Capítulo XIX

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Sophia Medeiros

Acordo com Anippe chegando ao quarto com Malika. Como se fosse ensaiado, nos sentamos em círculo para ouvir o que aconteceu. Depois voltamos a nossas camas, mas parece impossível dormir, pois a curiosidade me perturba.

Acordamos com um tipo de despertador vindo de uma pequena caixa de som no alto do quarto.

– Se apressem. Vocês irão comer e treinar mais, a invasão é hoje. - o guarda na porta do quarto parece irritado.

Estou confusa, nervosa, curiosa: tudo ao mesmo tempo, e não sei o que pensar. É estranho defender essa organização sabendo que eles podem esconder algo sobre meus pais, mas é melhor deixar esses pensamentos de lado.

A mesa do café é repleta de coisas. Não há nenhum guarda na sala, mas várias câmeras nos observam. Fazemos a refeição em silêncio e um guarda vem nos levar até a sala onde iremos treinar. No caminho, me aproximo de Bernard.

– Olá. Não temos nos falado muito.

– Você parece ter outras pessoas pra conversar. - Ele diz sem me olhar.

– Como assim? Eu tento falar com você, mas você parece não se importar.

Ele me olha e logo sorri.

– Certo, me desculpe, é que eu acho estranho essa coisa sua com Vladmir e preferi me afastar.

– Isso não muda nada, ainda somos amigos.

– Acho bom. Estou ansioso para hoje e também preciso saber como vou decifrar aquele cartão.

– Vamos dar um jeito. Você vai conseguir, amigo. - digo sorrindo.

– Como seu amigo, tenho que te dizer algo. Tenha cuidado com o que Vladmir está fazendo quando não está com você.

Eu ia responder, mas o guarda parou de caminhar e todos pararam atrás dele. O que Bernard quis dizer?

– Aqui é onde vocês irão treinar. Tem tudo o que havia na outra sede. Fiquem a vontade. - Ele diz abrindo as portas.

É um lugar gigante, com várias armas, alvos, obstáculos, tudo para testar nossas habilidades. Alguns homens se apresentam como nossos instrutores por hoje, e levam cada um de nós para um lugar da sala.

– Vamos ver o que você pode fazer. Meu nome é Daniel, prazer.

Fico parada. É ele: o homem que falou com a Ani. Ele percebe que estou o encarando e parece entender o motivo.

– Acho que sua amiga já contou quem sou eu. Vocês só tinham até ontem para agir, me diga que conseguiram.

– Sim, eles conseguiram, mas a mensagem no cartão está criptografada. Bernard ainda não sabe como decifrar.

Ele parece pensativo.

– Quero que você faça um clone e tente pegar essa arma. - ele diz colocando uma arma em cima da mesa. Ele vê minha expressão confusa e diz com um quase sorriso:

– Vamos, ainda sou seu instrutor.

O esforço é demais e toda vez que encosto na arma, o clone some. Tento várias vezes, sem sucesso. Olho para Daniel, mas ele não está me avaliando. Acompanho seu olhar e vejo Malika. Ela está congelando coisas e jogando sua lança o mais rápido e longe que consegue. Apesar de fazer esforço, seus movimentos são precisos e graciosos.

– Acho que alguém está com o olhar congelado.

Daniel se assusta e faz uma cara engraçada, como se fosse pego fazendo algo errado.

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