Isso não tem graxa

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CAMILA POINT OF VIEW 

"- dá pra você para de cheirar a minha blusa e vir me ajudar?"

........

- adorei o seu perfume de desinfetante – sorri quando ela tirou aquele sorriso zombeteiro do rosto – vamos começar com isso logo, não quero ficar o dia todo aqui.

- vamos andar logo então, assim você volta para os seus personagens fictícios. – ela pegou uma flanela e estendeu pra mim. – limpeza.

Revirei os olhos, pegando o pano indo até a moto, nem se eu respirasse todo o ar do planeta eu ia conseguir entender alguma coisa, Lauren falava e gesticulava, suas mãos já estavam completamente sujas de graxa e diferente de mim ela usava jornal, como se ajudasse alguma coisa. Todas as peças externas já tinham sido removidas, e eu limpava uma a uma e as colocava em cima do que era pra ser um balcão.

- Camila, você pode pelo amor de deus limpar isso direito? – ela apontou para o para-lama que estava ao lado dela.

- eu estou limpando, não fazendo milagre, a culpa não é minha se isso não sai! – aponte para o que deveria ser algum arranhão.

- você poderia ao menos se esforçar e fazer direito! – seus cabelos estavam presos num coque em cima da cabeça, a sala estava quente e ela tinha a face rubra. E provavelmente eu devia estar com a minha roupa encharcada, enxuguei o suor da testa me afastando dela, sem dúvidas eu estava cansada, estressada, e ela não ajudava em bancar a autoritária. – olha só pra isso? – segui o seu olhar quando ela sacudiu as próprias mãos – eu estou desmontando, e a única merda que você tem que fazer é limpar! E nem isso você consegue fazer... – sua voz saiu baixa e fraca, fechei os olhos tentando segurar a resposta que ela tanto merecia. – me dê isso... – ela pegou o pano da minha mão. – se você não quer fazer deixe ai e saia... – resmungou enquanto virava as costas pra mim.

- você é uma tremenda filha de uma puta mesmo! – agora foi, já era. – perdi duas aulas pra ficar nesse forno, devo estar toda suada e suja por sua causa! E agora você vem me falar merda – a puxei para mim a obrigando me fitar, que se fodesse, ela não ia me bater ali, eu espero que não. – quer saber, você que se foda sozinha! Bastarda! – joguei os cabelos nervosamente para o lado me virando, tirei aquela blusa que não me pertencia e joguei pra ela com força. Já estava saindo quando ela atravessou a minha frente, seu semblante não estava muito bom, e o meu também não.

- se você sair antes do horário serei obrigada a relatar a senhorita Vause. – frisei o olhar naquele rosto, faltavam menos de cinco minutos para bater o sinal que encerrava a terceira aula, qualquer um nem se importaria com isso, nem mesmo os professores, mas Lauren, era sempre aquela filha da puta que me fodia sempre.

- a boca é sua você faz com ela o que quiser! – continuei andando, mas ela não saiu da minha frente.

Sabe aquele arrependimento que te dá aquele tapa na cara, e berra um "bem feito sua trouxa?" poséh, to apanhando agora, lá estava eu com minha consciência pesada praticamente invadindo a casa daquela gasparzinho só para ver que estava tudo bem, que ela estaria respirando, perdi um sono bom no meu quarto por algumas horas sentindo aquele cheiro horrendo do quarto dela.

Não sou hipócrita de negar que ela parecia um baby panda, apenas dormindo, porque acordada, ela encarnava um demônio, bufei tentando espantar os pensamentos em que Lauren era uma panda que só sabia ser fofa.

- o que eu quiser? Vou dizer a ela que você é uma ingrata, prepotente, metida, que não sabe fazer nada, que não faz nada pra mudar, que está pouco se importando em continuar ou não, a garota que quando faz merda corre para cima da cama e se esconde em baixo do cobertor com medo de encarar! – sua respiração estava praticamente em cima do meu rosto seus braços cruzados lhe dando um ar de fúria contida.

Girls Like GirlsOnde histórias criam vida. Descubra agora