ALERTA GATILHO: Nenhum dos comportamentos nocivos descritos no capítulo devem ser reproduzidos. Não hesitem em buscar ajuda! E, por favor, interrompa a leitura caso sinta qualquer tipo de desconforto!
Math e eu caminhamos lado a lado por ruas escuras, imersos em um silêncio tão incômodo, que me fazia querer falar até o ar faltar e não existir a mínima possibilidade de acabarmos assim outra vez.
Afundando as mãos no bolso, olhei para o céu escuro e sem estrelas.
—Então... — como se lesse meus pensamentos, ele começou —vai me dizer?
Matheus me conhecia como a palma de sua mão, então ele sempre sabia quando algo estava errado ou quando minhas ações saíam ainda mais de curso. Embora eu jamais fosse dizer a ele, isso era tão engraçado quanto desesperador, pois, no fim, eu nunca conseguiria poupa-lo.
—O que quer que eu diga? —encolhendo os ombros, chutei uma pedra solta da calçada e olhei para ele.
—Talvez o motivo pelo qual você foi presa essa noite? —arriscou, arqueando uma sobrancelha. —Ou melhor, comece me contando por quê você foi até o Rafael.
Coçando minha nuca, eu olhei em volta.
—Vamos lá, eu faço esse tipo de merda o tempo todo, Math.
—Eu sei. —ele riu, acenando em concordância. —E é por isso que estou perguntando. —disse e nós paramos diante do portão de sua casa. —O que está errado?
Talvez fosse cômico, mas eu podia me sentar e passar os próximos cinco anos elencando tudo o que estava errado, a começar pelo estado decadente do mundo.
—Tudo. —confessei, me abaixando para pegar a chave que ficava escondida em um buraco no muro, estrategicamente atrás de um grande vaso de flor. —Eu não tenho para onde correr quando as coisas ficam ruins e minha mãe nunca vai me olhar e dizer: "ei, tudo bem! O sol vai nascer amanhã e as coisas finalmente vão melhorar" e meu pai nunca mais vai poder fazer isso no lugar dela. Meu irmão? —eu ri — Ele não pode mais sentar ao meu lado e dizer que tudo bem se eu tiver estragado tudo, porque o céu vai me abraçar quando eu estiver triste. —despejei. —Ela me odeia, eu me odeio e todo esse ódio é exaustivo.
Pela forma que sua mandíbula estava tensa e pelo vinco entre as sobrancelhas, eu sabia que Matheus estava furioso. Sabia que ele queria gritar, chorar e me carregar para longe, mas naquele momento, ele deu tudo o que eu precisava apenas me abraçando. E eu me encolhi em seus braços, pois era o único lugar onde eu não parecia um mostro grande e desajeitado incendiando uma cidade de papel.
—Eu vou ficar com a sua cama. —avisei, encostando meu queixo em seu peito e erguendo os olhos para ele.
Ele me afastou, torcendo o nariz:
—Não mesmo, vou te deixar aqui na calçada. Se você for boazinha, eu arrumo uma cama no chão. —provocou. —Mas na minha cama? Sem chances. Você baba demais e ocupa toda a cama. —resmungou e pegou a chave da minha mão, destrancando o portão.
—Eu não faço isso! —me afastei indignada, seguindo-o para dentro.
Ele revirou os olhos, bufando:
—Você pode até ser fofinha e adorável quando me abraça, mas você é absurdamente espaçosa e babenta. —fez careta e sacudiu a cabeça, estremecendo.
—Essa palavra nem existe!!!
—É claro que existe! —falou, enquanto eu fechava a porta atrás de nós.
Enquanto Math conferia se as portas e janelas estavam trancadas, eu tirei meus sapatos e empurrei-os atrás da porta, correndo pelas escadas até o quarto dele, onde me joguei na cama.
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S.O.S Internato: A Marrenta tá na área!!!-DEGUSTAÇÃO ||LIVRO ÚNICO||
Teen FictionCapa oficial pela editora Autografia O amor e a dor se misturavam na loucura caótica de seus dias de rebelde sem causa. Emily Madson nunca foi uma garota fácil de lidar e tudo piora quando ela é obrigada a enfrentar um luto profundo. Afinal, perdas...