Capitulo Sete

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Eu me arrastei de volta pelo largo corredor central, tentando me lembrar onde eu havia deixado minhas chaves, ou mesmo se eu tinha chaves para perder. Estava tão cansada que não me surpreenderia se acabasse dormindo ali mesmo.

Já era noite quando Math e eu deixamos o Prédio Central e eu havia me obrigado a resistir ao desejo de me esgueirar pela janela do quarto dele e passar aquela noite lá ao invés de voltar para o colégio.

Quando cheguei até a porta do quarto, entrei devagar, querendo evitar acordar Guilherme e Layne, mas assim que fechei a porta, as luzes se acenderam e os dois surgiram como zumbis diante de mim. Ambos com os braços cruzados e as sobrancelhas arqueadas. Eu quase podia jurar que eles haviam combinado aquilo.

—A onde você esteve? A diretora está quase oferecendo uma recompensa pelo seu pescoço! —Carolayne falou.

—É quase uma da manhã. —Guilherme completou.

—É parte do meu itinerário. —falei, um sorriso surgindo no canto dos lábios.

—Por que você fugiu? Sabe que isso pode resultar em expulsão? —Guilherme perguntou descruzando os braços e dando meia volta, para se sentar em sua cama.

Passei a língua pela pequena argolinha no canto de meus lábios e dei de ombros, confirmando.

—Fui grafitar. Ajuda no controle do estresse e reduz as chances de eu matar alguém. O seu irmão, nesse caso. —acusei, apontando para Guilherme. —Mas vocês não precisam se preocupar com isso, sei muito bem o que estou fazendo e também sei o que quero.

—E o que você quer? —Layne perguntou, os ombros ainda tensos.

—Dar o fora daqui o mais rápido possível!

***

Algumas pessoas acreditam fielmente no poder da positividade. Eles dizem: "acorde e mentalize que seu dia vai ser bom e então ele será!", mas o ponto era: acordar era exatamente o que fazia meu dia estar completamente perdido!

Naquela manhã as sirenes do inferno soaram sem parar por exatos dez minutos e quando acabou, quando eu achei que poderia voltar a dormir, Guilherme e Carolayne despejaram um copo de água sobre meu rosto e então, eu tive de levantar e persegui-los por todo o quarto, atirando neles tudo o que estava na frente.

—Nós só não queremos que você se atrase. —Guilherme disse de dentro do banheiro.

—Sim. —Layne concordou, também lá de dentro.

—Saiam dessa merda, eu preciso me trocar. —gritei.

—Tudo bem, mas você tem alguma coisa perigosa em mãos? —Gui perguntou.

Olhei para o abajur que eu segurava e franzi o nariz, sacudindo a cabeça:

—Não. —neguei.

Eles abriram uma fresta da porta.

—Solta esse abajur, Emy. —Layne pediu.

—Vocês não queriam que eu me atrasasse, então vamos todos nos atrasar. —falei.

—Eu pago seu café. —Gui ofereceu.

—Você disse que minha mãe paga por isso e eu gosto dessa ideia. —falei.

—Tudo bem, então eu ajudo você a gastar mais. —arriscou.

—Não, eu posso lidar com isso sozinha.

—A gente nunca mais faz isso, e até ajuda com seus planos malucos, sejam eles quais forem. —foi a vez de Layne. — Desde que ninguém morra no percurso. —acrescentou.

S.O.S Internato: A Marrenta tá na área!!!-DEGUSTAÇÃO ||LIVRO ÚNICO||Onde histórias criam vida. Descubra agora