Especial Naomi

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AVISO: ESSE CAPÍTULO TEM CENAS EXTREMAMENTE PESADAS. SE NÃO GOSTA DE INJUSTIÇA, MALDADE COM CRIANÇAS, TRAUMAS INFANTIS E ESTUPRO, NÃO LEIA! (LEIA OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS)!

CAPÍTULO 18+

Obrigada pela atenção!
Beijos de luz!

Especial Naomi

Muitos me detestam; me odeiam, mas ninguém sabe sobre o meu passado, a minha vida antes do Naru aparecer.

Você deve me odiar também, porém, realmente espero que após ler uma pequena parte da minha vida, você possa me entender e não me odiar mais. Vou logo avisando, se dor, sofrimento e tristeza te afastam dos outros, nem prossiga sua leitura... Pois esse capítulo está recheado de traumas de minha vida.

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~ O dia do meu nascimento

Uma noite fria e chuvosa. Neve misturada com água da chuva e sangue, de minha mãe.
A bolsa havia estourado e meu pai corria como louco atrás de panos e roupa. Cheguei meio adiantada, mamãe havia marcado uma cesariana para a próxima semana de acordo com a ginecologista/obstetra - o parto normal poderia causar males para nós duas.

Minha irmã, Azuna, na época tinha dois anos de idade. Mesmo com poucos anos de vida, essa correria ficou gravado para sempre em suas memórias. Foi ela quem me contou esse episódio, além de cuidar de mim a maior parte do tempo.

O parto foi complicado, mamãe perdeu muito sangue e eu cheguei sem respirar. Os médicos se dividiram rapidamente; para a direita, os médicos tentavam estancar o sangramento excessivo da mamãe e para a esquerda, outros tentavam desobstruir a passagem de ar que me impossibilitava de respirar.

Papai não ficou conosco na sala de cirurgia, pois Azuna não podia ficar sozinha e como estava quase amanhecendo, era impossível deixa-la com algum parente.

Após algumas boas horas, o cirurgião chega na sala de espera com duas notícias:

-Bom dia Senhor Tsukara, tenho duas notícias para lhe dar; a primeira, sua filha Naomi está bem, apesar do problema respiratório. A segunda, sua mulher é muito batalhadora! Mesmo tendo perdido muito sangue e um parto com altos riscos, continua viva e respirando, porém, precisará ficar internada aqui e está sob efeitos de morfina para aguentar a dor.
Prometemos arrumar uma forma de ajudar sua esposa, Senhor Tsukara.

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Minha mãe não resistiu e faleceu cinco meses depois.
Minha irmã Azuna, iria completar três anos agora, no final do ano (12 de dezembro). Minha casa estava de pernas pro ar.

Mamãe, faleceu por não aguentar os remédios e uma tal de "depressão pós-parto". Nunca tive um filho, então não sei se é real.
O aniversário de três anos passou em branco pelo fato do funeral ter quase nos matado com o preço também.
Essas lembranças são da Azuna, que mesmo tão pequena, tinha uma força e sabedoria inestimáveis.

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Os anos foram passando, a vida foi ficando pior.
O homem a quem nós o nomeávamos "pai", ficou transtornado. Virou um monstro. Ele começou a nos agredir e nos fazer de empregadas dele.
O primeiro tapa no rosto foi em Azuna, quando tínhamos 8 e 5 anos, logo depois foi em mim, pois me coloquei na frente dela (entre os dois) para tentar acalmar.

Após esse acontecimento, as agressões foram se intensificando; tapa, chutes, toalha molhada, cabide, cinto, chinelos, galhos,... Eram apenas acessórios básicos para nos torturar.
Até hoje não sei se ele era doente, sádico ou mesmo problemático.

O Amor é para todosOnde histórias criam vida. Descubra agora