso, Bryan? - Ele me puxou para outro abraço, e esse, eu nem lutei contra. - Você quer arrancar algo de mim? Porque ninguém faz isso por mim.

- Eu quero seus desabafos.

- Você nem me conhece.

- Quero conhecer. - Eu não iria ser a mesma, não hoje, não como sempre.

- Tudo bem... - Respirei fundo. - Mas minha vida é uma merda, só vou te avisando antes porque podíamos estar transando enquanto eu falo.

- Fala logo, Sandra!


Best MistakeOnde histórias criam vida. Descubra agora