Capítulo 12

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Douglas

Fiquei ali olhando a minha leoa indo embora, ela olhou pra trás e nessa hora eu pensei em pular a catraca e ir junto com ela mas nada fiz, apenas a observei indo embora.

O vôo decolou e eu fui pro meu carro, sentei no banco do motorista e fiquei ali com as mãos no volante sem saber o que fazer.

Dirigi até um bar e pedi um whisky, não sou de beber, só bebia em festas de amigos mas eu precisava, fiquei ali dando goles na bebida enquanto pensava em uma solução, pensei em pegar o próximo voo e ir atrás dela, me mudar pra Portugal talvez, ser vizinho dela, ir a casa dela de madrugada e pular a janela do quarto, dormi de conchinha com minha leoa e sair antes que o dia clareasse, fazê-la matar algumas aulas pra dar uma fugidinha comigo, dizê-la o quanto a amo, o quanto isso dói...

Senti a lágrima escorrer mas logo limpei pra que ninguém percebesse, não é bonito pra um homem ser visto chorando. Paguei a bebida e parti pra casa.

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Aline

Cheguei em Portugal e meu pai me levou até sua casa. Essa estava sendo a segunda vez que visitava a casa do meu pai, não mudou muita coisa, só que agora tinha uma piscina nos fundos, era pequena mas dava pra se divertir, e tinha um quarto só pra mim, da última vez que o visitei eu dormi na sala porque não havia quarto disponível.

- Tirei as tralhas daqui e mandei pintar de rosa e colocar alguns móveis. Gostou? - Meu pai falou se referindo ao meu novo quarto que antes era um quartinho de bagunças.

- Ficou lindo. - Falei admirada.

- Arruma suas coisas aí pra gente dar uma volta por aí. - Sugeriu.

Arrumei minhas coisas no armário e sentei na cama, liguei o Wi-Fi e ele simplesmente não conectou, pedia senha.

- Pai!? - Gritei.

- Oi? - Gritou da sala.

- Você trocou a senha do Wi-Fi?

- Troquei.

- Coloca aqui pra mim?

Ele subiu e colocou a senha. Assim que conectou chegaram umas mil mensagens mas nenhuma era do Douglas. Suspirei frustrada, joguei o celular na cama e fui pro banheiro tomar um banho.

Me arrumei e fui dar uma volta com meu pai.

Voltei pra casa e peguei o celular. 18 chamadas perdidas, suspirei aliviada por Douglas Ter lembrado de mim mas quando desbloqueei o celular eu quase taquei o celular na parede, as chamadas eram de Dênis e minha mãe.

Fiquei tão irritada que nem retornei as ligações.

Não comi o dia todo por pura raiva, não o procurei porque sou orgulhosa e pra mim quem deve tomar a atitude de procurar é sempre o homem. Quando meu pai traiu a minha mãe eu jurei pra mim mesma que nunca correria atrás de homem, eu me proibi de falar "Eu te amo" pra alguém que não seja minha mãe, eu me fechei pra todos os meninos mas o Douglas me pegou de jeito, não tinha como não se apaixonar por aqueles olhos, aquele sorriso, aquele jeito que me irrita e me derrete ao mesmo tempo. Nunca imaginei que gostaria de um menino como ele, ateu. Mas como assim Aline? Você se apaixonou por um cara que não acredita em Deus? Não sei como ou porquê. Eu só me apaixonei.

- Você não vai jantar? - Meu pai gritou da cozinha.

- Estou sem fome. - Gritei.

Me encolhi na cama e dormi em meio a algumas lágrimas.

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Douglas

Não consegui pegar no sono, acordei e olhei as horas, já se passava das duas da manhã. Sentei na cama e suspirei com a mão no rosto. Não liguei pra Aline, mas não foi porque eu não tive vontade, foi porque eu queria que ela curtisse o novo país, ela não me procurou também mas eu já esperava isso, se eu não a procuro ela também não me procura, eu admiro isso nela, ela é super independente, não depende de mim pra viver, não é aquela namorada chata que fica "Sem você eu não vivo", pra ela tanto faz, ou nem faz. Sei que ela deve estar com saudades mas é orgulhosa demais pra admitir, vamos ver por quanto tempo esse orgulho vai durar.

Não Tem Como Dar CertoOnde histórias criam vida. Descubra agora