Capítulo XXII

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Bernard Sliver

Que sufoco! Poderíamos ter morrido naquela hora, caso descobrissem sobre o roubo e o que estamos planejando.

Eu e a Anippe voltamos invisíveis para o meu quarto, onde todo mundo combinou que estaria para descobrimos juntos o que se esconde no cartão SD, definitivamente; enquanto o Daniel falou que voltaria a seu posto, e se precisássemos dele, era só falar pelo rádio.

Chegando lá somos abordados e bombardeados por perguntas.

— E então, conseguiram? — Akira pergunta.

— Conseguimos, numa fuga de última hora. Em mais 20 segundos, teríamos virado presunto. — Anippe responde, aliviada depois de ter passado por toda aquela agonia.

— Como foi? — Aisha, Malika e Sophia pergunta na mesma hora, como se tivessem combinado isso tudo antes.

Respondo tudo com cautela, ainda respirando ofegantemente e aliviado por termos saído daquele sufoco.

— Sorte a de vocês por terem saído sãos e salvos. Agora, vamos ver o que tem no cartão SD? — Vladmir fala.

— Ok — respondo.

Ponho o notebook em cima de uma mesa que tem no meu quarto e ligo-o. Parece que não usam muito ele. Também, com tantos computadores legais que tem aqui, imagino porque não usam muito esse.

— Isso vai demorar muito? — Malika pergunta.

— Isso vai depender do tipo de criptografia usaram no SD. — Me sinto pressionado e com peso nas costas. Isso pode mudar tudo.

Insiro o cartão no notebook. Ao conectá-lo, identifico que se trata de uma criptografia gpg-e. Vou tentar a descriptografia usando uma chave que fiz para este tipo de criptografia.

— Bom pessoal, esse tipo de criptografia é um pouco complicado. Pode demorar um pouco para eu conseguir descobrir a senha. Se quiserem ir dormir, por mim tudo bem.

— Arrisquei meu pescoço duas vezes por esse cartãozinho aí. Ele pode ter informações que mudarão a minha vida. Você está louco, se acha que eu vou mesmo conseguir dormir em vez de ficar aqui esperando. — Anippe fala, e todos concordam com ela.

— Verdade, cara. Isso tem que ser um trabalho em equipe. E todos nós estamos envolvidos nisso. Então se precisar de algo que nós possamos fazer, pode pedir. — Akira fala isso e começo a perceber que o meu comportamento com ele desde o começo foi infantil, e que a briga foi muito mais infantil ainda. Ele só quer ajudar. Ou melhor, nos ajudar.

Olho para todos e percebo que a cada dia estamos virando mais que amigos, irmãos. Cada briga, discussão, risos (se isso é possível aqui, estando presos e sem comunicação com o mundo lá fora), brincadeiras e união. Estamos virando uma família.

Vejo o relógio no notebook, 00:15.

Depois de mais de uma hora trabalhando no SD, consigo descobrir o código da criptografia, e logo consigo descobrir a senha.

— Galera, consegui! — Olho para trás e vejo que só Anippe, Akira e Vladmir estão acordados, mas com cara de tédio, e os outros já estavam dormindo. Anippe os acorda e explico a situação a eles.

Ponho a senha e quando o diretório principal se abre não há nada no cartão. Fico confuso e falo que não fiz nada de errado. Retiro o cartão do notebook, e recoloco no local.

Nada aparece.

Não pode ser um erro. Provavelmente o Daniel estava mentindo em relação a nossos pais.

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