Capítulo 4

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Dois dias depois, Bárbara e Caio apareceram novamente a lanchonete. Luka não tirava os olhos dela, e Jurandir já estava ficando desconfiado. Ao chegarem, Jurandir foi até a mesa deles:

— Olá, minha sobrinha!

— Olá, tio! Como vai?

— Bem. E você, Caio?

— Muito bem, Jurandir. — disse Caio.

— O que vão querer? — perguntou Jurandir.

— Dois X-tudo e dois sucos de laranja. — respondeu Bárbara.

Jurandir anotou o pedido e disse para Vera ajudar Luka. Bárbara estava um pouco calada, e Caio a perguntou:

— Eu ainda não sei por que você não queria lanchar aqui.

— Só acho um pouco longe de casa.

—Qual é, Bárbara? Eu tenho carro e posso te levar a qualquer lugar.

— Ok. Não precisamos discutir por causa disso.

— Tem certeza que está tudo bem mesmo?

— Por que não estaria, Caio?

—Nesses dias, eu percebi que você estava muito fria comigo. E nossa transa de ontem foi super estranha.

— E eu nunca reclamei das suas brochadas.

— Vamos parar?

— Você começou primeiro!

Eles ficaram calados por alguns minutos. E Bárbara resolveu ir ao banheiro para retocar o batom. Ao chegar no espelho, alguém também entrou no banheiro e era a Luka. A sobrinha de Jurandir ficou assustada e a repreendeu:

— Ficou maluca? Você me assustou!

Luka sorriu e disse a ela:

— Por que não diz logo que estava com saudade de mim?

— O quê?

Luka chegou mais perto, agarrou a cintura dela e lhe deu um beijo. Bárbara tentou-se se soltar, mas acabou cedendo. Em poucos minutos, Bárbara mordeu a língua de Luka.

— Ai, garota!

— Bem feito! Eu só vim, porque o meu namorado queria comer aqui. Entenda logo de uma vez que eu sou hétero!

Bárbara saiu batendo a porta, e Luka ficou com bastante raiva. Ela queria chorar, mas não podia naquele momento. Bárbara chegou até a Jurandir e pediu para que colocasse os sanduiches para levar. Caio não entendeu e a perguntou:

— Bárbara, por que não vamos comer aqui?

— Eu quero ir embora! Não discuta comigo.

Caio pegou os sanduiches e saiu correndo atrás dela. Luka saiu do banheiro, e Jurandir foi até ela.

— Você tem algo a ver com isso?

— Com o quê?

— Não se faça de boba! Você estava no banheiro com a minha sobrinha.

Luka ficou surpresa e tentou inventar algo:

— Ela viu um rato no banheiro e se assustou.

— Sério?

—Sim. Mas eu consegui matá-lo.

— E onde está o cadáver?

— Eu o já joguei fora.

— Bom trabalho, Luka! A minha sobrinha é muito fresca com essas coisas.

Jurandir saiu de perto, e Luka se segurou para não dar uma risada, apesar de sua língua ainda estar doendo. Quando chegou as cinco horas, Luka foi para casa. Ela começou a aprontar o jantar. Logo alguém bateu na porta.

Luka foi ver quem era e se arrependeu de ter atendido.

— O que você quer aqui, Bárbara?

Bárbara se aproximou, deu um beijo nela e a empurrou para o sofá. As duas ficaram se beijando. Depois Bárbara disse a ela:

— Me fode, vadia!

— Mas você não é hétero?

— Cala a boca e me fode!

Luka arrancou a roupa dela e começou a beijar o corpo dela. Em seguida, ela enfiou a mão entre as suas pernas, e Bárbara gemeu de prazer. Depois, Luka acariciou os clitóris dela com a ponta da língua. Após o ato, Bárbara vestiu a sua roupa e Luka a perguntou:

— Você quase arrancou a minha língua...

— Não gosto de ser pega desprevenida.

— Você me pegou ali na porta também, senhorita!

Bárbara pensou um pouco e disse a ela:

— Isso não vai mais se repetir. Está me ouvindo?

— O quê?

— Foi um impulso bobo...

Luka vestiu a camiseta e o short.

— Você é muito louca! Uma hora você quer, outra hora me deixa perdida.

— Eu não posso largar o Caio e ficar contigo.

— Posso saber por quê? — perguntou Luka olhando para ela.

— Ele tem dinheiro...Já você, não passa de uma amante do meu tio.

— Então é isso...A gente transa e você diz que não vai me dar uma chance.

— Eu nunca tinha ficado com mulher antes...Não sei porque eu me deixei levar por você. Além de ser uma mulher...É pobre!

— Você só está um pouco confusa! Não precisa me humilhar.

— Saiba de uma coisa: Você não tem nada para me oferecer. Eu disse nada!

— Bárbara...

Bárbara virou as costas e saiu. Luka fechou a porta em seguida. Ela começou a chorar, e Bárbara ainda ficou parada olhando a casa do lado de fora. Mas logo entrou no carro e saiu. 

Amor doente amor (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora