Jogos vorazes -Peg-

ENTREVISTA

Acordei eram duas da manhã, a nossa preparação para a entrevista começaria daqui a quatro horas, então resolvi voltar a dormir mas sem sucesso, tentei descer até o centro de treinamento para ver se podia ir treinar um pouco, mas não me foi permitido, estava tudo trancado e com pacificadores, então resolvi voltar para o meu andar quando sai do elevador vi que não era o meu andar.
-Oque você está fazendo aqui?
Me virei em direção da voz, o vi de pé em frente a uma janela, ele estava sem camisa só usando um short azul e me olhando.
-Acabei errando o andar e você não deveria estar dormindo?
-Suponho que você também deveria, mas acho que ambos não estamos com sono, não é?
Ele disse se aproximando de mim e em questão de segundos estávamos frente à frente, ele é tão lindo.
-Sim você está certo.
-Por onde você esteve, Peg? Esse não era o reencontro que eu imaginava ter, eu senti tanto a sua falta...
Dito isso ele coloca as nossas testas juntas e me olha nos olhos.
-Eu também senti a sua falta, sabia?
-Porque você nunca mais volto? Ficavo preocupado todo ano da colheita fiquei muito triste sabendo que você é minha oponente.
-O meu pai morreu em uma explosão na estação de trem e depois disso meu irmão não me deixou mais entrar em um, achei que você não se lembrava mais de mim.
Ele pareceu surpreso e disse
-Nunca.
-Eu vejo isso agora, passamos por momentos muito especiais
Digo sorrindo ele também sorri.
-Não são as coisas bonitas que marcam as nossas vidas mas sim as pessoas que tem o dom de jamais serem esquecidas, assim como você.
Dito isso ele me beijou, eu nunca tinha beijado um garoto e foi uma coisa que me fez muito feliz, aquelas palavras eram tão lindas, ele me amava como eu o amavo; Esse beijo pareceu durar anos e  não queria que acabasse, mas depois de alguns segundos parei para respirar e percebi que devia ir embora eu não podia ficar com ele, me virei para ir embora mas ele me deteve.
-Aonde você vai?
-Eu tenho que ir, não deveria nem estar aqui.
-Não vai embora!
-Eu preciso.
-Olha ainda temos tempo, vem para o meu quarto, eu preciso te contar tanta coisa.
Suspirei, como poderia recusar um pedido desses talvez hoje possa ser a nossa última noite como amigos ou seja lá oque somos agora, talvez amanhã um de nós esteja morto,essa possibilidade  me machucava tanto quanto  uma lâmina  no meu coração por isso respondi 
-Tudo bem.
Ele me levou até o quarto aonde passamos três horas conversando ou melhor dizer sussurrando e nos beijando, contei sobre a minha vida no distrito 10 acabei até falando de Nico, oque o deixou um pouco bravo, ele me falou de sua vida no 11 e do seu trabalho, até contamos piadas e revivemos momentos que passamos juntos, mas tudo que é bom tem que acabar, tive que ir embora ele me acompanhou até o elevador e se despediu de mim com um beijo, quando cheguei no meu quarto cai no chão e comecei a chorar, se eu sair da arena dos pesadelos ele vai ficar e vice versa, vou sentir essa dor até o fim.
Finalmente consegui parar de chorar e me levantei e fui tomar café da manhã, Peter estava desanimado com a idéia da entrevista, resolvemos começar com eu e Mary e Peter com Ellis, fiquei com Mary treinando falas e aprendi a usar meu rosto de criança sendo alguem inocente  e  engraçada, até comecei a usar um sorriso doce.
Depois de 4 horas estava pronta para Ellis, foi horrível, ter que ficar andando de salto alto com aquelas saias super compridas, o jeito de andar, de sentar e tudo o mais,foram outras 4 horas terríveis.
Depois tive que ir me preparar estava usando um vestido branco sem mangas estilo grego conforme os meus livros de historia diziam , que valorizava a minha cintura, estava parecendo uma garota mais velha mas não uma mulher  mas também não mais uma garota, com pouca maquiagem dava para reconhecer bem o meu rosto, o meu cabelo estava trançado com pérolas,estava radiante.
Peter estava usando uma camiseta também branca com um terno preto, ele tinha arrumado o cabelo, impressionante, mas ele estava claramente irritado com Ellis que ficava falando da sua postura que segundo ela ele era corcunda, e tudo o mais. Fomos levados até uma parte embaixo do palco e sentados em cadeiras junto com os outros tributos, Jared estava também usando um terno mas prateado com uma camisa azul, ele estava muito bonito.
Sentamos lado a lado e o ouvi sussurrar
-Você está magnífica.
Corei.
-Você também, esta um perfeito cavalheiro.
Ele sorri e agradece, somos chamados um por um; Peter vai antes de mim, ele falava pouco mas dava sorrisos simpáticos e quando falava dizia as coisas certas logo me chamam e subo ao palco.
-Olá Peg!
Caesar me saúda ele estava com os lábios, cabelo e pálpebras vermelho vivo, parecia que ele estava sangrando.
-Olá Caesar.
-Peg querida, não estou acreditando um onze no treinamento? Como isso aconteceu? !
-Bem Caesar isso é segredo, nem eu acreditei ainda que peguei um onze sei me defender e tenho muitas chances nesses jogos.
-Peg se eu pudesse apostar as minhas fixas iriam para você!
Sei bem,só está  falando da boca pra fora,não é?
Eu ri de mal grado e agradeci, contei algumas piadas e fiz o público rir como Mary pediu até  que ele me faz a pior pergunta
-Soubemos que você  e a senhorita Joana brigaram no treinamento,pode me dizer o motivo?
-Além dela ser uma idiota?
O público acaba rindo,já somos inimigas mesmo,não  tenho nada a perder.
-Sim além  disso.
Caesar parecia nervoso, isso é  novidade.
-Ela só queria chamar atenção e me insultava e me acusava injustamente de ter roubado a "sua" faca sem não  ter ao menos  prova, então  dei um soco nela.
Caesar  felizmente muda de assunto quando a plateia começa a murmurar
-Nos conte sobre a sua família.
-Eu tenho um irmão de 18 anos e eu o amo muito.
-Ele veio se despedir?
-Sim claro, a minha mãe e o meu melhor amigo Nico vieram se despedir de mim.
-E esse seu amigo, ehn?
Corei e fiquei em silêncio, Caesar levanta uma sombrancelha para a plateia e faz todos gritarem e pedirem por mais
-Você são só amigos?
Quero bater nele com o meu sapato, eles não sabem o que é privacidade?
-Eu o amo como um irmão, nada mais.
-E ele a ama?
-Acho que não...
-Você "ACHA"?
-Como eu faço para saber? Porque não pergunta a ele?
Felizmente a campainha soa e posso ir me sentar, Jared passa por mim sem me olhar e vai até o palco, antes que Caesar possa falar alguma coisa Jared o interrompe e começa a fala:
-Peg,oque sinto por você é maior do que qualquer coisa que já fui capaz de sentir na vida.É incapaz de ser explicado, é a certeza, a razão, o motivo.É para a vida toda. É simplesmente amor. Eu te conheço desde os oito anos e desde a primeira vez em que te vi, me apaixonei perdidamente por você,antes daquela data achava que o amor não existia, então não sei muito sobre ele mas a palavra mais linda que falei sobre o amor foi o seu nome.
Ele se levanto e saiu, nos telões aparecia o meu rosto, estava em choque, ele tinha acabado de se declarar para mim na frente de toda Panem.
Oque eu faço?!