Jogos vorazes -Peg-

DESPEDIDA

Os pacificadores nos levaram aos quartos aonde vamos nos despedir de nossos familiares e amigos, quando entrei no quarto era tudo muito bonito e chique, me senti completamente deslocada naquele local, não consigo imaginar outros garotos ou garotas naquele mesmo lugar a caminho da morte certa,quase consigo sentir o seu desespero, o gosto das lágrimas e o medo, logo me senti enjoada, caramba a mesma coisa estava acontecendo comigo, a única coisa que sei é que caso eu vença ou perca os jogos sei que nunca serei a mesma, sou tirada dos meus pensamentos quando a porta se abre e vejo mamãe e Gally logo penso o quanto somos diferentes mamãe e Gally são loiros com olhos azuis e bem...eu tenho cabelo castanho e olhos verdes quase não se diria que somos uma família a coisa que nos une é a dor que sentimos pela morte de meu pai,O que ele diria se estivesse aqui?Talvez nada ele simplesmente me abraçaria e nesse Abraço diria o quanto me amava;mamãe não perde tempo corre e me abraça com força logo meu irmão se junta a nós, fico impressionada, mamãe não está chorando,ela me faz sentar e começa a falar.
-Filha, você consegue, se alguem vier atrás de você corra o maximo que você conseguir... Ai meu Deus! Porque isso tem que acontecer com a minha filha!
As lagrimas começam a escorrer por suas bochechas e sinto meu coração contrair se, meu irmão poe a mao em meu ombro e me faz focar nele
-Peg, você é muito inteligente,nos precisamos que você use a cabeça:faça armadilhas e pegue uma nota ruim no treinamento...
-OQUE?! NÃO, EU PRECISO IR BEM,AS NOTAS SÓ CONTAM SE FOREM BOAS COMO...!EU NÃO POSSO SIMPLESMENTE...
Minha garganta começa a se fechar e sinto meus olhos arderem respeito Fundo tentando segurar as lágrimas, estou assustada mas não posso demonstra isso principalmente para os outros tributos, meu irmão se agacha na minha frente e segura meu queixo me forcando a olha lo nos olhos
-Peggy me escuta,você pode estar muito bem escondendo o seu talento, quando você estiver na arena é só demonstralo, você pode matar algum tributo ou armar algumas armadilhas, todos vão estar assistindo e vão ver o quanto você vale, vão fazer fila para te patrocinar! E siga os conselhos da sua treinadora aprenda coisas novas mo centro de treinamento... Só...só tenta vencer
-Não importa o que vocês vejam na TV saibam que eu os amo muito, sempre amei e sempre amarei...
-Nos também a amamos querida.
O meu irmão me agarra em um abraço de urso e me da um beijo no rosto; a minha mãe também me abraça e me beija,sinto um aperto no coração, quantas pessoas terei que matar para ver a minha família de novo...Os pacificadores entram para levar a minha família, Gally pede mais cinco minutos e é levado a força, minha mãe me beija  de novo e sai também.
Melanie entra antes mesmo da porta se fechar,Melanie é a minha vizinha e virou minha melhor amiga logo após a morte do pai, que morreu na mesma explosão que matou o seu, ela sonha em se casar com alguém da Capital ou qualquer um que possa tirala de sua vida medíocre.Ela põe uma flor amarela no meu cabelo e diz com lágrimas nos olhos:
-Você tem que estar bonita para as câmeras...
Antes mesmo que eu possa responder ela se levanta apressadamente com seu cabelo negro esvoaçando e fazendo um ligeiro carinho no meu rosto e sai.
Cinco minutos se passam e perco a esperança que Nico virá me ver...alguém bate na porta e me levanto pensando que são os Pacificadores que vieram me buscar mas logo vejo um rosto tão familiar...Nico...
-Toc Toc
Ele diz com um sorriso triste tentando claramente usar o seu humor para me acalmar, me jogo em seus braços e ponho minha cabeça em seu peito ouvindo o seu batimento cardíaco, ele retribui o Abraço e beija o meu cabelo e sussurra em meu ouvido:
-Não queria que fosse assim...
Sinto um arrepio na minha espinha e sorrio.
-Eu também não
Claro que não queria mas essa é a verdade, não é?
-Eu vou tira você dessa, ok?
-Ok.
Digo mesmo sabendo que é impossível
-certo.
O tempo passa muito rápido quando estamos juntos, os pacificadores entram e dizem que é hora de ir.Nico sai e eu saio mais ou menos uns dez minutos depois;logo Peter está do meu lado, ele claramente estava chorando e chora ainda mais enquanto estamos indo para a estação de trem, sinto uma pontada de raiva, poxa como ele pode simplesmente ficar chorando? O que os outros tributos vão pensar dele? E a Capital?Ainda mais com todas essas câmeras!
-Para de chorar, agora.
Digo, ele olha para mim surpreso e diz:
-Como é?
-Para de chorar, o pessoal vai estar rindo de você, tanto nos distritos quanto na Capital.
-Eu vou morrer mesmo...e provavelmente você também...
Sinto uma vontade estranha de estrangulalo, legal mal começaram o jogos e já estou perdendo o controle,mas felizmente ele para de chorar, oque tem de errado comigo? Os jogos nem começaram e já estou protegendo um meu adversário que já me da como morta, ele pode muito bem estar chorando para que sintam pena dele ou só para me confundir, e agora a nossa conversa já pode ter sido mandada para toda Panem, iupi! Ninguém vai me levar a sério, fico muito aliviada e surpresa quando entramos no trem, é tudo muito lindo e chique, caramba será que tudo na Capital é assim? pelo menos na TV é. Pela primeira vez no dia a nossa mentora,Mary,olha para nos com uma mistura de pena e culpa. A nossa apresentadora Ellis, pede para tomarmos um banho e vir jantar.
Quando chego até o meu quarto é pelo menos do tamanho da minha casa.
Resolvo ir tomar um banho, o chuveiro tem vários painéis para controlar a água, o sabonete e shampo, quando vem um ar quente que seca o meu corpo , solto o meu cabelo e ponho uma camiseta rosa com listras brancas com uma calça larga e preta, me olhei no espelho e não me reconheci, aquela não se parecia comigo, não tinha nenhum traço de medo,estava parecendo quase indiferente,pelo canto dos olhos vejo as minhas sandálias a, poxa a manhã da colheita parece tão distante e... Meus pensamentos são interrompidos quando ouço Ellis me chamando para jantar, quando me sento na mesa e fico escutando Ellis falar sobre como a Colheita foi fantástica, sim para a Capital ;não consigo pensar como está a minha família, será que eles jantaram o peru selvagem com batatas ou ficará entocado? Peter chega e se senta ao meu lado e pouco tempo depois Mary chega e se senta na nossa frente e fica me olhando por um tempo e diz:
-Hum...Você pode ter uma chance, querida.
-Oi?
-Você pode conseguir, já ouvi falar de você, meu filho Alb, estudava com você e já falou muito bem de você.
Alb? Sério? Poxa Alb era um ano mais velho que eu, ele repetiu e estudamos um ano juntos, Alb era filho de uma vitoriosa então já foi preparado para o que iria acontecer na arena, ele era um garoto com cabelos negros e pele morena, com olhos cinzentos igual a sua mãe, ele era forte para um garoto de doze anos. Ele já foi para a arena e bem...um garoto do distrito dois mato ele, se ele morreu talvez eu não tenha nenhuma chance...
-Eu sei, não vou cair sem lutar!
Peter estava olhando para mim com uma expressão indescritível, tudo fica silêncioso enquanto jantamos, acabo exagerando e como muito assim como Peter quando vou pegar a sobremesa vejo que Ellis está olhando para Peter com nojo então resolvo olhar também,ahh claro ele está comendo com as mãos eu só não como assim pois me foi ensinado a usar os talheres, não vou tentar encina lo como se usa aposto que ele nunca viu tanta comida na sua vida e pensar em usar os talheres talvez só em sonho então dou de ombros e começo a comer igual a ele e Mary começa a rir e se junta a Nós.
Quando acabamos vamos assistir a colheita nos outros distritos, a maioria dos tributos são mais velhos que eu,fico um pouco impressionada com uma garota do 1 de aparência assustadora, ela deve ter uns 17 anos, e parece ser arrogante o garoto do 2 parece uma máquina de matar, uma garota do 2 se oferece como tributo não deve ser muito mais velha do que eu, uma garota do 3 deve ter 12 anos parece estar assustada mas se recupera bem e acabo sentindo pena dela, logo chega a nossa vez , fico surpresa ao me ver não pareço assustada nem nada mas sim entediada...me obrigo a sorrir, chega a vez do distrito 11, primeiro vem uma garota de 17 anos que não me dá medo, estou anciosa para ver quem são os outros quando chamam Jared Oslo, sinto um aperto no coração, o vejo subir até o palco, fico impressionada com quanto ele mudo em tão pouco tempo, ele ficou mais moreno, o seu cabelo cresceu e enquanto o observo sinto os seu olhos cor de mel me observando, porque isso tinha que acontecer...volto até o dia em que nos conhecemos, não sou capaz de machucalo,não vou deixar ninguém machucalo , ele é uma das poucas pessoas que amo, será que ele se lembra de mim? Não sei,simplesmente me levanto e vou para o meu quarto, me jogo na cama e digo a mim mesma que se preciso chorar agora é a hora mas sinto que não tenho que chorar olho para o meu colar é um pingente de uma águia de madeira, antes era do Jared,caio no sono com a esperança de voltar no dia em que nos conhecemos...