The Most Powerful Army

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Louis esperava uma resposta de sua mãe e o do velho Alaistar que, naquele momento, parecia aterrorizado com tudo. Após alguns segundos de silêncio e um troca de olhares cúmplices entre Johannah e Alaistair, o homem simplesmente respirou fundo e sabia que também era parte daquilo e não poderia fugir daquele momento.

— Sente-se, Louis. — O velho disse apontando para a mesa da cozinha.

Apesar de estar pronto para negar, Louis apenas franziu o cenho e fez o que lhe foi dito. Johannah sentou-se ao seu lado e não teve coragem de encará-lo, por mais que ele buscasse o olhar da mãe como se pedisse alguma explicação.

— Louis, há muitos anos atrás, a rainha Anne fez uma promessa para a feiticeira de Nortúmbria. — Alastair começou, sentando-se na cadeira da mesa de frente para Louis, que presava máxima atenção.

— Sim, isso eu já sei. — Louis respondeu um tanto impaciente. — Sei que Harry ficou muito doente quando nasceu, agora precisa se casar com a filha da feiticeira, que já sabemos ser a senhorita Swift. — Ele disse num tom de desgosto, já estava ficando incomodado só de saber que ela estaria envolvida naquela conversa.

— De fato, ela é filha da feiticeira. — Alastair disse. — Mas ela não é a primeira. — Ele concluiu num tom mais baixo, mas Louis continuava sem entender. O silêncio novamente caiu naquela casa e Johannah sentia um medo muito grande.

— Louis, quero que saiba que nada disso muda o que sinto por você. — A mulher disse, já pronta para começar a chorar.

— Mãe, o que eu tenho a ver com isso? — Ele perguntou agora mais preocupado do que curioso.

— Você é o primeiro, Louis. — Alastair disse vendo que Johannah já estava chorando e não iria conseguir falar. — Você é o primeiro filho da feiticeira. — O homem concluiu encarando os olhos azuis surpresos e assustados de Louis. Por um segundo, o velho viu um relance naquele olhar que o fez lembrar daquele pequeno bebê em seus braços, que tentava proteger da tempestade resultado de uma briga entre deuses furiosos.

— Como assim? — Louis disse, um pouco atônito. — Mãe...? — Ele não sabia nem direito o que perguntar para sua mãe, que enxugava as lágrimas em vão pelo seu rosto.

— Louis, meu amor... — Ela começou com a voz fraca, segurando em uma das mãos do filho, que permanecia com a expressão congelada e perplexa. — Não há medidas para o meu amor por você, e não tenha dúvidas de que você é meu filho independente de qualquer coisa, mas não... — Ela disse com a voz sofrida. — Você não nasceu de mim.

Louis parecia estar sonhando, ele sentia-se realmente quase numa situação em que experimentava a sensação de estar fora de seu corpo, apenas assistindo tudo de fora, como um mero espectador. Era como se tudo que ele soubesse sobre si e sobre a própria vida fosse uma mentira absurda e, o pior de tudo aquilo, foi quando o pensamento de ser irmão de Taylor lhe caiu sobre os ombros, como se fosse a certeza que ele precisava de que sua vida não seria mais a mesma a partir daquele dia.

Ele levantou-se de onde estava, sentia-se inquieto, e os outros dois pareciam não querer interromper o turbilhão de pensamentos que sabiam estar rondando a cabeça do ferreiro. A grande questão pra ele no momento era começar a entender a própria história, perceber que iria ter que começar do zero e, num nível que Louis tentava ao máximo controlar, aquilo era assustador.

— E o meu pai? — Ele perguntou respirando fundo, imaginando que se os dois começaram a falar sobre a feiticeira, era porque provavelmente aquela não era a parte mais complexa da história.

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