Capítulo 7

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Jurandir finalmente pegou o resultado da loteria e não acreditou no momento que havia levado a bolada de 80 milhões de reais. Mas não contou para Luka e disse a lotérica para que eles não anunciassem a identidade do ganhador. Depois, pegou todo o dinheiro no banco, colocou em maletas e escondeu em um cofre que tinha em seu quarto. Esse cofre era digital e escondido atrás de um quadro de pintura. Para ele ser acessado, era preciso de uma senha com quatro dígitos.

Luka estava um pouco desconfiada e na mesa do café, fez questão de tocar no assunto.

— Você viu o resultado da loteria, Jurandir?

— Claro. Mas não ganhamos. — comentou ele ao tomar um gole de café com leite.

Luka percebeu que ele estava um pouco nervoso. Ele acabou de tomar café e falou para que ela se aprontasse para eles irem à lanchonete. Logo, eles chegaram e Luka foi lavar os banheiros. Jurandir chamou Vera, e lhe disse:

—Vera, o que você faria com 80 milhões de reais?

Ela ficou surpresa. Luka ia vindo para pegar um desinfetante e ouviu a conversa dos dois.

— Jurandir, você ganhou na loteria?

— Não conte para ninguém, Vera! Eu só te contei, porque trabalha aqui a muito tempo.

— Ok. Eu agradeço a sua confiança!

— Eu também te contei, porque quero que dê ideias de como eu faria para gastar o dinheiro...

— Olha...Se fosse eu, compraria uma casa enorme e um carro do ano...E também investiria aqui na lanchonete.

— Ótima ideia, Vera! Vou pensar sobre isso.

Jurandir foi para o balcão, e Luka passou por Vera e pegou o desinfetante. Em seguida, ela voltou ao banheiro e começou a lavar um dos banheiros, com bastante raiva. Depois, disse a si mesma:

—Você é um desgraçado, Jurandir! Vai ver quem é a verdadeira Luka!

Após lavar os banheiros, Luka ficou calada o dia todo na lanchonete. À tarde, como sempre, ela foi embora para fazer o jantar de Jurandir. Ao chegar, foi até o quarto dele e revirou tudo, pegou o revolver e uma cartela de cigarros. Em seguida, foi até a cozinha, pegou uma cerveja e ficou sentada na poltrona da sala, até ele chegar. Ela estava completamente cega de raiva e não sabia ao certo o que iria fazer quando ele chegasse. As horas passaram mais rapidamente que o normal, e Jurandir chegou em casa. Colocou a chave do carro na mesinha e viu Luka sentada na poltrona, fumando e apontando o revólver para ele. Jurandir ficou surpreso e perguntou:

— O que pensa que está fazendo, Luka?

Luka soltou uma fumaça da boca e ele continuou:

— Por acaso o meu jantar está pronto?

Ela sorriu, levantou-se, olhando para ele e declarou:

— Senta nesse sofá nojento agora!

— O quê? Ficou louca? Você é minha empregada e essa é minha casa! Eu dou as ordens aqui.

— Empregada? Quando você me fode, você me diz tantas coisas...Me elogia, diz que vai me dar coisas...

— E eu estou te dando! Já te dei roupas, dinheiro...

— Ok. Mas você sabe cumprir promessas, Jurandir?

— Do que está falando?

— Chega de perguntas! Senta agora no sofá! Você me cansa.

Ele ficou parado, e ela continuou:

— Agora, imbecil!

Ele sentou-se no sofá, e ela sentou-se na poltrona de frente para ele e abaixou a arma. Depois perguntou:

— Eu sei que você ganhou na loteria!

— Quem te contou isso? É mentira.

— Você é tão bobinho, Jurandir. Não devia ter me ensinado a pegar em uma arma.

— Eu confiava em você, Luka!

— Eu também. Mas você quis ficar com a grana toda. Isso é muito feio, sabia?

— Ok. Eu admito que ganhei, mas não vou te dar nada!

— Finalmente, você mostrou as suas garras...Será que não lembra do que me prometeu?

— Aquilo foi um impulso...Eu ganhei e é meu.

— Não fica preocupado em dizer essas coisas? Eu posso te matar.

— Não acredito que possa fazer isso. Você não teria coragem...É uma menininha que não tem nada.

— Se eu fosse você, não falaria isso...

— Eu não tenho medo de você.

— Deveria...

Ela chegou mais perto e apontou o revólver para a testa dele. Jurandir ficou com medo e disse a ela:

— Pelo amor de Deus, não me mate!

— Me leve até o cofre ou te mato agora mesmo!

Ele levantou-se e tentou correr até a porta, mas Luka atirou e acertou na mão direita dele.

— Olha o que você fez, desgraçada!

— Não reclame! Você ainda tem a outra mão para abrir a porcaria do cofre!

Jurandir foi para o quarto, e Luka foi atrás. Ele tirou o quadro da parede e o cofre foi descoberto. Ele digitou a senha, que era a data de nascimento de seu irmão que morreu. Ao abrir o cofre, ele pegou as maletas e as abriu em cima da cama. Luka sorriu ao ver aquele tanto de dinheiro, e Jurandir aproveitou e deu uma braçada no pescoço dela. Ela tentou se soltar e deu uma joelhada no saco dele. Ele ficou gemendo de dor, e ela apontou a arma para ele. Jurandir se ajoelhou e pediu:

— Por favor, Luka! Não me mate...Será que não lembra o tanto que te ajudei?

— Me ajudou? Você me fez de empregadinha e ainda por cima tinha que aceitar o seu pau nojento na minha vagina!

— Mas você bem que gostava...

— Não sabe o que é fingir?

— Então, você não sentia prazer comigo?

— Não sinto prazer com lixo!

— Por que não entramos em um acordo? — disse ele com a mão pingando sangue no chão — Você me deixa vivo e eu te deixo ir embora com todo o dinheiro!

— Ok. Não é uma má ideia...

— Posso ir, então?

— Claro!

Jurandir ia saindo do quarto, e Luka atirou cinco vezes na cabeça dele. Ao olhá-lo morto no chão, ela sorriu.

— Pode ir para o inferno, Jurandir! Esse é o lugar que você sempre me mereceu.

Ela pegou o celular dele, a mochila com roupas, todo o dinheiro e colocou tudo na camionete. Em seguida, abriu todos os botijões de gás que havia na casa e jogou gasolina. fogo. Saiu e acendeu o fogo. Depois entrou rapidamente na camionete.

Enquanto isso, a casa começou a pegar bastante fogo. Os vizinhos ficaram desesperados e chamaram o corpo de bombeiros e a polícia.  

Amor doente amor (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora