Bernard Sliver
E de novo a sensação estranha de não conseguir me ver. Como a Anippe aguenta ficar assim direto? Não entendo. Essa é uma das piores sensações do mundo.
Como da outra vez, tenho dificuldades em andar, mas logo me acostumo. Apanho minha mochila, o rádio e saio do quarto seguido de Anippe.
Paro em frente a porta e ela se esbarra comigo.
- Cuidado, garoto. É você quem consegue atravessar as coisas, não eu. - resmunga Anippe.
- Não consigo atravessar coisas. Só paredes. - brinco e ela faz uma careta.
- Daqui em diante vamos nos separar. Qualquer coisa chama no rádio. - ela me avisa e segue o caminho para o lado oposto do meu.
Eu posso fazer isso. Meus amigos acreditam em mim. Consegui roubar um notebook dessa organização sem ser pego, mas foi junto com Anippe, que é mestra nessas coisas. Espero conseguir liberar o acesso ao helicóptero e sair da sala de controle rapidamente antes que me descubram, o que vai ser difícil, já que estou camuflado, mas não sei se vai funcionar com Anippe longe de mim. Ela ajudou com minha auto estima.
Viro para ela e grito seu nome antes de perdê-la de vista. Ela para e olha para trás. Logo falo:
- Obrigado por acreditar em mim. - Ela sorrir e segue seu rumo, e eu o meu.
Saio do prédio onde fica os quartos e volto para o lugar onde Anippe e eu passamos o sufoco. A mesma sala onde tem toda a tecnologia necessária para viver tranquilamente, mas tento não pensar muito nisso. O meu futuro e de meus amigos depende dessa tarefa que irei realizar.
Me concentro ao máximo e tento ser responsável.
No decorrer do caminho até a sala de controle me deparo com alguns guardas fazendo a ronda. Tento fazer o mínimo barulho possível ao passar por eles. Mesmo estando invisível, eles podem desconfiar.
Ouço um barulho vindo do rádio que está na mochila e tento pegá-lo.
Tiro a mochila das costas, que está camuflada, e o procuro. É um pouco complicado achar algo que não está visível, mas seu formato é inconfundível, e logo estou com ele na mão.
Ponho a mochila nas costas e ouço novamente o ruído vindo dele.
- Bernard, já entrou na sala? - Anippe fala e, logo em seguida, a respondo falando que estou perto. - Ótimo. Já estamos saindo do prédio, indo para o heliporto. Danny disse para a Malika que tem um galpão lá perto, onde poderemos ficar escondidos. Ficarei esperando seu contato.
- Certo. Quando eu estiver na sala, aviso. - digo feliz. - Boa sorte!
- Boa sorte também, Bernerd. - depois disso não ouço mais nada. Não sei porque ela insiste em errar meu nome. Mas não tem importância. Guardo o rádio na mochila e sigo o caminho.
Dois minutos depois chego a sala. Tenho que ser cauteloso dessa vez, já que não tenho a Anippe ao meu lado para me ajudar.
Retiro novamente o rádio da minha mochila e pressiono o número 3.
- Anippe, consegui chegar a sala de controle. Agora só basta eu acessar o computador central e liberar o acesso para vocês. - falo um pouco cansado. Ouço os outros atrás comemorando um pouco. - Já chegaram ao lugar onde se encontram os helicópteros?
- Já estamos no galpão do heliporto. Anda rápido aí, gatinho.
- Ok. Vou tentar fazer isso mais rápido possível. - desligo e coloco-o novamente na mochila. Tiro o cartão de acesso da mesma e atravesso a parede para dentro da sala.
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Infected
AdventureVencedor The Wattys 2016, na categoria "Inovação". #4 em Aventura (21/01/2017) SAGA INFECTED - LIVRO I Num futuro não tão distante, as consequências da incansável busca humana por poder e domínio atinge níveis irreversíveis. Os efeitos da guerra...