Não queria sentir part.2

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Espero que tenham sentido a minha falta '-'

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Continuando....

— respirei fundo tentando pensar em algo que não fosse a dor aguda no meu seio, muito provável aquela região ficaria roxa.

Caminhei rapidamente até a enfermaria, precisava de uma bolsa de gelo o quanto antes.

A enfermaria estava vazia, apenas a senhora Rodriguez que era a nossa cuidadora estava sentada na maca lendo algumas revistas.

Ela se mostrou prestativa me entregando um tubo de pomada para dor enquanto caminhava até a cantina para pegar gelo.

Minutos mais tarde com a dor já suavizada agradeci ainda dolorida, e caminhei para fora, meu macacão estava com as fivelas arriadas.

O corredor estava vazio, o sinal já tinha batido e eu queria voar para longe dali. Camila estava tomando atitudes muito acima do que eu poderia suportar.

Mas de uma forma tão absurda, ela de alguma forma voltava, e se instalava de uma forma que era surreal, aquela velha sensação de impotência.

Ela tinha o meu mundo em suas mãos, minha dor e felicidade, e tudo o que fazia era me sujeitar ao seu sarcasmo e ironias dolorosas.

Ainda tinha alguns colegas ali aguardado, alguns me olhavam com sorriso falso, e outros possuíam meros semblantes de desconforto.

Que porra estava acontecendo?

A cada passo que eu dava era como se todos quisessem aguardar minha reação, então eu vi a Mani abraçada a Vero. A garagem estava mais cheia do que eu me lembrava, puxei as minhas chaves do meu bolso e apertei o bipe. Alguns se distanciaram e eu pude ver o meu baby, o meu reluzente BMW completamente riscado, acho que se estivesse num desenho animado eu teria virado uma gosma e escorrido pelo chão.

— a gente não sabe quem foi Laur... — Vero irrompeu a minha frente. — chamamos a diretor... — neguei com a cabeça enquanto sentia o meu sangue se esvair do meu corpo. As portas estavam cheias de círculos, assim como o capô, com alguns desenhos aleatórios.

Todo ele estava riscado, e ainda com os pneus furados, toquei de leve o retrovisor e aos poucos a drama de ver o meu primeiro carro completamente riscado deu lugar a uma raiva, eu sabia quem tinha feito.

E isso me doeu, porque de novo ela me acertou da forma mais baixa possível, dei uma volta pelo meu carro, os burburinhos aumentaram enquanto eu buscava naqueles rostos a autora.

Camila estava a alguns metros, quase abaixo da pequena árvore, ela sorria enquanto gesticulava com Lucy.

Finalmente, ela tinha conseguido o que queria. Me humilhar de diante de todos como eu havia feito a anos com ela, Finalmente ela conseguiu me atingir, Finalmente eu a estava odiando.

Meu coração batia quase que querendo explodir dentro do meu peito, o inferno me dizia que tinha sido ela. Todas as setas apontavam para o seu rosto.

Fechei os meus punhos, e a minha respiração ficou lenta, mas os meus passos não, e quando dei por mim, eu a tinha empurrado.

Camila estava leve em minhas mãos, o tombo que eu tinha evitado minutos antes agora era duramente desferido contra ela.

Seu corpo esguio estava tombado no chão, seus traços latinos contorcidos, todos ali tinham se apagado enquanto eu lutava contra mim mesma de não bater nela. Não me jogar contra ela e deferir socos que eu não me importaria de dar se fosse outra pessoa.

Seus olhos estavam arregalados, eu podia sentir seu medo, e mais uma vez eu me odiei.

— VOCÊ É UMA PUTA CABELLO! UMA PUTA COMO SUA AMIGA! EU QUERO VOCÊ LONGE DE MIM E DA MINHA FAMÍLIA! DESSA VEZ VOCÊ FOI LONGE DEMAIS!

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