The Seven Kingdoms

The Final Battle II

Johannah chorava copiosamente ao chegar a casa de Alastair e ver o homem morto no chão de sua pequena cozinha. O local estava frio, silencioso, e ventando mais do que o normal. Ela havia apanhado algumas frutas e, como de costume, levava pães e bolos sempre que os fazia. Não tinha ideia de quanto tempo fazia que o homem estava ali, mas pela rigidez e frieza de seu corpo, ela teve certeza que já faziam pelo menos algumas horas.

Alastair era, para ela, mais do que um simples amigo. Ela o considerava sua família. Apesar do isolamento, por vontade própria do velho, ela nunca teve coragem de abandoná-lo, pois sabia que ele fazia parte de sua história, e era responsável por um dos maiores presentes de sua vida: Louis. Johannah sentia uma tristeza tão profunda no momento, que realmente não teve tempo de observar o ambiente ao seu redor. Na porta, espiando por alguns segundos, o pescador que esteve na loja de Louis há dias, observava a cena igualmente entristecido. Tristan suspirou e desapareceu antes que fosse notado.

Tentando recompor-se, Johannah ajeitou a capa azul marinho e deixou a casa do velho. Protegia-se da tempestade que se aproximava enquanto descia a pequena colina afastada da aldeia e deixou apenas o vento forte secar suas lágrimas. Com mais medo do que devoção, ela olhou para o céu em busca de uma resposta ou sinal de Zeus, mas tudo que ouviu foi um relâmpago, que iluminou o céu por milésimos de segundos, quando nuvens negras fecharam o sol de vez, como se sobrepusesse os poderes do próprio deus do sol, Apolo.

Ela não demorou muito para chegar à loja de seu filho. A ferraria estava aberta, porém Louis não estava lá. Encontrou apenas Calvin cuidando de algumas coisas e fazendo pequenos consertos, provavelmente a pedido do próprio Louis.

— Boa tarde, Johannah! — Calvin disse com um sorriso aberto, mas desfez assim que viu os olhos vermelhos de choro da mulher, quando ela descobriu a cabeça da capa que vestia.

— Calvin, chame Louis, sim? — Ela pediu com pressa, mas sem querer ser rude. O homem em sua frente tirou um lenço branco de seu bolso e, educadamente, entregou à ela mostrando seu cavalheirismo.

— Louis não está, ele subiu até a corte. Foi ver o rei. — Calvin explicou enquanto a mulher limpava com o lenço os resquícios de lágrimas em seu rosto.

— Preciso vê-lo. — Ela disse demonstrando sua urgência na voz, Calvin preocupou-se.

— O que houve? Está tudo bem? — Ele perguntou gentilmente a segurando pelo braço quando ela começou a andar indicando que iria até o castelo. — Espere, eu a levo.

— Obrigada, querido. — Ela disse respirando fundo e, na mesma hora, Calvin a levou até sua carruagem, subindo em seguida para guiá-la rumo até o castelo.

Ele não imaginava o agravo da situação, mas sabia que a deveria ser mesmo muito sério. Acelerou com seus cavalos e a pequena viagem subindo os morros da corte não demorou muito. Os guardas pareciam preocupados e afoitos nas escadarias, o Comandante do exército de Wessex parecia exaltado dando ordens e muitos homens corriam para todos os lados, a pé ou em seus cavalos. Nenhum parecia satisfeito ou feliz com a situação enquanto faziam o caminho oposto de Calvin e Johannah, descendo até a aldeia.

Calvin parou a carruagem na entrada do castelo, ajudando Johannah a descer em seguida. Não precisaram ir além, pois Harry e Louis apareceram no topo da escada e agora desciam ao encontro dos dois. Harry tinha cara de poucos amigos e Louis franziu o cenho, estranhando a presença da mãe e de seu amigo por ali.

— Mãe? — Louis disse ao ver a mulher, que o abraçou imediatamente. — O que está acontecendo?

— Alastair... — Ela disse não controlando o choro novamente. — Ele está morto...